Coletiva de Imprensa trouxe trabalhadores,
violência contra povos indígenas e Amazônia como temas
violência contra povos indígenas e Amazônia como temas
A situação
dos povos indígenas no Brasil, o tema do trabalho, por ocasião do dia do
trabalhador e da trabalhadora e um informe sobre as atividades recentes da
Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM) foram os temas da coletiva desta
segunda, 1º de Maio. Participaram da Coletiva de Imprensa, o Bispo prelado
emérito do Xingu (PA) Dom Erwin Kräutler, o Bispo de Viana (MA), Dom Sebastião
Lima Duarte e Bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Ferrería Paz.
Dom Roberto Ferrería Paz - Dom Erwin Kräutler - Dom Sebastião Lima Duarte |
Igreja
posiciona-se e estimula mobilizações justas, pacíficas e democráticas
Dom Roberto Ferrería Paz deu início a coletiva relembrando que o dia do trabalhador é um dia
de memória, de luta, reflexão e de reivindicação pelos direitos fundamentais e
que a Igreja consagrou esse a dia a São José Operário, pois quis mostrar que
São José era o Divino Mestre e trabalhador. A Igreja celebra a dignidade do
trabalho, porque constitui uma dimensão essencial da pessoa humana. É pelo
trabalho que a pessoa participa da nobreza da criação, contribui para
edificação de uma sociedade justa e mais fraterna”.
Ele também
reforça a defesa pelos direitos ao lembrar que o trabalho não é mercadoria
e o trabalhador não pode ser “coisificado. “Os trabalhadores do Brasil
contribuíram para o uma realidade mais democrática, mas esse dia em 2017
está sendo marcado pelo recuo de direitos, pois o Estado vai esquecendo a sua
missão de ser o protetor dos trabalhadores”, alertou.
Dom Paz não
deixou de citar os assuntos que estão em voga no momento como a
terceirização, a reforma trabalhista e a reforma da previdência. “Queremos dar
a nossa voz de esperança e solidariedade e estamos sempre com a classe
trabalhadora. Diante da precarização a nossa palavra é de encorajamento. Devemos
estimular mobilizações justas, pacíficas e democráticas”.
O bispo ainda
menciona que deve-se responder a globalização do descarte, da indiferença
e da exclusão com a globalização da solidariedade da comunhão e da justiça.
Atualizações
sobre a Repam
Na sequência,
Dom Erwin atualiza os jornalistas sobre a Repam, menciona o Papa Paulo VI, que
disse: “Cristo aponta para a Amazônia”, mas analisa que nenhum dos Papas
recentes colocou tanto a Amazônia no coração quanto o Papa Francisco. “É uma
orientação, um desafio e uma exigência. Na Laudato Si, existem dois
parágrafos que falam sobre a Amazônia e os indígenas”.
O Bispo emérito
do Xingú reforça que a Repam pretende fazer uma articulação entre os nove
países amazônicas e que a questão indígena exige um empenho dos Bispos e das
Igrejas locais em favor dos povos. “Existe ausência e omissão do Estado e
a Repam quer chamar a atenção e sensibilizar”, explica.
Para Dom Erwin,
a evangelização feita para esses povos não é uma evangelização no mundo da
lua, mas uma evangelização sobre a realidade e as angustias pelas quais eles
passam. Ele finaliza com o apelo de que a Amazônia é um compromisso e um
desafio para todo o país.
Violência
Dom Sebastião,
exemplificou sobre casos concretos de violência, como um caso específico
ocorrido em Bahias (MA) em que alguns índios que estavam reconquistando
territórios doados na época do Império, foram desarmados e passaram a ser vítimas
de perseguição e violência,sendo que um caso recente deixou 13 feridos.
Os traços de
violência incluíam vítimas de tiros, inclusive um padre atuante entre a
comunidade indígena, pessoas com mãos decepadas ou com ferimentos graves.
Segundo o Bispo, a intenção era atingir as lideranças desses povos.
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Fonte: a12.com
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