Bênção do Papa à Obra Talitha Kum
Cartagena (RV) – O domingo (10/09) do Papa começou cedo. Às 7h20 (horário local), Francisco deixou a Nunciatura Apostólica e se dirigiu ao aeroporto militar de Bogotá.
Centenas de milhares de pessoas saudaram o Papa em sua passagem com o papamóvel aberto. A grande multidão dos dois lados das ruas, aclamando o Pontífice, por vezes dificultou a passagem do cortejo papal.
Cartagena das Índias
Cartagena é capital do Departamento de Bolívar e se encontra a 635 km ao norte da capital, no Mar do Caribe. É a quinta maior cidade do país e suas mais importantes atividades econômicas são os complexos marítimos, pesqueiros e petroquímicos, além de ser o principal destino turístico do país.
Mensageiro da paz |
A primeira parada de Francisco na cidade de Cartagena foi o bairro São Francisco, onde se situa a Casa para sem-teto da Obra Talitha Kum, uma rede internacional da Vida Consagrada contra o tráfico de pessoas. Na Praça São Francisco de Assis, centenas de pessoas aguardavam o Papa, inclusive muitas meninas assistidas pela Obra que foram recuperadas da escravidão e da prostituição. O Pároco Pe. Elkin Acavedo cumprimentou o Papa, trocando algumas palavras, e Francisco abençoou a pedra fundamental da Casa e fez a seguinte oração:
“Bendito sejas, Senhor, Deus de misericórdia, que em teu Filho destes um admirável exemplo de caridade e por Ele nos encomendou vivamente o mandato do amor; colmai de bênçãos estes teus servidores que se dedicam generosamente à ajuda dos irmãos; faz com que, nas necessidades urgentes, te sirvam fielmente com uma entrega total à pessoa do próximo”.
Em seguida, o Papa percorreu alguns metros em papamóvel até entrar na casa de uma senhora, Lorenza, 77, que há mais de 50 anos é voluntária no refeitório da Obra. (cm)
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Papa Francisco:
Trabalhemos pela dignidade dos pobres e descartados
Cartagena (RV) – A oração mariana do Angelus deste domingo (10) foi feita direto do Santuário São Pedro Claver, no centro histórico da cidade de Cartagena. O Monastério e a Igreja dedicados ao santo missionário espanhol, defensor dos direitos dos escravos, pertencam à Companhia de Jesus.
Em frente ao complexo religioso, a comunidade de Cartagena escutou atenta à alocução do Papa Francisco da Praça da Aduana. O Santo Padre conduziu o pensamento de todos à Maria, convidando os fiéis a contemplá-La, sob a invocação de Nossa Senhora de Chiquinquirá, a padroeira da Colômbia.
Alegria e fé |
O Papa Francisco, assim, procurou ilustrar “o exemplo dos humildes e dos que não contam” que conseguem recuperar a dignidade através das mãos de pessoas simples, como as de Maria Ramos, que contemplam a presença de Deus, que se revela com maior nitidez o Mistério do amor de Deus. Além de Maria, a “escrava do Senhor”, o Papa Francisco também pediu uma oração a São Pedro Claver, “o escravo dos negros para sempre”, “caritativo até o heroísmo”.
“Ele esperava os navios que chegavam da África ao principal mercado de escravos no Novo Mundo. Muitas vezes recebia-os apenas com gestos evangelizadores, devido à impossibilidade de comunicar pela diferença das línguas. Mas Pedro Claver sabia que a linguagem da caridade e da misericórdia era entendida por todos. Na verdade, a caridade ajuda a compreender a verdade, e a verdade reclama gestos de caridade. Quando sentia repugnância deles, beijava-lhes as feridas.
Ainda hoje, acrescentou o Papa, “na Colômbia e no mundo, milhões de pessoas são vendidas como escravos, ou então mendigam um pouco de humanidade, uma migalha de ternura, fazem-se ao mar ou metem-se a caminho porque perderam tudo, a começar pela sua dignidade e os seus direitos”.
“Maria de Chiquinquirá e Pedro Claver nos convidam a trabalhar pela dignidade de todos os nossos irmãos, especialmente os pobres e descartados da sociedade, aqueles que estão abandonados, os emigrantes, as vítimas da violência e do tráfico humano. Todos eles têm a sua dignidade, e são imagem viva de Deus. Todos fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e a todos nos sustenta a Virgem nos seus braços como filhos amados.”
Depois da oração mariana do Angelus, o Papa assegurou a sua oração pelos países da América Latina, em particular pela vizinha Venezuela e pela Colômbia.
“Expresso a minha proximidade a cada um dos filhos e filhas desta amada nação, e também aos venezuelanos que encontraram guarida nesta terra colombiana. Daqui, desta cidade sede dos direitos humanos, faço apelo para que se rejeite todo o tipo de violência na vida política e se encontre uma solução para a grave crise que se está a viver e afeta a todos, especialmente aos mais pobres e desfavorecidos da sociedade.”
Em seguida, o Papa fez uma visita ao Santuário, onde estavam cerca de 300 expoentes da comunidade afro-americana, que recebem auxílio dos jesuítas. Francisco ainda fez um instante de oração e silêncio perante as relíquias do santo espanhol para depois, de forma privada, encontrar um grupo de representantes da Companhia de Jesus. (AC)
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Missa pelos direitos humanos encerra visita do Papa Colômbia
Cartagena (RV) –
Após almoçar no Claustro do Mosteiro de Santo Domingo, em Cartagena, neste
domingo (10/09), o Papa foi ao Arcebispado e à Catedral, onde se encontravam
cerca de 300 pessoas enfermas.
De carro
fechado, se deslocou até a Base Naval de Cartagena, e de helicóptero, foi
a Contecar, área portuária da cidade. Durante o voo, Francisco abençoou a
imagem da Virgem da Bahia, que se encontra nesta baía natural de 8 mil hectares.
O terminal Contecar é o quarto mais importante da América Latina, além de
hospedar grandes eventos esportivos, musicais e culturais.
Com o papamóvel,
Francisco deu uma volta entre a multidão, estimada em 1 milhão de pessoas, e
foi acolhido por uma delegação de portuários (estivadores), que o acompanharam
à Sacristia.
No palco montado
para a ocasião, estavam as relíquias de São Pedro Claver, a quem o
Papa dedicou suas primeiras palavras na homilia da missa. O tema deste último
dia da viagem, «Dignidade da pessoa e direitos humanos», foi inspiração para a
reflexão de Francisco.
A homilia
Cartagena das
Índias é a sede dos Direitos Humanos na Colômbia. E aqui,no Santuário de São
Pedro Claver, iniciou o Papa, “a Palavra de Deus fala-nos de perdão, correção,
comunidade e oração”.
"Podemos dar uma grande contribuição para este novo passo que quer
dar a Colômbia. Jesus indica-nos que este caminho
de reinserção na comunidade começa por um diálogo a dois"
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Lembrando os
diversos encontros que teve nos últimos dias com ex-guerrilheiros e vítimas da
violência da guerra e de abusos, o Papa disse ter ouvido muitos testemunhos de pessoas
que foram ao encontro de quem lhes fizera mal.
Há décadas -
disse - a Colômbia busca a paz mas, como ensina Jesus, não foi suficiente que
as duas partes se encontrassem e dialogassem; foi necessário incorporar muitos
mais atores neste diálogo reparador dos pecados.
«O autor
principal, o sujeito histórico deste processo, é a gente e a sua cultura, não
uma classe, um grupo, uma elite”, disse, citando o modelo de São Pedro Claver:
São Pedro Claver
“Soube restaurar
a dignidade e a esperança de centenas de milhares de negros e escravos que
chegavam em condições absolutamente desumanas, cheios de pavor, com todas as
suas esperanças perdidas”.
Mas
infelizmente, prosseguiu, “há pessoas que persistem em pecados que ferem a
convivência e a comunidade, como aqueles que lucram com as drogas, desafiando
leis morais e civis, devastam os recursos naturais, exploram o trabalho; fazem
tráficos ilícitos de dinheiro e especulações financeiras, lançando na pobreza
milhões de homens e mulheres”.
“A prostituição
que diariamente ceifa vítimas inocentes, sobretudo entre os mais jovens,
roubando-lhes o futuro; o abominoso tráfico de seres humanos, os crimes e
abusos contra menores, a escravidão que ainda espalha o seu horror em muitas
partes do mundo, a tragédia frequentemente ignorada dos emigrantes sobre quem
se especula indignamente na ilegalidade”.
A história e
Jesus nos interpelam
“A história”,
exortou o Papa, “pede-nos para assumirmos um compromisso definitivo na defesa
dos direitos humanos. E Jesus pede-nos para rezarmos juntos; que a nossa
oração seja sinfônica, com matizes pessoais, acentuações diferentes, mas que
se erga de maneira concorde num único grito”.
E concluiu:
“Estou certo de
que hoje rezamos juntos pelo resgate daqueles que erraram e não pela sua
destruição, pela justiça e não pela vingança, pela reparação na verdade e não
no seu esquecimento. Rezamos para cumprir o lema desta visita: «Demos o
primeiro passo», e que este primeiro passo seja numa direção comum”.
“Se a Colômbia
quer uma paz estável e duradoura, deve dar urgentemente um passo nesta direção,
que é a do bem comum, da equidade, da justiça, do respeito pela natureza humana
e as suas exigências. Jesus prometeu acompanhar-nos até ao fim dos tempos,
Ele não deixará estéril um esforço tão grande”. (CM)
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Papa fez apelo pelo fim do narcotráfico:
Semeia morte e destruição
Cartagena (RV) - Na homilia da Missa conclusiva de sua viagem à Colômbia, celebrada em Cartagena, o Papa Francisco voltou a condenar com veemência os “pecados que ferem a convivência e a comunidade”, em particular, o narcotráfico, "que a única coisa que faz é semear morte e destruição":
Francisco fala à multidão de fiéis |
“Penso no drama dilacerante da droga com a qual se lucra desafiando leis morais e civis; este mal atinge diretamente a dignidade da pessoa humana e despedaça progressivamente a imagem que o Criador plasmou de nós. Condeno com firmeza aqueles que colocaram fim a tantas vidas mantidas e sustentadas por homens sem escrúpulos. Não se pode brincar com a vida dos nossos irmãos, nem manipular a sua dignidade. Faço um apelo para que se busque uma forma para colocar fim ao narcotráfico, que a única coisa que faz é semear morte e destruição, destroçando tantas esperanças e destruindo tantas famílias”.
O Papa também chamou a atenção para outras injustiças:
“Penso também em outro drama: na devastação dos recursos naturais e na poluição em curso, na tragédia da exploração do trabalho; penso nos tráficos ilícitos de dinheiro como também na especulação financeira que, muitas vezes, assume caráteres predadores e nocivos para inteiros sistemas econômicos e sociais, lançando na pobreza milhões de homens e mulheres; penso na prostituição que diariamente ceifa vítimas inocentes, sobretudo entre os mais jovens, roubando-lhes o futuro; penso no abominável tráfico de seres humanos, nos crimes e abusos contra menores, na escravidão que ainda espalha o seu horror em muitas partes do mundo, na tragédia frequentemente ignorada dos emigrantes sobre quem se especula indignamente na ilegalidade”.
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O adeus do Papa
à Colômbia:
"Escravos da paz para sempre"
Cartagena (RV) –
Na conclusão da missa celebrada na área portuária Contecar, em Cartagena,
domingo (10/09), o Papa se despediu da multidão e da Colômbia com algumas
palavras de agradecimento:
“Ao concluir
esta celebração, desejo agradecer a Dom Jorge Enrique Jiménez Carvajal,
Arcebispo de Cartagena, as amáveis palavras que me dirigiu em nome dos seus
irmãos no episcopado e de todo o povo de Deus.
Colômbia, o teu irmão precisa de ti!
Vai ao seu encontro, levando o abraço da paz,
livre de toda a violência, «escravos da paz para sempre»
|
Saúdo o Senhor
Presidente Juan Manuel Santos, as autoridades civis e todos os que quiseram
unir-se conosco nesta Celebração Eucarística, aqui ou através dos meios de
comunicação.
Agradeço o
esforço e colaboração que tornaram possível esta visita. Há tantos que
colaboraram oferecendo o seu tempo e disponibilidade. Foram dias intensos e
belos, durante os quais pude encontrar tantas pessoas e conhecer tantas
realidades que me tocaram o coração. Vós ajudastes-me imenso.
Queridos irmãos,
gostaria de vos deixar uma última palavra: não nos contentemos com «dar o
primeiro passo», mas continuemos diariamente a caminhar juntos, procurando ir
ao encontro do outro, em busca da harmonia e da fraternidade.
Não podemos ficar parados
Aqui mesmo, a 8
de setembro de 1654, morria São Pedro Claver, depois de quarenta anos de
escravidão voluntária, de trabalho incansável a favor dos mais pobres. Ele não
ficou parado; depois do primeiro passo, seguiram-se muitos outros. O seu
exemplo nos leve a sair de nós mesmos para ir ao encontro do próximo.
Colômbia, o teu
irmão precisa de ti! Vai ao seu encontro, levando o abraço da paz, livre de
toda a violência, «escravos da paz para sempre». (cm)
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Assista:
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Assista:
Fonte: radiovaticana.va news.va
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