“querigma” e “mistagogia” que integram o tema central
Quando se fala
em iniciação cristã, aparecem alguns termos não muito familiares a muitas
pessoas. Os documentos de Aparecida, o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos
(Rica), as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil estão
entre os documentos que utilizam os termos querigma e mistagogia, tão próprios
do tema central da Assembleia Geral da CNBB.
O doutor em
Teologia Pastoral Catequética e professor do Centro Universitário Salesiano de
São Paulo (Unisal), padre Luiz Alves de Lima, explica e contextualiza o
significado destas palavras.
Pe. Luiz Alves de Lima |
O texto que será
votado pelos bispos nesta semana, a partir de hoje, 1º de maio, durante a 55ª
Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que
acontece até o dia 5 de maio, em Aparecida (SP), apresenta a Igreja como uma
comunidade querigmática e missionária, mistagógica e materna.
“A palavra
querigma é uma extensão de missionário. É um aspecto essencial daquilo que a
gente chama uma Igreja missionária, uma Igreja que sai, anuncia Jesus Cristo,
fala, como diz o papa Francisco”, aponta padre Lima. Neste novo contexto
proposto de uma Igreja em saída, pobre, como a samaritana que está “procurando
a água viva que é Jesus”, o querigma é “o anúncio principal do Evangelho,
aquilo que é o centro de tudo, aquilo que causa alegria, entusiasmo, as pessoas
devem se encantar por Jesus”.
A mistagogia,
por sua vez, tem relação e origem na palavra mistério. “Justamente este clima
que se cria diante do insondável, daquilo que é maravilhoso, estupendo, que é o
mistério de Deus”, explica padre Luiz Alves Lima, que foi um dos assessores da
Comissão que preparou o texto do tema central. No campo teológico, este
termo remete à reflexão sobre a “metodologia para ter acesso ao mistério de
Deus”, a qual compreende o símbolo e o rito.
“O símbolo
remete a uma realidade, porque das realidades invisíveis a gente não tem como
falar, tem que recorrer ao símbolo, a única realidade que não parece ser, mas
é, é a eucaristia, que se transforma no corpo de Cristo, isso é o máximo do
mistério de Deus e é rodeado de mistério. Outra palavra para traduzir
mistagogia é celebração: celebração, oração, contemplação, leitura orante, são
todos elementos que formam aquilo que na Igreja chama-se mistagogia”, enumera.
Uma comparação
pode ser feita com a palavra “pedagogia”, que a partir de sua origem
etimológica pode ser lida como a condução da criança para o desenvolvimento.
Neste sentido, a mistagogia é a ‘pedagogia do mistério’, a condução ao mistério
de Deus.
Documentos
O Documento de
Aparecida fala do querigma como a maneira prática de colocar alguém em contato
com Jesus Cristo e introduzi-lo no discipulado. Já as Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), falam da centralidade do querigma ou
primeiro anúncio na missão da Igreja e também da relação estreita entre a
catequese e a liturgia, em um contexto em que “sobressai a formação litúrgica,
em todos os níveis da vida eclesial, num processo mistagógico, integrando na
ação ritual o sentido teológico e litúrgico nela expresso”.
O Diretório
Nacional de Catequese fala do processo contido no Ritual de Iniciação Cristã de
Adultos (Rica), também apresentado no Itinerário Catequético, publicado em
2014.
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Episcopado:
números por origem dos bispos que atuam no Brasil
Os bispos que
atuam na Igreja no Brasil têm origens diversas e formam um quadro muito
interessante com o predomínio de paulistas, mineiros, gaúchos e bispos de
outras nacionalidades. Um levantamento aproximado, feito no último final de
semana, deu o seguinte resultado:
72 paulistas - 71
mineiros - 58 gaúchos - 32 catarinenses - 20 cariocas - 20 paranaenses - 20
italianos
Sete Grupos
intermediários
13 baianos - 13
espanhóis - 12 pernambucanos - 9 cearenses - 9 alemães - 7 maranhenses - 7
capixabas - 6 sergipanos - 6 potiguares - 6 alagoanos
Dezesseis Pequenos
grupos
5 poloneses - 4
paraibanos - 4 norte-americanos - 3 piauienses - 3 goianos - 3 belgas - 3
holandeses - 3 franceses - 3 libaneses - 2 malteses - 2 amazonenses - 2
austríacos - 2 suíços - 2 portugueses - 2 uruguaios - 2 paraenses
Únicos
representantes
1 egípcio - 1
irlandês - 1 Tocantinense - 1 mato-grossense - 1 brasiliense - 1 paraguaio - 1
mexicano - 1 cabo-verdiano
Deste modo,
entre os estados brasileiros, cinco não tem representação no episcopado: Acre,
Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul e Amapá; A Itália é o país que mais têm
bispos atuando no Brasil e não há nenhum representante da terra do Papa
Francisco.
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Fonte: cnbb.net.br 1ª Foto: Maurício Sant’ana
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