segunda-feira, 1 de maio de 2017

55ª Assembleia Geral da CNBB:

Coletiva de Imprensa trouxe trabalhadores,
 violência contra povos indígenas e Amazônia como temas

A situação dos povos indígenas no Brasil, o tema do trabalho, por ocasião do dia do trabalhador e da trabalhadora e um informe sobre as atividades recentes da Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM) foram os temas da coletiva desta segunda, 1º de Maio. Participaram da Coletiva de Imprensa, o Bispo prelado emérito do Xingu (PA) Dom Erwin Kräutler, o Bispo de Viana (MA), Dom Sebastião Lima Duarte e Bispo de Campos (RJ), Dom Roberto Ferrería Paz.

Dom Roberto Ferrería Paz - Dom Erwin Kräutler - Dom Sebastião Lima Duarte
Igreja posiciona-se e estimula mobilizações justas, pacíficas e democráticas
Dom Roberto Ferrería Paz deu início a coletiva relembrando que o dia do trabalhador é um dia de memória, de luta, reflexão e de reivindicação pelos direitos fundamentais e que a Igreja consagrou esse a dia a São José Operário, pois quis mostrar que São José era o Divino Mestre e trabalhador. A Igreja celebra a dignidade do trabalho, porque constitui uma dimensão essencial da pessoa humana. É pelo trabalho que a pessoa participa da nobreza da criação, contribui para edificação de uma sociedade justa e mais fraterna”.
Ele também reforça a defesa pelos direitos ao lembrar que o trabalho não é mercadoria e o trabalhador não pode ser “coisificado. “Os trabalhadores do Brasil contribuíram para o uma realidade mais democrática, mas esse dia em 2017 está sendo marcado pelo recuo de direitos, pois o Estado vai esquecendo a sua missão de ser o protetor dos trabalhadores”, alertou.
Dom Paz não deixou de citar os assuntos que estão em voga no momento como a terceirização, a reforma trabalhista e a reforma da previdência. “Queremos dar a nossa voz de esperança e solidariedade e estamos sempre com a classe trabalhadora. Diante da precarização a nossa palavra é de encorajamento. Devemos estimular mobilizações justas, pacíficas e democráticas”.
O bispo ainda menciona que deve-se responder a globalização do descarte, da indiferença e da exclusão com a globalização da solidariedade da comunhão e da justiça.
Atualizações sobre a Repam
Na sequência, Dom Erwin atualiza os jornalistas sobre a Repam, menciona o Papa Paulo VI, que disse: “Cristo aponta para a Amazônia”, mas analisa que nenhum dos Papas recentes colocou tanto a Amazônia no coração quanto o Papa Francisco. “É uma orientação, um desafio e uma exigência. Na Laudato Si, existem dois parágrafos que falam sobre a Amazônia e os indígenas”.
O Bispo emérito do Xingú reforça que a Repam pretende fazer uma articulação entre os nove países amazônicas e que a questão indígena exige um empenho dos Bispos e das Igrejas locais em favor dos povos. “Existe ausência e omissão do Estado e a Repam quer chamar a atenção e sensibilizar”, explica.
Para Dom Erwin, a evangelização feita para esses povos não é uma evangelização no mundo da lua, mas uma evangelização sobre a realidade e as angustias pelas quais eles passam. Ele finaliza com o apelo de que a Amazônia é um compromisso e um desafio para todo o país.
Violência
Dom Sebastião, exemplificou sobre casos concretos de violência, como um caso específico ocorrido em Bahias (MA) em que alguns índios que estavam reconquistando territórios doados na época do Império, foram desarmados e passaram a ser vítimas de perseguição e violência,sendo que um caso recente deixou 13 feridos.
Os traços de violência incluíam vítimas de tiros, inclusive um padre atuante entre a comunidade indígena, pessoas com mãos decepadas ou com ferimentos graves. Segundo o Bispo, a intenção era atingir as lideranças desses povos.
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