Domingo de Ramos
Depois de muitos
séculos, vemos que, no mundo, não existe paz e menos ainda, em Jerusalém. Há
inúmeras guerras, muita violência, atentados, destruição. Ansiamos pela paz,
mas a paz não vem. Terá sido o sonho de Jesus algo impossível? Somos nós,
cristãos, que, neste dia, celebramos a entrada de Jesus em Jerusalém, os
“cativos da esperança”?
A entrada de
Jesus na Cidade Santa de Jerusalém respondeu a um desejo dele muito especial.
Ele quis – por própria iniciativa – representar, tornar realidade, um texto do
profeta Zacarias.
Jesus quer
acampar junto da casa de Deus. Faz do templo de Jerusalém o centro de sua
missão, quer tomar posse do templo como rei vitorioso s humilde, quer proclamar
a paz a todas as nações e derrubar todas as muralhas de separação e todas as
causas de confronto.
Jesus entra em Jerusalém |
Porém, aquilo
que parecia o gesto pacífico e pacificador por excelência transformou-se no
estopim da pior das ações violentas: a condenação à morte de cruz do rei da
paz, Jesus.
Para
compreendermos o que Jesus fez por nós, é necessário conhecer quem foi Jesus.
São Paulo se extasia diante do seu” mistério”. Ele revela, na sua carta aos
Filipenses, quem era Jesus e como se comportou: Jesus era de condição divina.
Não quis ser igual e se fez um entre tantos para vir a esta terra. Fez-se ser
humano, mas na forma em que nenhum de nós deseja – entrou em estado de
submissão, escravidão, servidão. Submeteu-se a nossa condição humana, assumindo
o último posto.
Por isso, não é
de estranhar que Jesus não obtenha êxito de imediato. Ao que parece, todos os
seus sonhos se viram contrariados pela realidade: Ele queria a salvação do
mundo, Ele vinha como rei da paz e, não obstante, o mundo continua condenado, a
paz refulge por sua ausência.
São Paulo diz
que Deus o exaltou precisamente por isso e lhe deu o nome sobre todo o nome,
“de modo que, diante de Jesus, se dobre todo joelho de toda pessoa, no céu e na
terra.”
Jesus é já o que
nós não vemos ainda: acontece já o que nós ainda não percebemos. Vivemos na fé,
mas, um dia, tudo será evidente.
Dom Eurico dos
Santos Veloso - Arcebispo
Emérito de Juiz de Fora - MG
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustração: arqrio.org
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