Papa Francisco chega a Bangladesh
Daca (RV) - O
Papa Francisco deixou Mianmar, nesta quinta-feira (30/11), e se dirigiu para
Bangladesh, segunda etapa de sua 21ª viagem apostólica internacional.
Papa no aeroporto internacional de Daca |
Acolheram também
o Papa demais autoridades políticas e civis, bispos, fiéis e quarenta crianças
que executaram danças tradicionais.
Após a cerimônia
de boas-vindas, no aeroporto de Daca, o Santo Padre visitará o Memorial
Nacional dos Mártires, em Savar, fará uma homenagem ao Pai da Pátria no
Bangabandhu Memorial Museum e assinará o Livro de Honra.
A seguir, haverá
a visita de Cortesia ao Presidente no Palácio Presidencial e, por fim, o
encontro com as Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático no
Palácio Presidencial.
Antes de deixar
Mianmar, o Papa Francisco doou, ao Arcebispado de Yangun, um escultura que
representa São Francisco de Assis durante a proclamação do famoso “Sermão das
Aves”, símbolo de fraternidade entre o ser humano e a Criação.
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Em Daca, Papa
reza no Memorial dos Mártires
Daca (RV) - Ao
deixar o Aeroporto de Daca, o Papa Francisco dirigiu-se ao Memorial Nacional
dos Mártires de Savar (35 km à nordeste , de Daca), símbolo dos mártires que
deram a sua vida pelo país na guerra de libertação de 1971.
Francisco
depositou flores no local, enquanto era tocada uma trombeta e a bandeira era
posicionada a meio-mastro.
No local, o Papa
também assinou o Livro de Honra e plantou uma árvore no “Jardim da Paz”.
O monumento
projetado pelo arquiteto Syed Moinul Hossain foi inaugurado nos anos 80. Sua
estrutura, formada por sete planos triangulares isósceles, de dimensões
decrescentes. O ponto mais alto da estrutura alcança 45 metros.
Realizado em
concreto, o monumento inclui também outras estruturas em tijolos vermelhos, se
estendendo por 34 hectares, circundados por suas vez por outros 10 hectares de
verde.
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Papa
visita Museu em homenagem ao Pai da Nação
Daca (RV) - Do
Memorial dos Mártires, o Papa Francisco dirigiu-se ao “Bangabandhu Memorial
Museum”, distante 35,4 km, segundo compromisso em terras bengalesas.
O Pontífice foi
acolhido no local por cinco familiares daquele que é considerado o “Pai da
Nação”, Xeique Mujibur Rahaman.
Mujibur Rhaman
viveu neste local, até ser assassinado juntamente com 31 membros de sua família
em 15 de agosto de 1975, durante a guerra de independência do país. As paredes
do Museu ainda preservam as marcas dos tiros disparados na ocasião.
A moradia
transformou-se em Museu em 1997 e nele estão expostas algumas fotografias raras
da vida do Xeique Mujibur – primeiro Presidente do país – objetos pessoais
usados ao longo de sua existência.
Do Museu em
homenagem ao “Pai da Pátria”, o Papa Francisco transferiu-se ao Palácio
Presidencial, distante 36 km, onde foi recebido pelo Secretário Militar do
Presidente, que o acompanhou até a entrada de honra, onde lhe aguardava o
Presidente, Abdul Hamid.
Após as
saudações, realizou-se o encontro privado no “Credentials Hall”. A família do
Presidente foi apresentada ao Pontífice e houve a troca de dons.
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Papa Francisco:
Generosidade e solidariedade,
sinais caraterísticos da sociedade bengalesa
Daca (RV) - O
Papa Francisco encontrou-se, nesta quinta-feira (30/11), no Palácio
Presidencial, em Daca, Bangladesh, com as autoridades, com o Corpo diplomático
e a sociedade civil.
O Pontífice
agradeceu ao Presidente bengalês, Abdul Hamid, pelo convite a visitar esta
nação e por suas palavras de boas-vindas.
“Seguindo as
pegadas de dois dos meus Predecessores, os Papas Paulo VI e João Paulo II,
estou aqui para rezar com os meus irmãos e irmãs católicos e oferecer-lhes uma
mensagem de estima e encorajamento”, disse Francisco.
“Bangladesh é um
Estado jovem e todavia ocupou sempre um lugar especial no coração dos Papas,
que desde o princípio expressaram solidariedade ao seu povo, procurando
acompanhá-lo na superação das dificuldades iniciais e apoiando-o na tarefa
exigente da construção da nação e do seu desenvolvimento. Agradeço a
oportunidade de me dirigir a esta assembleia, que reúne homens e mulheres com
responsabilidades especiais na tarefa de dar forma ao futuro da sociedade
bengalesa.”
O Papa disse que
durante o voo para Daca, recordaram a ele que Bangladesh – “«Golden Bengal» – é
uma nação interligada por uma vasta rede fluvial e por vias navegáveis, grandes
e pequenas. Creio que esta beleza natural é emblemática de sua particular identidade
como povo. Bangladesh é uma nação que se esforça para alcançar uma unidade de
linguagem e cultura com o respeito pelas diferentes tradições e comunidades,
que fluem como inúmeros riachos, vindo enriquecer o grande curso da vida
política e social do país”.
“No mundo de
hoje, nenhuma comunidade, nação ou Estado pode sobreviver e progredir no
isolamento. Como membros da única família humana, precisamos uns dos outros e
dependemos uns dos outros. O Presidente Sheikh Mujibur Rahma compreendeu e
procurou incorporar este princípio na Constituição Nacional. Imaginou uma
sociedade moderna, pluralista e inclusiva, onde cada pessoa e cada comunidade
pudesse viver em liberdade, paz e segurança, respeitando a inata dignidade e
igualdade de direitos de todos. O futuro desta jovem democracia e a saúde da
sua vida política dependem essencialmente da fidelidade a esta visão fundadora.
Com efeito, só através dum diálogo sincero e do respeito pelas legítimas
diversidades é que um povo pode reconciliar as divisões, superar perspectivas
unilaterais e reconhecer a validade de pontos de vista divergentes. Uma
vez que o diálogo autêntico aposta no futuro, ele constrói unidade ao serviço
do bem comum e está atento às necessidades de todos os cidadãos, especialmente
dos pobres, dos desfavorecidos e daqueles que não têm voz.”
Francisco
recordou que “nos meses passados, pôde-se observar de maneira bem tangível
o espírito de generosidade e solidariedade – sinais caraterísticos da sociedade
de Bangladesh – no seu ímpeto humanitário a favor dos refugiados chegados em
massa do Estado de Rakhine, proporcionando-lhes abrigo temporário e provisões
para as necessidades primárias da vida. Isto foi conseguido à custa de não
pouco sacrifício; e foi realizado também sob o olhar do mundo inteiro. Nenhum
de nós pode deixar de estar consciente da gravidade da situação, do custo
imenso exigido de sofrimentos humanos e das precárias condições de vida de
tantos dos nossos irmãos e irmãs, a maioria dos quais mulheres e crianças
amontoados nos campos de refugiados. É necessário que a comunidade
internacional implemente medidas resolutivas diante dessa grave crise, não só
trabalhando para resolver as questões políticas que levaram à massiva
deslocação de pessoas, mas também prestando imediata assistência material a
Bangladesh em seu esforço de responder eficazmente às urgentes carências
humanas.”
“Apesar da minha
visita ser primariamente dirigida à Comunidade católica do Bangladesh, considero
um momento privilegiado o meu encontro que terá lugar amanhã em Ramna com os
Responsáveis ecumênicos e inter-religiosos. Juntos, rezaremos pela paz e
reafirmaremos o nosso compromisso de trabalhar pela paz. Bangladesh é conhecido
pela harmonia que tradicionalmente existe entre os seguidores de várias
religiões. Esta atmosfera de respeito mútuo e um clima crescente de
diálogo inter-religioso permitem aos fiéis expressar livremente as suas
convicções mais profundas sobre o significado e a finalidade da vida. Assim,
podem contribuir para promover os valores espirituais que são a base segura
para uma sociedade justa e pacífica. Num mundo onde muitas vezes a religião é –
escandalosamente – usada para fomentar a divisão, revela-se ainda mais
necessário um tal gênero de testemunho do seu poder de reconciliação e união. Isto
manifestou-se de forma particularmente eloquente na reação comum de indignação
que se seguiu ao brutal ataque terrorista do ano passado aqui em Daca e na
mensagem clara enviada pelas autoridades religiosas da nação, segundo a qual o
santíssimo nome de Deus não pode jamais ser invocado para justificar o ódio e a
violência contra outros seres humanos, nossos semelhantes.”
Segundo o Papa,
“embora em número relativamente reduzido, os católicos de Bangladesh procuram
desempenhar um papel construtivo no desenvolvimento da nação, especialmente
através das suas escolas, clínicas e dispensários. A Igreja aprecia a
liberdade – de que beneficia toda a nação – de praticar a sua fé e realizar as
suas obras sócio-caritativas, incluindo a de oferecer aos jovens, que representam
o futuro da sociedade, uma educação de qualidade e um exercício de saudáveis
valores éticos e humanos. Em suas escolas, a Igreja procura promover uma
cultura do encontro, que tornará os alunos capazes de assumir as suas próprias
responsabilidades na vida da sociedade. Com efeito, nestas escolas, a grande
maioria dos estudantes e muitos dos professores não são cristãos, mas provêm de
outras tradições religiosas.Tenho a certeza de que a Comunidade católica, de
acordo com a letra e o espírito da Constituição Nacional, continuará a gozar da
liberdade de levar adiante estas boas obras como expressão de seu empenho a
favor do bem comum”.
Senhor
Presidente, queridos amigos!
Agradeço a sua
atenção e asseguro-lhes as minhas orações, para que, em suas nobres responsabilidades,
sejam sempre inspirados pelos altos ideais de justiça e serviço aos seus
concidadãos. De bom grado invoco, sobre vocês e sobre todo o povo de
Bangladesh, as bênçãos divinas da harmonia e da paz.
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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