sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Leituras do

3º Domingo do Advento


1ª Leitura: Is 61,1-2a.10-11
Livro do profeta Isaías:
O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor.
Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa ou uma noiva com suas joias.
Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.
...........................................................................................................................................................
Responsório: Ct. Lc 1
A minh’alma se alegra no meu Deus.
A minh’alma se alegra no meu Deus.
A minha alma engrandece ao Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador, pois, ele viu a pequenez de sua serva, desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.
- O Poderoso fez por mim maravilhas. E Santo é o seu nome! Seu amor, de geração em geração, chega a todos que o respeitam.
- De bens saciou os famintos, e despediu os ricos sem nada. Acolheu Israel, seu servidor, fiel ao seu amor.
............................................................................................................................................................
2ª Leitura: 1Ts 5,16-24
Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses:
Irmãos: Estai sempre alegres! Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo.
Não apagueis o espírito! Não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom. Afastai-vos de toda espécie de maldade! Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente, e que tudo aquilo que sois — espírito, alma, corpo — seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! Aquele que vos chamou é fiel; ele mesmo realizará isso.
.............................................................................................................................................................
Evangelho:  Jo 1,6-8.19-28
Evangelho de São João:
Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”.
Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”.
Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’” — conforme disse o profeta Isaías. Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?”
João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”.
Isso aconteceu em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.
Reflexão:
Alegria por causa de Deus, escondido, mas próximo

Em meio ao estresse de uns e a miséria de outros faz bem ouvir uma mensagem de alegria: “Transbordo de alegria por causa do Senhor… Como a terra produz a vegetação e o jardim faz brotar suas sementes, assim o Senhor fará brotar a justiça e a glória diante de todas as nações”. Este trecho, o “Magnificat do Antigo Testamento”, é a expressão de um povo que acredita na sua renovação, porque Deus está aí (1ª leitura).
Geralmente as pessoas têm medo da presença de Deus (cf. Is 6,5). Foi preciso que Deus se desse a conhecer de maneira diferente para que superássemos esse medo. Mas esse “Deus diferente” estava escondido. Quem nos prepara para a descoberta é João Batista, hoje apresentado na ótica do Evangelho de João. Ele não é a luz, mas vem testemunhar da luz (Jô 1,6-8). Ele não é o Messias, nem o Profeta (novo Moisés), nem Elias (1,21). Ele se identifica com a voz que convida o povo a preparar uma estrada para a chegada do Senhor (1,23, cf. Is 40,3). E anuncia: “No meio de vós está alguém que não conheceis, aquele que vem depois de mim, e do qual não sou digno de desatar a correia da sandália” (1, 26-27). Naquele que o Batista anuncia manifesta-se que Deus está perto de nós, não como realidade assustadora, mas como pessoa humana que nos ama com tanta fidelidade que dá até sua vida por nós. Não é essa uma razão de alegria? Alegria contida, pois sabemos quanto custou a Jesus manifestar a presença de Deus desse jeito…
Por que Deus não veio logo com todo o seu poder? Deus prefere ficar escondido. É discreto. Quer deixar espaço para nós, para construirmos a História que Deus nos confia. Discretamente assim, quer participar ativamente de nossa história, em Jesus, para que aprendamos a fazer a história do jeito dele. E esse jeito se chama shalom: paz e felicidade. Lembrando a vinda de Jesus ao mundo, celebramos a presença discreta de Deus em nossa história. Que significa “alegria” no mundo de hoje? Réveillon num restaurante cinco estrelas? Bem diferente é a imagem que surge da 2ª leitura: “Estai sempre alegres, orai sem cessar, por tudo daí graças. Não apagueis o Espírito….”As primeiras comunidades cristãs viviam na espera da volta gloriosa de Jesus para breve. Eram animadas pelo Espírito de Deus, que os fazia até falar profeticamente. Por isso era preciso “examinar e ficar com o que fosse bom” (5,19), pois havia também “profetas confusos”, como hoje… Mas o importante era que reinasse a alegria por causa da proximidade do Senhor. Deus mesmo quer nos aperfeiçoar e santificar e não desiste: “Quem vos chamou é fiel: ele o fará” (5,24). A alegria é saber-se aceito por Deus, como a amada pelo amado (cf. 1ª leitura).
Talvez esta imagem da alegria não convença todos. É pouco publicitária… Ora, este terceiro domingo do Advento chama-se pela primeira palavra da antiga antífona em latim, “Gaudete”, “Alegrai-vos”. Se não formos capazes de participar dessa alegria, esticando o pescoço no alegre desejo de ver aquele que está discretamente presente no meio de nós, alguma coisa não está certa…
                    Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
.....................................................................................................................................
                                        Reflexão e Ilustração: franciscanos.org.br  Banner: cnbb.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário