Cidade ideal
não conhece muros, "mão única" e becos sem saída
não conhece muros, "mão única" e becos sem saída
Cidade do
Vaticano (RV) – O Santo Padre concluiu sua série de audiências, na manhã
deste sábado (30/9), recebendo na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 300
membros da Associação Nacional das Prefeituras Italianas (ANCI).
Em seu denso
discurso, o Papa disse que, na Sagrada Escritura, há muitas citações sobre
imagens de cidades:
“A imagem da
cidade exprime que uma sociedade humana pode ser governada apenas quando
estiver baseada em uma solidariedade verdadeira. Caso contrário, é condenada à
violência do caos quando aumentam as invejas, as ambições desenfreadas e o
espírito de adversidade”.
Papa Francisco com a prefeita de Roma, Virginia Raggi |
Mas, a cidade
sobre a qual fala Francisco é aquela que é confiada à responsabilidade pessoal.
É uma cidade que não admite individualismo exasperado, mas dissocia os
interesses privados daqueles públicos; não suporta os becos cegos da corrupção,
onde se aninham as chagas da desagregação; não conhece muros da privatização
dos espaços públicos. E o Papa explicou:
“Para abraçar e
servir esta cidade é preciso um coração bom e grande que custodia a paixão pelo
bem comum. Isso ajuda a crescer nas pessoas a dignidade de cidadãos, dando a
possibilidade a cada um de realizar a si mesmo e à sua família, e abrir-se à
comunhão com todos”.
Para que reine a
dignidade dos cidadãos, frisou o Papa, é preciso promover a justiça social, o
trabalho, os serviços, as oportunidades, o bem comum. Sem isso, emergem novas
formas de pobreza, marginalização, desemprego. Enfim, é preciso educar à
corresponsabilidade, igualdade e fraternidade. Por isso, Francisco sugeriu:
“Para caminhar
nesta perspectiva, é preciso uma política e uma economia centralizadas na
ética: uma ética de responsabilidade, de relações, de comunidade, de ambiente;
é preciso de formas de cidadania sólidas e duradouras, de políticas de
acolhimento e de integração social”.
Aqui, Papa
Francisco recordou a chaga dos migrantes e refugiados, que encontra explicação
no natural temor em relação ao estrangeiro, agravado pelas feridas da crise
econômica, pela pouca preparação das comunidades locais, por medidas
inadequadas. Por isso, são bem vindas - diz ele - as iniciativas que promovem a
cultura do encontro e intercâmbios artísticos e culturais. E o Santo Padre
concluiu:
“Neste sentido,
a política pode cumprir sua tarefa fundamental que consiste em olhar o futuro
com esperança. Tal esperança faz emergir as melhores energias de cada um, dos
jovens em primeiro lugar. Eles não devem ser apenas destinatários de nobres
projetos, mas protagonistas”.
O Papa se
despediu dos membros da Associação nacional das Prefeituras Italianas
encorajando-os a uma maior disponibilidade nas suas competências, sendo sempre
generosos e desapegados no serviço que prestam ao bem comum. (MT)
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Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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