“Leigos e leigas
são chamados pelo batismo ao Ministério da Palavra”
Na Coletiva de
Imprensa da Assembleia Geral da CNBB, do dia 02 de maio, o bispo de Livramento
de Nossa Senhora (BA), dom Armando Bucciol, abordou o tema: Ministério da
Palavra. A unidade da Igreja acontece ao redor de Jesus Cristo que é a Palavra
Vida, a Palavra do Pai que se fez carne e veio morar entre nós.
Dom Armando Bucciol |
Inicialmente,
dom Armando Bucciol lembrou o Movimento Bíblico que teve como ponto de chegada
o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). A partir daí se deu o ponto de
partida para uma tomada de consciência da centralidade da Palavra de Deus. “A
Palavra é o elo de unidade de todos os cristãos e também parte do povo
hebreu. Jesus Cristo é a Palavra e o referencial e fundamento de nossa
fé”, lembrou.
Outra palavra usada
com frequência no vocabulário da Igreja é a palavra ‘ministério’ que significa
serviço. A Igreja é chamada a ser toda ministerial. Na Igreja, a partir da
inspiração bíblica, se percebe os ministérios doados a todos os membros. “A
palavra precisa ser anunciada a todos os seus filhos e filhas e que seja
anunciada com maior competência e abundância”, frisou.
Documento sobre
o Ministério da Palavra
Para que a
Palavra chegue a todas as comunidades com competência, abundância e eficácia os
bispos, durante a 55ª Assembleia Geral, estão discutindo e será apresentado um
documento sobre o ‘Ministério da Palavra’. “Na história da Igreja no Brasil não
é uma novidade leigos e leigas no exercício da Palavra, mas o documento é um
relançar e investir sempre mais para que esta Palavra alcance sempre mais os
filhos e filhas da Igreja”, explicou.
Atualmente,
cerca de 70% das comunidades da Igreja do Brasil não tem o ministro ordenado
para presidir a Eucaristia. “Com isso descobrimos que Cristo se torna presente
de uma maneira forte e única em sua Palavra. Ao anunciar a Palavra é Cristo que
continua anunciando aos homens e mulheres do nosso tempo”, frisou.
O desejo do
episcopado brasileiro é preparar os leigos para assumirem mais os ministérios e
fecundar as comunidades cristã. “Não é um sonho, mas uma realidade a ser
potenciada, pois o documento trará uma atualização necessária ao reafirmar e
incentivar este ministério”, destacou.
Perfil do
Ministro da Palavra
O documento
insiste no investimento na formação devido a necessidade do grande número de
comunidades que são atendidas por leigos e leigas. Quanto ao perfil do
ministro, respondeu dom Bucciol, “que seja um leigo ou leiga que participa da
vida da Igreja e uma pessoa que ama Cristo, a Palavra e a comunidade. Que tenha
uma idade maior e faça um percurso de formação. Não basta um conhecimento
superficial para poder partilhar como pregador. É necessário ter uma suficiente
iniciação aos Estudo da Palavra”, disse.
Ainda, no
documento a ser apresentado, se reafirmará em sintonia com a Igreja do Brasil e
do mundo a força que os leigos e leigas tem por ter sido batizados. “Você tem
um ministério próprio a partir do batismo. Mas, infelizmente, nós, os Ministros
Ordenados, absorvemos demais muitos ministérios. Chegou a hora do Espírito
Santo para que sejamos uma Igreja mais ministerial a partir e ao redor da
Palavra de Deus”, afirmou.
Por fim, dom
Armando Bucciol, lembrou o pedido do Papa Francisco num encontro recente com a
Presidência da CNBB. “Pediu que a Igreja do Brasil desenvolva e se torne um
modelo para a Igreja Universal através dos leigos e leigas como Ministros da
Palavra, chamados a partir do batismo a exercerem este ministério”, concluiu.
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Fonte: cnbb.net.br Por Judinei
Vanzeto – Assessoria de Imprensa – Regional Sul 3 da CNBB
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Celebração Ecumênica
relembra 500 anos da Reforma Protestante
A noite desta
terça-feira, 2 de maio, na 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil foi
marcada pela celebração ecumênica das Igrejas que fazem parte do Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). Estiveram presentes
representantes das Igrejas Católica Apostólica Romana, Igreja Episcopal
Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja
Sirian Ortodoxa de Antioquia e Igreja Presbiteriana Unida.
Na celebração, o
Bispo referencial para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, Dom Francisco
Biasin convidou o bispo primaz da Igreja Anglicana no Brasil, Francisco de
Assis Silva, para proferir as reflexões.
Ele recordou
momentos históricos da Reforma Protestante e da Reforma Luterana, classificou
momentos cruciais na história para o desenvolvimento do diálogo entre as
religiões, além de pontuar traços importantes naquilo que une às Igrejas
Cristãs.
O bispo da
Igreja Anglicana recordou que metade das guerras e conflitos não ocorreram por
causa de Jesus, nem das escrituras, mas por causa de poder, o que gerou
afastamento entre as religiões. Mas no século XX, passos importantes para o
diálogo e a aproximação começaram a dar sinais, como, o Congresso de Edimburgo,
em 1910, a criação do Conselho Mundial de Igreja e o Concílio Vaticano II.
“Foram muito favoráveis e animadores. São movimentos que trouxeram luz, onde
havia trevas, trouxeram coexistência generosa, onde antes havia disputa”,
pontuou.
O bispo também
fez um apelo as Igrejas presentes. “Hoje nós temos novos desafios que estão
numa sociedade onde tudo se transforma rapidamente. Então precisamos maturar
uma nova reforma juntos, porque hoje está virando moda as Igrejas da fé rápida,
do consumo imediato e muitas vezes não tão gratuito”, apela.
Precisamos
continuar a caminhada ecumênica com a coragem para nos convertermos uns aos
outros, principalmente aos pobres que estão tendo seus direitos
arrancados, muitas vezes por representantes que se dizem cristãos. "O
povo de Deus espera de nós um compromisso com a justiça e a verdade. Aprendamos
juntos a redescobrir o poder de Cristo em nossas vidas e a termos coragem em
nossas comunidades locais, a fazer o que esperam que a gente faça, que é
revelar a face de Deus, que deu a sua vida pela justiça e pelo amor.
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Fonte: a12.com Foto: Eduardo Góis
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