Preparar o
caminho
A vinda do Filho
de Deus, semelhante a um de nós, faz-nos mover-nos para uma vida de esforço
individual e coletivo para tentarmos um caminho de mais compreensão, ajuda
mútua e colaboração.
Esperamos por
uma nova humanidade, em que reine a justiça para todos. Para alcançarmos esse
objetivo temos que fazer nossa parte. Contamos com a bondosa ação divina para
fazer dar resultado nosso esforço de promovermos o entendimento e a conjunção
da boa vontade de todos para mudarmos nossa realidade. A continuarmos no status
quo, ou na mesmice de não cooperação para tentarmos uma convivência mais
solidária, não conseguiremos um resultado promissor em nosso convívio pouco
animador.
A vinda do Filho
de Deus, semelhante a um de nós, faz-nos mover-nos para uma vida de esforço
individual e coletivo para tentarmos um caminho de mais compreensão, ajuda
mútua e colaboração. Teremos, então, nosso modo de nos relacionar em
relação ao que fazemos do planeta e entre nós para uma vida de entendimento, de
inclusão social e de promoção da cidadania para todos e da paz.
O profeta grita
por dias melhores: “Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na
solidão a estrada de nosso Deus” (Isaías 40,3). Essa mesma voz é repetida pelo
precursor de Jesus, que grita para o ser humano lembrar-se de que, se não mudar
de conduta e não se converter, não poderá ter parte na vida nova do Messias
(Cf. Marcos 1,1-8).
O Natal de Jesus
não é apenas anunciado para nos alegrar exteriormente e sim para a nossa
mudança de mentalidade e convivência na terra. Só participa de sua celebração
quem aceita as coordenadas de Deus na vida, cooperando para a promoção da
solidariedade, da justiça e do amor. Ao invés da concentração das
riquezas haverá mais distribuição de possibilidades de vida digna para todos.
Assim se superam a fome, a miséria, a falta de moradia, a concentração da terra
nas mãos de poucos, a superação da degradação da família e do meio ambiente,
todo tipo de discriminação, guerras, má política, mau uso da comunicação e todo
o ódio.
O Filho de Deus
se propõe a mudar o coração de quem o receber com o propósito de se
tornar realmente morada divina. Assim nos deixamos conduzir com o intuito de
sermos agentes transformadores e incentivadores de uma vida mais solidária com
quem é deixado de lado do convívio social justo e solidário. Convertemo-nos
como Zaqueu quando hospedou Jesus em sua casa e fez promessa de uma vida nova,
de acordo com os ditames de Jesus (Cf. Lucas 19,1-10).
Sem mudança de
vida para os valores do Messias não conseguiremos mudança e restauração da vida
plena, realizada e realizadora no nosso planeta. Sem a efetivação do projeto
divino em nossa convivência não realizaremos nosso intento de democracia e vida
digna para todos. Jesus nos apresenta sobejamente o que fazer para termos
justiça e fraternidade. Sem elas o ódio, a ruptura com os valores éticos,
morais e verdadeiramente humanos se esvaem. O Divino Mestre nos ensina a
prática da justiça misericordiosa em que o ser humano será capaz de dar de si
pela promoção da verdadeira cidadania para todos. Preparar o coração para o
Natal requer aceitar suas coordenadas.
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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