Santa
Cabrini
dedicou-se aos migrantes, carisma sempre atual
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco recebeu, neste sábado (09/12), na Sala Clementina,
no Vaticano, duzentas e cinquenta Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, por
ocasião do primeiro centenário de falecimento de Santa Francisca Cabrini.
“Santa Cabrini
foi uma verdadeira missionária. Cresceu tendo sempre diante de si o exemplo de
São Francisco Xavier, pioneiro da evangelização no Oriente. Em seu coração
estava a China e naquela terra distante esperava levar o anúncio do Evangelho”,
disse o Pontífice em seu discurso.
Santa Francisca Cabrini |
“Não pensava aos
milhares de migrantes que por causa da fome, da falta de trabalho e da ausência
de um futuro, desembarcavam com seus poucos pertences nos Estados Unidos, impelidos
pelo sonho de uma vida melhor. Foi o Papa Leão XIII que, numa conversa, fez com
que mudasse de ideia: “Cabrini, não ao Oriente, mas ao Ocidente!" A jovem,
que tinha fundado recentemente as Missionárias do Sagrado Coração, teve de
abrir seus olhos para ver em que lugar Deus a enviava em missão. Não aonde ela
queria ir, mas aonde Ele tinha preparado a estrada para ela, a estrada do
serviço e da santidade. Eis o exemplo de uma verdadeira vocação: esquecer-se de
si para abandonar-se plenamente ao amor de Deus”.
O Papa frisou
ainda que “depois de muitos anos, a realidade dos migrantes aos quais Santa
Cabrini dedicou toda a sua vida se evoluiu e ainda hoje é atual”.
“Novos rostos de
homens, mulheres e crianças, marcados por tantas formas de pobreza e violência,
estão novamente diante de nossos olhos e esperam encontrar, em seu caminho,
mãos estendidas e corações acolhedores como o de Santa Francisca Cabrini. A têm
a responsabilidade de ser fiéis à missão de sua fundadora. O seu carisma é de
uma atualidade extraordinária, pois os migrantes precisam certamente de boas
leis, de programas de desenvolvimento e organização; mas precisam sobretudo de
amor, amizade, proximidade humana; precisam ser ouvidos, olhados nos olhos e
acompanhados; precisam de Deus, encontrado no amor gratuito de uma mulher que,
com o coração consagrado, é irmã e mãe.”
O Papa pediu ao
Senhor para que renove sempre nas Missionárias do Sagrado Coração de Jesus “o
olhar atencioso e misericordioso para os pobres que vivem em nossas sociedades
e países”.
“Santa Francisca
Cabrini tinha a coragem de olhar, nos olhos, as crianças órfãs que eram lhe
eram confiadas, os jovens desempregados que eram tentados a cometer crimes, os
homens e mulheres explorados em seus trabalhos humildes. Por isso, estamos aqui
hoje agradecendo a Deus por sua santidade”, concluiu Francisco.
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Papa:
"A corrupção deve ser combatida com força"
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco tuitou neste sábado (09/12), Dia Mundial de
Combate à Corrupção, promovido pelas Nações Unidas: “A corrupção deve ser
combatida com força. É um mal baseado na idolatria do dinheiro que fere a dignidade
humana.
Papa contra a corrupção |
Este é um tema
que o Papa Francisco abordou várias vezes desde o início de seu pontificado.
Aliás, desde quando era Arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio sempre
se posicionou contra a corrupção.
Em seu
pontificado, recordamos, em particular, o apelo feito no bairro napolitano de
Scampia, em março de 2015, onde conjugando um neologismo eficaz afirmou que “um
cristão que deixa entrar dentro de si a corrupção, fede”.
Bispos
brasileiros contra a corrupção
“Precisamos
terminar com as castas que se enquistam no poder público distribuindo benesses
e privilégios para os seus comparsas. Quem rouba milhões, mata milhões, não se
defendem direitos humanos e sociais deixando impune a corrupção, sem tocar nos
tentáculos das máfias do poder. Que o Evangelho do poder-serviço nos leve a
construir um Brasil republicano, centrado na justiça, na integridade e no bem
comum”.
O trecho acima é
do artigo do Bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Francisco Ferreria Paz,
recém-publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que
tem como tema “Refundar e fazer nova a República”. No artigo, o bispo retrata
em poucos parágrafos a crise do sistema político e a extensão do câncer da
corrupção no Brasil.
O prelado é uma
das milhares de vozes brasileiras que têm se levantado contra a corrupção que
assola o país. A data de hoje, remete ao dia em que o Brasil e mais 101 países
assinaram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, em 2003, na cidade
mexicana de Mérida.
Para o Bispo de
Ipameri (GO), Dom Guilherme Werlang, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para Ação Social Transformadora da CNBB, a corrupção é moralmente um grande e
gravíssimo pecado.
“Uma pessoa que
compactua e pratica a corrupção jamais poderá ser reconhecida como cristão ou
cristã. Eticamente, a corrupção destrói qualquer sociedade”.
O bispo destaca
ainda que é preciso uma conscientização coletiva não só da corrupção que existe
nos altos escalões da sociedade brasileira ou praticado por políticos, seja no
Executivo, Legislativo ou no Judiciário.
“Temos que nos
conscientizar que a corrupção começa com as pequenas desonestidades, desde a
infância. Ela cresce, por exemplo, quando não exigimos fiscal. Quando queremos
vantagens sobre pagamentos escondendo parte do valor. Quando fizermos a
educação nova da honestidade e transparência aí podemos pensar em vencer a
corrupção endêmica do Brasil”, enfatiza Dom Werlang.
Em 26 de outubro
passado, a CNBB divulgou uma nota sobre o grave momento político, destacando
que a corrupção corrói o Brasil. No texto, a entidade repudia a falta de ética
que se instalou nas instituições públicas, empresas, grupos sociais e na
atuação de inúmeros políticos que, “traindo a missão para a qual foram eleitos,
jogam a atividade política no descrédito”.
A Conferência
criticou também a apatia e o desinteresse pela política, que crescem cada dia
mais no meio da população brasileira, inclusive nos movimentos sociais. Apesar
de tudo, a entidade diz que é preciso vencer a tentação do desânimo, pois só
uma reação do povo, consciente e organizado, no exercício de sua cidadania é
capaz de purificar a política e a esperança dos cidadãos que “parecem não mais
acreditar na força transformadora e renovadora do voto”.
De acordo com os
dados da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no Brasil (UNODC),
a corrupção é o maior obstáculo ao desenvolvimento econômico e social na
atualidade. Todos os anos, 1 trilhão de dólares é pago em suborno, enquanto
cerca de 2,6 trilhões de dólares são roubados pela corrupção, o equivalente a
mais de 5% do Produto Interno Bruto mundial.
Segundo estudo
divulgado pela entidade Transparência Internacional, o Brasil fechou o ano de
2016 em 79º lugar entre 176 países no ranking sobre a percepção de corrupção no
mundo. Além do Brasil, estão empatados em 79º lugar Bielorrússia, China e
Índia.
Dom Guilherme,
convoca a Igreja no Brasil, os pastores, leigos e leigas, neste Ano do Laicato,
a assumirem uma nova educação partindo da Palavra de Deus, que desafia e
orienta ao mesmo tempo como buscar isto.
“O bom exemplo
deve partir de nós. Infelizmente, a desonestidade também acontece entre nós,
nas Igrejas Cristãs, em nossas paróquias e dioceses onde também se fazem estas
concessões e um jogo não tão transparente como deveria ser. Portanto, temos
muito trabalho e devemos ser os primeiros a dar um bom exemplo de uma vida
honesta, transparente e justa para sermos construtores de uma nova sociedade”,
conclui.
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Fonte: radiovaticana.va news (Com informações do site da CNBB)
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