Para compreender a fé, devemos estar sempre em caminho
Cidade do
Vaticano (RV) – O Povo de Deus está sempre em caminho para aprofundar a fé: foi
o que disse o Papa na missa celebrada na manhã de quinta-feira (11/05) na
capela da Casa Santa Marta.
A homilia foi
centralizada na Primeira Leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, em que São
Paulo fala da história da salvação desde que o Povo de Israel saiu do Egito até
Jesus.
“A salvação de
Deus – disse o Papa – está em caminho rumo à plenitude dos tempos, “um caminho
com santos e pecadores”. O Senhor “guia o seu povo, com momentos bons e
momentos ruins, com liberdade e escravidão; mas guia o povo rumo à plenitude”,
rumo ao encontro com o Senhor. No final, portanto, está Jesus. Todavia,
observou o Papa, “não acaba ali”. De fato, Jesus “deixou o Espírito”. E
justamente o Espírito Santo “nos faz recordar, nos faz entender a mensagem de
Jesus: começa um segundo caminho”. A Igreja vai avante assim, disse ainda
Francisco, com muitos santos e pecadores; entre graça e pecado”.
Escravidão e
pena de morte eram aceitas, hoje são pecado mortal
Este caminho,
prosseguiu, é necessário “para entender, para aprofundar a pessoa de Jesus,
para aprofundar a fé” e também para “entender a moral, os Mandamentos”. E o que
no “passado parecia normal, que não era pecado, hoje é considerado pecado
mortal”:
Francisco e fiéis em oração |
“Pensemos na
escravidão: quando íamos à escola, nos diziam o que os escravos faziam, eram
trazidos de um lugar, vendidos em outro, na América Latina se vendiam, se
compravam … É pecado mortal. Hoje dizemos isso. Mas então se dizia: ‘Não’. Ou
melhor, alguns diziam que era permitido, porque essas pessoas não tinham alma!
Mas era preciso ir adiante para entender melhor a fé, para entender melhor a
moral. ‘Ah, Padre, graças a Deus que hoje não existem mais escravos!’. E
existem ainda mais!... mas pelo menos sabemos que é pecado mortal. Fomos para
frente: o mesmo com a pena de morte que era normal, uma vez. E hoje dizemos que
a pena de morte é inadmissível”.
O povo de Deus
está sempre em caminho
O mesmo vale
para as “guerras de religião”. Em meio a este “esclarecimento da fé”,
“esclarecimento da moral”, retomou o Papa, “existem os santos, os santos que
todos conhecemos e os santos escondidos”. A Igreja “está cheia de santos
escondidos” e “esta santidade é que nos leva para frente, rumo à segunda
plenitude dos tempos, quando o Senhor virá, no final, para ser tudo em todos”.
Foi assim que o “Senhor Deus quis se mostrar para o seu povo: em caminho”:
“O povo de Deus
está em caminho. Sempre. Quando o povo de Deus para, se torna prisioneiro numa
estrebaria, como um burro, ali: não entende, não vai para frente, não aprofunda
a fé, o amor, não purifica a alma. Mas há outra plenitude dos tempos, a
terceira. A nossa. Cada um de nós está em caminho rumo à plenitude do próprio
tempo. Cada um de nós chegará ao momento do tempo pleno e a vida acabará e
deverá encontrar o Senhor. E este é o nosso momento. Pessoal. Que nós vivemos
no segundo caminho, a segunda plenitude dos tempos do povo de Deus. Cada um de
nós está em caminho. Pensemos nisso: os apóstolos, os pregadores, os primeiros,
tinham necessidade de fazer entender que Deus amou, escolheu, amou o seu povo
em caminho, sempre”.
“Jesus –
prosseguiu Francisco – enviou o Espírito Santo para que pudéssemos ir em
caminho” e é justamente “o Espírito que nos impulsiona a caminhar: esta é a
grande obra de misericórdia de Deus” e “cada um de nós está em caminho rumo à
plenitude dos tempos pessoal”. O Papa então destacou que é preciso se
questionar se acreditamos que “a promessa de Deus era em caminho” e que ainda
hoje a Igreja “está em caminho”.
Confessar-se é
um passo no caminho rumo ao encontro com o Senhor
Quando nos
confessamos, também devemos nos perguntar se, além da vergonha pelos nossos
pecados, compreendemos que “aquele passo que eu dei é um passo no caminho rumo
à plenitude dos tempos”. “Pedir perdão a Deus – advertiu – não é algo
automático”:
“É entender que
estou a caminho, num povo em caminho e que um dia – talvez hoje, amanhã ou
daqui 30 anos – me encontrarei cara a cara com aquele Senhor que jamais nos
deixa sós, mas nos acompanha neste caminho. Pensem nisso: quando me confesso,
penso nessas coisas? Que estou em caminho? Que é um passo rumo ao encontro com
o Senhor, rumo à minha plenitude dos tempos? E esta é a grande obra de
misericórdia de Deus”.
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Cidade do Vaticano (RV) - Foi divulgada, nesta quarta-feira (10/05), a videomensagem do Papa Francisco para a Peregrinação a Fátima na próxima sexta-feira, dia 12, e no sábado, 13.
Assista:
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Videomensagem do Papa
para Peregrinação a Fátima
para Peregrinação a Fátima
Cidade do Vaticano (RV) - Foi divulgada, nesta quarta-feira (10/05), a videomensagem do Papa Francisco para a Peregrinação a Fátima na próxima sexta-feira, dia 12, e no sábado, 13.
Papa irá à Fátima nesta sexta-feira |
Querido povo
português,
Faltam poucos
dias para a minha e sua peregrinação a Nossa Senhora de Fátima. Vivo uma feliz
expectativa pelo nosso encontro na casa da Mãe. Bem sei que vocês me querem
também em suas casas e comunidades, em suas aldeias e cidades. O convite foi
feito! Escuso-me dizendo que gostaria de aceitá-lo, mas não me é possível!
Desde já agradeço a compreensão com que as diversas Autoridades acolheram a
minha decisão de circunscrever a visita aos momentos e atos próprios da
peregrinação ao Santuário de Fátima, marcando encontro com todos aos pés da
Virgem Mãe.
De fato, é nas
vestes de Pastor universal que me apresento diante d’Ela, oferecendo-Lhe o
buquê das mais lindas «flores» que Jesus confiou aos meus cuidados (cf. Jo 21,
15-17), ou seja, os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados pelo seu sangue,
sem excluir ninguém. Vê? Preciso ter vocês comigo; preciso de sua união (física
ou espiritual, importante é que seja de coração) para o meu buquê de flores, a
minha «rosa de ouro». Formando junto com vocês «um só coração e uma só alma»
(cf. At 4, 32), entregarei todos a Nossa Senhora, pedindo-lhe para sussurrar a
cada um: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te
conduzirá até Deus» (Aparição de junho de 1917).
«Com Maria, peregrino
na esperança e na paz»: assim reza o lema desta nossa peregrinação que é um
programa de conversão. Alegra-me saber que vocês estão preparando com intensa
oração este momento abençoado que culmina um centenário de momentos abençoados.
A oração alarga o nosso coração e o prepara para receber os dons de Deus.
Agradeço-lhes as orações e sacrifícios que diariamente oferecem por mim e de
que muito preciso, pois sou um pecador entre pecadores, «um homem de lábios
impuros, que habita no meio de um povo de lábios impuros» (Is 6, 5). A oração
ilumina os meus olhos para saber olhar os outros como Deus os vê, para amar os
outros como Ele os ama.
No seu nome,
venho até vocês na alegria de partilhar com vocês o Evangelho da esperança e da
paz. O Senhor os abençoe e a Virgem Mãe os proteja!
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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