segunda-feira, 1 de maio de 2017

Especialista explica os conceitos

“querigma” e “mistagogia” que integram o tema central

Quando se fala em iniciação cristã, aparecem alguns termos não muito familiares a muitas pessoas. Os documentos de Aparecida, o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (Rica), as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil estão entre os documentos que utilizam os termos querigma e mistagogia, tão próprios do tema central da Assembleia Geral da CNBB.
O doutor em Teologia Pastoral Catequética e professor do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), padre Luiz Alves de Lima, explica e contextualiza o significado destas palavras.
Pe. Luiz Alves de Lima
O texto que será votado pelos bispos nesta semana, a partir de hoje, 1º de maio, durante a 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece até o dia 5 de maio, em Aparecida (SP), apresenta a Igreja como uma comunidade querigmática e missionária, mistagógica e materna.
“A palavra querigma é uma extensão de missionário. É um aspecto essencial daquilo que a gente chama uma Igreja missionária, uma Igreja que sai, anuncia Jesus Cristo, fala, como diz o papa Francisco”, aponta padre Lima. Neste novo contexto proposto de uma Igreja em saída, pobre, como a samaritana que está “procurando a água viva que é Jesus”, o querigma é “o anúncio principal do Evangelho, aquilo que é o centro de tudo, aquilo que causa alegria, entusiasmo, as pessoas devem se encantar por Jesus”.
A mistagogia, por sua vez, tem relação e origem na palavra mistério. “Justamente este clima que se cria diante do insondável, daquilo que é maravilhoso, estupendo, que é o mistério de Deus”, explica padre Luiz Alves Lima, que foi um dos assessores da Comissão que preparou o texto do tema central. No campo teológico, este termo remete à reflexão sobre a “metodologia para ter acesso ao mistério de Deus”, a qual compreende o símbolo e o rito.
“O símbolo remete a uma realidade, porque das realidades invisíveis a gente não tem como falar, tem que recorrer ao símbolo, a única realidade que não parece ser, mas é, é a eucaristia, que se transforma no corpo de Cristo, isso é o máximo do mistério de Deus e é rodeado de mistério. Outra palavra para traduzir mistagogia é celebração: celebração, oração, contemplação, leitura orante, são todos elementos que formam aquilo que na Igreja chama-se mistagogia”, enumera.
Uma comparação pode ser feita com a palavra “pedagogia”, que a partir de sua origem etimológica pode ser lida como a condução da criança para o desenvolvimento. Neste sentido, a mistagogia é a ‘pedagogia do mistério’, a condução ao mistério de Deus.
Documentos
O Documento de Aparecida fala do querigma como a maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e introduzi-lo no discipulado. Já as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), falam da centralidade do querigma ou primeiro anúncio na missão da Igreja e também da relação estreita entre a catequese e a liturgia, em um contexto em que “sobressai a formação litúrgica, em todos os níveis da vida eclesial, num processo mistagógico, integrando na ação ritual o sentido teológico e litúrgico nela expresso”.
O Diretório Nacional de Catequese fala do processo contido no Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (Rica), também apresentado no Itinerário Catequético, publicado em 2014.
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Episcopado:
números por origem dos bispos que atuam no Brasil

Os bispos que atuam na Igreja no Brasil têm origens diversas e formam um quadro muito interessante com o predomínio de paulistas, mineiros, gaúchos e bispos de outras nacionalidades. Um levantamento aproximado, feito no último final de semana, deu o seguinte resultado:
Sete maiores grupos
72 paulistas - 71 mineiros - 58 gaúchos - 32 catarinenses - 20 cariocas - 20 paranaenses - 20 italianos
Sete Grupos intermediários
13 baianos - 13 espanhóis - 12 pernambucanos - 9 cearenses - 9 alemães - 7 maranhenses - 7 capixabas - 6 sergipanos - 6 potiguares - 6 alagoanos
Dezesseis Pequenos grupos
5 poloneses - 4 paraibanos - 4 norte-americanos - 3 piauienses - 3 goianos - 3 belgas - 3 holandeses - 3 franceses - 3 libaneses - 2 malteses - 2 amazonenses - 2 austríacos - 2 suíços - 2 portugueses - 2 uruguaios - 2 paraenses
Únicos representantes
1 egípcio - 1 irlandês - 1 Tocantinense - 1 mato-grossense - 1 brasiliense - 1 paraguaio - 1 mexicano - 1 cabo-verdiano
Deste modo, entre os estados brasileiros, cinco não tem representação no episcopado: Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul e Amapá; A Itália é o país que mais têm bispos atuando no Brasil e não há nenhum representante da terra do Papa Francisco.
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                                                                            Fonte: cnbb.net.br  1ª Foto: Maurício Sant’ana

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