Igreja deve estar em pé, em caminho e em escuta
Em sua homilia,
o Pontífice comentou três palavras extraídas da Primeira Leitura do
capítulo 8º dos Atos dos Apóstolos, convidando os fiéis a relerem este trecho
depois com calma em casa. A primeira expressão é“Prepara-te e vai”, dirigida
por um Anjo a Filipe. “Este é um sinal da evangelização”, disse o Papa. De
fato, a vocação e a grande consolação da Igreja é evangelizar:
“Mas para
evangelizar, “prepara-te e vai”. Não diz: “Fique sentado, tranquilo, em casa”:
não! A Igreja, para ser sempre fiel ao Senhor, deve estar em pé e em
caminho: “Prepara-te e vai”. Uma Igreja que não se levanta, que não está em
caminho, adoece”.
Uma Igreja
parada, acrescentou o Papa, acaba fechada com tantos traumas psicológicos e
espirituais, “fechada no pequeno mundo das fofocas, das coisas... fechada, sem
horizontes”. “Prepara-te e vai, em pé e em caminho. Assim deve agir a Igreja na
evangelização”, destacou.
Papa celebra missa na capela da Casa Santa Marta |
“Todos os
homens, todas as mulheres têm uma inquietação no coração, boa ou ruim, mas há
uma inquietação. Ouça aquela inquietação. Não diz: “Vai e faça proselitismo”.
Não, não! “Vai e ouve”. Ouvir é o segundo passo. O primeiro é “Prepara-te e
vai”; o segundo, “ouve”. Aquela capacidade de escuta: o que as pessoas
sentem, o que sente o coração dessa gente, o que pensam... Mas pensam coisas
erradas? Mas eu quero ouvir essas coisas erradas, para entender bem onde está a
inquietação. Todos temos uma inquietação dentro de nós. O segundo passo da
Igreja é encontrar a inquietação das pessoas”.
Depois, é o
próprio etíope que, vendo Filipe se aproximar, lhe pergunta de quem falava o
Profeta Isaías e o convida a subir e sentar-se junto a ele. Então, “com
mansidão” – destacou o Papa – Filipe começa “a pregar”. Assim, “a sua
inquietação encontra uma explicação que enche de esperança o seu coração”. “Mas
isso – prosseguiu Francisco – foi possível porque Filipe se aproximou e ouviu”.
Enquanto o
etíope ouvia, o Senhor trabalhava dentro dele. Deste modo, o homem entende que
a profecia de Isaías se referia a Jesus. A sua fé em Jesus então cresceu a tal
ponto que, quando chegaram onde estava a água, pede para ser batizado. “Foi ele
quem pediu o Batismo, porque o Espírito tinha trabalhado no coração”, notou o
Papa, exortando a deixar o Espírito trabalhar no coração das pessoas.
Depois do Batismo, o Espírito, “que está sempre presente”, pega Filipe e o leva
a outra parte, e o eunuco “cheio de alegria” prosseguiu o seu caminho.
A terceira
palavra que o Papa destaca é, por fim, a alegria: “a alegria do cristão”.
Francisco concluiu a homilia fazendo votos de que a Igreja esteja “em pé”,
“mãe” que ouve e, “com a graça do Espírito Santo”, “encontra a Palavra a
dizer”:
“A Igreja mãe
que dá à luz a tantos filhos com este método digamos – usemos a palavra – este
método que não é proselitista: é o método do testemunho à obediência. A Igreja,
que hoje nos diz: “Alegra-te”. Alegrar-se, a alegria. A alegria de ser cristãos
inclusive nos momentos mais duros, porque depois da lapidação de Estevão, teve
início uma grande perseguição e os cristãos se espalharam por todos os lugares,
como a semente que o vento leva. E foram eles que pregaram a Palavra de Jesus. Que
o Senhor nos dê a graça a todos nós de viver a Igreja assim: em pé e em saída,
em escuta das inquietações das pessoas e sempre em alegria”.
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Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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