Ideologia de gênero, de novo!
Em agosto, na
cidade de Porto Alegre, o Instituto Santander Cultural, usando dinheiro
público, inaugurou uma mostra intitulada “Queermuseu”. A exposição destinada a
todo tipo de público, inclusive infantil, exibia a pedofilia, zoofilia e
ataques abundantes à fé católica. A exposição que abordava questões de gênero e
diferença foi suspensa. A reação da população foi forte contra a exposição e a
favor de uma cultura do humanismo solidário, que não precisa de agredir quem
pensa diferente. Nem apelar para o terrorismo cultural e intolerância, com
desculpa de promover liberdade de expressão.
É preciso
respeitar o que é mais íntimo no outro: sua fé e seu corpo. Mas o que está por
debaixo deste acontecimento, assim como de tantos outros similares?
A Base Nacional
Curricular Comum (BNCC), do Ministério da Educação, tem por meta introduzir,
obrigatoriamente, a partir de 2018, em todas as escolas do Brasil, a chamada “ideologia
de gênero”. É esta obsessão do Ministério da Educação que provoca estes
embates.
Ela consiste em
ensinar que ser mulher ou ser homem não é algo determinado por um dado
biológico, mas, sim, fruto de mera construção sociocultural, de modo que o ser
humano poderia escolher – contra a base biológica dada pela natureza – ser
homem, mulher ou neutro (nem um nem outro). É algo irracional.
Tal doutrinação,
se aplicada como quer o Governo Federal, traria graves consequências para a
Nação. Isto, contraria, a Lei natural física e moral, que coincide, no caso,
com a Antropologia e as Ciências Médicas.
A Revelação
judaico-cristã não pode admitir tal ideologia. Em linguagem bíblica, Deus
projetou o ser humano à sua imagem e semelhança, criando-os homem e mulher (cf.
Gn 1,26-27). Ora, pleitear a ideologia de gênero é colocar-se contrário a esse
projeto do Criador para com a criatura.
Tratando do
assunto à luz da ciência médica, conclui-se que todos nascemos com um sexo
biológico definido e não o contrário. Há, sim, situações biológicos e
psicológicos, porém essas situações não constituem terceiro sexo, afirmou a Associação
Americana de Pediatras, em Nota do dia 21 de março de 2016.
Há que se ter
compreensão e aceitação do diferente, mas não se pode impor à toda à sociedade
como se fosse razoável, algo irracional e anticientífico. A ideologia de
gênero é, portanto, além de grave atentado contra Deus, prestar um desserviço a
atual e às futuras gerações.
A derrocada da
ética na sociedade atual e o mergulho em uma cultura de morte são
fruto de um modo de conceber a vida humana e a sociedade, colocando no centro a
técnica e não Deus ou o homem. A técnica não tem ideal ou finalidade, se esgota
em si mesma e tende a fazer do ser humano mais uma peça da sua gigantesca
engrenagem.
Após a falência
das utopias e de valores universalmente válidos, o que sobrou para ocupar seu lugar
é a técnica. O tecnicismo se arvora em nova religião com dogmas pesados, os
quais tendem a ver na pessoa uma máquina, sem nenhum sentido, mas com
resultados a serem obtidos. “No domínio da técnica o sentido do mundo implode”
(U. Galimberti). Sem fé e religião o irracionalismo toma conta e coisas
absurdas podem acontecer.
É preciso estar
atento e não deixar o fanatismo ter a última palavra, mas o bom senso.
Dom Pedro
Cipollini -Bispo de Santo André (SP)
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Fonte: cnbb.net.br
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