Ascensão do Senhor:
"Continuar a missão de Jesus"
Celebrar a Ascensão de Jesus é celebrar seu modo novo de
estar conosco, do Emanuel, Deus Conosco, manifestar-se em nosso meio.
Certamente esse
modo novo do Senhor de se manifestar entre os homens passa pela Comunidade, por
suas atitudes que dão continuidade à missão do Senhor e que asseguram a
continuidade da construção do Reino de Justiça e de Paz.
O Livro dos Atos
dos Apóstolos, do qual é tirada a primeira leitura da solenidade de hoje, nos
mostra Jesus dizendo aos seus discípulos que eles receberão o Espírito Santo e
que Este os tornará suas testemunhas no mundo inteiro.
O Espírito que
os discípulos receberão é o mesmo que esteve presente em Jesus. Os anjos que
aparecem após a “subida” de Jesus ao Céu dizem aos discípulos para não ficar de
braços cruzados, mas agir, isto é, continuar a missão do Senhor. Os anjos dizem
aos discípulos que Jesus vai voltar. Isso nos recorda a parábola contada pelo
Senhor em que o patrão quando volta de viagem quer saber de seus servos o que
fizeram, qual o produto do trabalho. Os anjos nos recordam a necessidade de
deixar de ficar olhando para o céu e colocar mãos à obra, trabalhar!
O Evangelho de
Mateus nos fala que o poder que Jesus recebeu do Pai e foi plenificado após sua
ressurreição, é dado à Comunidade para que “ Vá e faça discípulos meus todos os
povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e
ensinando-os a observar tudo o que lhes ordenei!”
Batismo e
catequese! Batismo é a consagração, a configuração a Jesus Cristo, o Ungido e a
Catequese é a implementação da Justiça. Logo, deveremos levar as pessoas a se
configurarem ao Homem Novo, de acordo com o desejo do Pai e, depois, após
conscientizá-los, levá-los a praticar a justiça e as bem-aventuranças. E Mateus
termina citando a certeza da presença eterna de Jesus ao nosso lado: “ Eis que
eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo!”
A Ascensão de
Jesus é a transformação da presença do Emanuel, do Deus Conosco. Sua presença é
manifestada não através de uma figura visível, a de Jesus, mas através da ação
libertadora praticada pelos membros da Comunidade.
Quando chegar o
final dos tempos, a Parusia, veremos a “re-velação” do Senhor. Veremos que
atrás de cada atitude cristã estava o Redentor – Cristo, o Autor de todo ato de
bondade – o Pai, e nos inspirando, o Espírito de Amor».
Padre Cesar
Augusto dos Santos
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Oração pela Unidade
O ecumenismo se
baseia na fé em Cristo e no amor
que Ele nos ensina para também fazermos o que
Ele fez.
Jesus, o Bom
Pastor, queria que suas ovelhas vivessem unidas em seu rebanho (Cf. João 10,16
e 17,20-23). Aliás, Ele quer que todos os seres humanos se salvem. Por isso,
instituiu sua Igreja e mandou seus discípulos ensinarem a todos o que Ele lhes
ensinou.
No entanto, sua
verdade ainda não é conhecida e vivida por todos. Há divisões e separações até
mesmo entre seus discípulos através dos tempos. Por isso, é preciso sempre que
os fiéis de Jesus, abrindo-se à ação do Espírito Santo, tenham boa vontade para
melhor cumprirem o mandamento fundamental dele, que é o amor. Este não faz
ações para derrubar nem diminuir os outros. No diálogo e compreensão se dá
testemunho da própria fé para servir, entender e valorizar os outros.
O ecumenismo se
baseia na fé em Cristo e no amor que Ele nos ensina para também fazermos o que
Ele fez. Leva-nos a dar testemunho de nossa fé e ir ao encontro do outro, mesmo
com suas diferenças, para o tratarmos como irmão. Pontos comuns entre cristãos
são fortes, como o amor, a Palavra de Deus, a oração, as virtudes humanas e
cristãs, a fraternidade demonstrada no trabalho em conjunto para a promoção
humana, a defesa da vida, a justiça, a boa política, a família cristã...
O ecumenismo não significa abandonar a própria fé para assumir outra. Ao
contrário, é viver a própria de modo a fazê-la a irmos ao encontro do outro com
fraternidade e a agilizar nossos dons para servirmos os outros e aceitarmos que
também eles nos sirvam com os dons que receberam do Espírito Santo. Para isso,
é preciso sempre amadurecer nossa fé. Assim, oramos juntos com os outros
e por eles. Não temos medo de nos aproximarmos para vivermos com respeito e
fraternidade.
Ecumenismo não é
sincretismo ou mistura religiosa. É sim mostrar a própria fé com verdade e
convicção, sabendo valorizar os pontos comuns das diversas Igrejas e
comunidades religiosas cristãs. Desse modo, nos aproximamos mais do que Jesus
queria em relação ao seu único rebanho, que tem um único Pastor. Aliás, é bom
também lembrar que unidade não é uniformidade. Há diversas formas de manifestar
a fé. Mas, quanto mais formos fraternos, mais vamos nos aproximando da verdade
de Jesus e valorizaremos o conteúdo da verdade dos Evangelhos, vivenciados
em tradições específicas. Já superamos a dificuldade histórica de Lutero.
Já confirmamos a justificação pela fé, que ele muito propagou. Daqui em diante
poderemos melhor analisar e aceitar outros pontos até de divergente
interpretação. Enquanto isso, o mais importante é nos entendermos como irmãos
para que o mundo creia. Colaboraremos, assim, para colocar em prática o maior
valor da fé que nos ajuda, em comum, a implantar na caminhada da história, os
valores humanos, éticos e cristãos para a promoção da vida plena trazida pelo
Filho de Deus!
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: radiovaticana.va cnbbleste2.org.br Ilustrações: musicasparamissa.com.br paroquiagloria.org
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