Maior Competição
A melhor e maior competição é a de a pessoa se esforçar para fazer o bem maior aos outros.
Competição não é
briga e sim esforço para vencer uma disputa em harmonia e respeito à outra
parte, que também tem o mesmo propósito. Nessa perspectiva o adversário não é
inimigo, mas irmão. Muitas vezes se “perdem a cabeça” e a racionalidade quando
se faz uma competição. Isso acontece também no esporte e na política, surgindo
até agressão física e morte. É a competição irracional e animalesca.
Precisamos
ajudar na formação do caráter das pessoas para a convivência cidadã, em que,
mesmo na variedade de opiniões, ideias e ideais, elas convivam de forma
civilizada e respeitosa, até nas diferenças religiosas.
A melhor e maior
competição é a de a pessoa se esforçar para fazer o bem maior aos outros.
Como é bom ver pessoas e instituições que não medem sacrifícios para contribuir
com a promoção do semelhante, com iniciativas e atividades que ajudam realmente
a melhoria de vida e superação de dificuldades. Fazem a diferença enquanto não
buscam a grandeza de si próprias e sim a do próximo. É a competição do amor,
tão caraterizada pela pessoa de Cristo e seus ensinamentos! Ele diz que mais
ganha quem mais dá de si e até perde pelo bem do outro, como o bom samaritano.
Se formarmos as
pessoas nessa dinâmica de grandeza em mais servir através de suas famílias,
profissões e vocações, teríamos mais desses servidores do povo, principalmente
em situações de lideranças, como os políticos e outros. Os recursos
públicos seriam melhor usados para a promoção do povo, com os impostos bem
usados em bem dos serviços mais importantes e necessários para suprirem
suas necessidades e terem vida digna. As lideranças e elites de todas as
áreas teriam mais altivez, não apresentando fome insaciável por salários que
vão muito acima do que a maioria do povo recebe. Muitos não recebem quase nada
do necessário para viver com modéstia, mas com o mínimo de
dignidade.
O apóstolo Paulo
lembra que “nada devemos fazer por competição ou vanglória, mas com humildade”
(Filipenses 2,3). Para isso acontecer, precisamos valorizar mais a
grandeza de entesourar o amor vivenciado do que o dinheiro e os
interesses de se sentir mais importante, usufruindo de vantagens diante
dos outros, “não cuidando somente do que é seu, mas também do que é do
outro”, principalmente do bem comum (idem 2,4. Quem segue o exemplo de Jesus,
procura imitá-lo nessa mesma atitude.
Precisamos fazer
uma verdadeira empreitada educativa de formação para a alteridade, a ética e a
promoção da consciência do cuidado com o bem comum. Ao contrário, vamos ter uma
sociedade cada vez mais cheia de pessoas egoístas e inimigas umas das outras.
Temos que acreditar numa educação para o amor, onde exista a boa competição
entre todos e se valorize mais o servir do que o ser servido. Assim as
consequências serão as melhores para quem mais dá de si pela promoção do outro
e do meio ambiente. A ideia e a prática do cuidar do humano e do planeta são o
cuidar de si mesmo
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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