Papa Francisco:
Abrir
caminhos de esperança no deserto dos corações áridos
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, neste II
Domingo de Advento (10/12), com fiéis e peregrinos presentes na Praça São
Pedro.
Na alocução que
precedeu a oração, o Pontífice recordou que no domingo passado, “iniciamos o
Advento com o convite a vigiar”, e “neste segundo domingo desse tempo de
preparação ao Natal, a liturgia nos indica os seguintes conteúdos: é um tempo
para reconhecer os vazios a serem preenchidos em nossa vida, para aplanar as
asperezas do orgulho e criar espaço para Jesus que vem”.
“O profeta
Isaías se dirige ao povo anunciado o fim do Exílio na Babilônia e o retorno a
Jerusalém. Ele profetiza: «Grita uma voz: Preparai no deserto o caminho do
Senhor […]. Nivelem-se todos os vales». Os vales a serem nivelados representam
todos os vazios do nosso comportamento diante de Deus, todos os nossos pecados
de omissão.”
Papa Francisco no Angelus deste domingo |
“O vazio em
nossa vida pode ser porque não rezamos ou rezamos pouco. O Advento é o momento
favorável para rezar com mais intensidade, para reservar à vida espiritual o
lugar importante que lhe cabe. Outro vazio pode ser a falta de caridade para
com o próximo, sobretudo em relação às pessoas que precisam de ajuda não só
material, mas também espiritual. Somos chamados a prestar mais atenção às
necessidades dos outros, estar mais próximos. Desta forma, como João Batista,
poderemos abrir caminhos de esperança no deserto dos corações áridos de muitas
pessoas.”
“Rebaixem-se
todos os montes e colinas”, exorta ainda Isaías.
“Os montes e as
colinas que devem ser rebaixados são o orgulho, a soberbia e a prepotência.
Onde existe orgulho, prepotência e soberbia o Senhor não pode entrar, pois o
coração está cheio de orgulho, prepotência e soberbia. Devemos assumir
comportamentos de mansidão e humildade, sem repreender, mas ouvir, falar com
mansidão e assim preparar a vinda de nosso Salvador que é manso e humilde de
coração. Depois, somos convidados a eliminar todos os obstáculos que colocamos
em nossa união com o Senhor: “O terreno acidentado se torne plano e alisem-se
as asperezas. A glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens juntos
irão vê-la”, diz Isaías.
Segundo o Papa,
“essas ações devem ser realizadas com alegria, porque são finalizadas à
preparação da chegada de Jesus. Quando esperamos em casa a visita de uma pessoa
querida, organizamos tudo com carinho e felicidade. Devemos fazer o mesmo para
a vinda do Senhor: esperá-lo a cada dia com solicitude, para ser preenchidos
com a sua graça quando ele vier”.
Francisco
sublinhou que no Evangelho, João Batista representa a figura da “voz que grita
no deserto”, anunciada pelo Profeta Isaías.
“O Salvador que
esperamos é capaz de transformar a nossa vida com a sua graça, com força do
Espírito Santo, com a força do amor. O Espírito Santo derrama em nossos
corações o amor de Deus, fonte inexaurível de purificação, de vida nova e
liberdade. A Virgem Maria viveu plenamente esta realidade, deixando-se
“batizar” pelo Espírito Santo que a encheu de sua força. Ela, que preparou a
vinda de Cristo com a totalidade de sua existência, nos ajude a seguir seu
exemplo e guie os nossos passos para o encontro com o Senhor que vem.” (MJ)
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Francisco:
Trabalhar
para construir um mundo sem armas nucleares
Cidade do
Vaticano - Após a oração mariana do Angelus, o recordou que, neste domingo,
“será entregue o Prêmio Nobel da Paz para a Campanha Internacional pela
abolição das armas nucleares. Esse reconhecimento se realiza junto com o Dia
das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e destaca a ligação forte entre
direitos humanos e desarmamento nuclear”.
Na próxima terça-feira, em Paris, a cúpula climática “Our Planet Summit” |
“De fato,
comprometer-se com a tutela da dignidade de todas as pessoas, de modo
particular com as mais frágeis e desfavorecidas, significa também trabalhar com
determinação para construir um mundo sem armas nucleares. Que Deus nos dê a
capacidade de colaborar a fim de construir a nossa casa comum: temos a
liberdade, a inteligência e a capacidade de guiar a tecnologia, de limitar o
nosso poder a serviço da paz e do progresso verdadeiro.”
A seguir,
lembrou que nesta terça-feira (12/12), se realizará, em Paris, a cúpula
climática “Our Planet Summit” (Nossa Cúpula do Planeta).
“Há dois anos da
adoção do Acordo de Paris sobre o clima, esse encontro pretende renovar o
compromisso pela sua implementação e consolidar uma estratégia partilhada a fim
de combater o fenômeno preocupante das mudanças climáticas. Espero sinceramente
que essa cúpula, bem como outras iniciativas que vão nessa mesma direção,
promovam uma tomada de consciência clara sobre a necessidade de tomar decisões
realmente eficazes para combater as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo,
combater a pobreza e promover o desenvolvimento humano integral.”
Nesse contexto,
o Papa manifestou sua “proximidade às populações da Índia afetadas pelo ciclone
Okhi, especialmente às famílias dos muitos pescadores desaparecidos”. Recordou
também “o povo da Albânia, gravemente danificada por grandes inundações”.
Francisco saudou
os fiéis romanos, os peregrinos provenientes da Espanha, os jovens e
adolescentes italianos provenientes de várias cidades, incentivando-os a ser
testemunhas alegres do Evangelho.
Por fim, desejou
a todos um bom caminho de Advento, preparando a estrada para o Senhor que
vem. (MJ)
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Fonte: radiovaticana.va news
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