Corrigir
Se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se arrependa, e se ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa, porém, tu salvarás tua vida" (Ezequiel 33,9).
O apóstolo Paulo
lembra que amar é uma obrigação e não se deva nada a ninguém a não ser o amor
mútuo, pois isso é a lei de Deus. De fato, quem ama nada faz em prejuízo do
semelhante (Cf. Romanos 13,8). Mas a correção do erro precisa ser feita, a
ponto de não se deixar de cooperar com o bem de quem erra. A misericórdia
inclui a ajuda para quem erra. Jesus fala da correção fraterna em relação ao
pecado do próximo (Cf. Mateus 18,15-17).
A começar dos
próprios membros da família, a formação para o diálogo, a ajuda para orientar
os filhos, a atenção para se evitar os desentendimentos, a prevenção para
as pessoas não caírem em ciladas e desvios de conduta, são atitudes de grande
importância. Deste modo, formam-se as pessoas para o discernimento e a não
assumirem ideias nem seguirem maus exemplos de quem não vive valores ou
situações éticas ou ferem a dignidade da vida e o desrespeito ao meio
ambiente.
O profeta afirma
categoricamente: “Se advertires o ímpio a respeito de sua conduta, para que se
arrependa, e se ele não se arrepender, o ímpio morrerá por própria culpa,
porém, tu salvarás tua vida" (Ezequiel 33,9). Não se trata de querer
impor aos outros os próprios valores, mas de apresentar a possibilidade do
errante refletir sobre valores que realmente ajudem os outros a saírem de seu
caminho desviado que os leva ao infortúnio.
Sabe-se, por
exemplo, que determinados vícios e atitudes provocam infelicidade para as
pessoas que os praticam, com consequências danosas também para suas famílias e
a sociedade. Dependência química, crimes, ofensa ao próximo, degradação
do meio ambiente, roubos, mal uso dos cargos e de lideranças, má formação da
família, ignorância, falta de cuidado com a saúde, penalização mal aplicada,
são fatores de desrespeito à dignidade humana, que precisam ser corrigidos para
o benefício das pessoas e da sociedade.
Se os pais não
ensinarem os filhos e não cooperem com a sua formação do caráter para eles
saberem assumir valores do amor e da dignidade humana, corrigindo atitudes e
comportamento contrários aos mesmos, teremos maus cidadãos. Esses serão
infelizes e infelicitarão os que estiverem a seu redor. Saber formar e corrigir
é próprio de quem ama, mesmo com o sacrifício para dar tempo de si e cooperar
com a boa educação dos filhos. Ao contrário, o influxo dos maus exemplos e da
mídia mal utilizada é que formarão seu caráter de modo inadequado para a sua
realização e felicidade.
Quanto à
correção do próximo, Jesus ensina a nos dirigir primeiramente à pessoa
interessada ou errada. Se ela não aceitar a correção, deve-se abordá-la com
outras pessoas que a tentem convencer-se do erro para superá-lo. Com isso, se
não houver êxito na abordagem, deve-se, em seguida, dirigir-se à autoridade
para que ajude quem está no erro para corrigir-se. Depois, com a negativa
daquela pessoa, ela deve sofrer as consequências de seus erros (Cf. Mateus, 18,
15-20).
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br
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