nova nota de condenação da CNBB
"O aborto
jamais pode ser considerado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do
nascituro", afirmam os bispos.
Na tarde desta
terça-feira, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
emitiu Nota Oficial "Pela vida, contra o aborto". Os bispos reafirmam
posição firme e clara da Igreja "em defesa da integralidade,
inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte
natural" e, desse modo lembra condenam "todas e quaisquer iniciativas
que pretendam legalizar o aborto no Brasil".
"O direito
à vida permanece, na sua totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em
fase terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de
nascer e também para aquela que ainda não nasceu", sublinham os
bispos.
Os bispos ainda
lembram que "o respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser
promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas. A
Igreja quer acolher com misericórdia e prestar assistência pastoral às mulheres
que sofreram a triste experiência do aborto". E afirmam: "A
sociedade é devedora da mulher, particularmente quando ela exerce a maternidade".
Atitudes
antidemocráticas
Na Nota, os
bispos afirmam: "Neste tempo de grave crise política e econômica, a CNBB
tem se empenhado na defesa dos mais vulneráveis da sociedade, particularmente
dos empobrecidos. A vida do nascituro está entre as mais indefesas e
necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e compromisso ético-cristão,
repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando o Congresso Nacional,
exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não lhe cabe, que é
legislar".
A CNBB pede:
"O Projeto de Lei 478/2007 - “Estatuto do Nascituro”, em tramitação no
Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a concepção, deve ser
urgentemente apreciado, aprovado e aplicado". E conclama: as
"comunidades a unirem-se em oração e a se mobilizarem, promovendo
atividades pelo respeito da dignidade integral da vida humana".
Leia a Nota:
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Presidência
NOTA DA CNBB PELA
VIDA, CONTRA O ABORTO
“Não matarás,
mediante o aborto, o fruto do seu seio”
(Didaquê, século I)
A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, através da sua Presidência, reitera sua
posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana,
desde a sua concepção até a morte natural . Condena, assim, todas e quaisquer
iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil.
O direito à vida
é incondicional. Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição
em que se encontre a pessoa humana. O direito à vida permanece, na sua
totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em fase terminal, para a
pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e também para aquela
que ainda não nasceu. Na realidade, desde quando o óvulo é fecundado,
encontra-se inaugurada uma nova vida, que não é nem a do pai, nem a da mãe, mas
a de um novo ser humano. Contém em si a singularidade e o dinamismo da pessoa
humana: um ser que recebe a tarefa de vir-a-ser. Ele não viria jamais a
tornar-se humano, se não o fosse desde início . Esta verdade é de caráter
antropológico, ético e científico. Não se restringe à argumentação de cunho
teológico ou religioso.
A defesa
incondicional da vida, fundamentada na razão e na natureza da pessoa humana,
encontra o seu sentido mais profundo e a sua comprovação à luz da fé. A
tradição judaico-cristã defende incondicionalmente a vida humana. A sapiência
e o arcabouço moral do Povo Eleito, com relação à vida, encontram
sua plenitude em Jesus Cristo . As primeiras comunidades cristãs e a Tradição
da Igreja consolidaram esses valores . O Concílio Vaticano II assim sintetiza a
postura cristã, transmitida pela Igreja, ao longo dos séculos, e proclamada ao
nosso tempo: “A vida deve ser defendida com extremos cuidados, desde a
concepção: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis” .
O respeito à
vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e
a discriminação por elas sofridas. A Igreja quer acolher com misericórdia e
prestar assistência pastoral às mulheres que sofreram a triste experiência do
aborto. O aborto jamais pode ser considerado um direito da mulher ou do homem,
sobre a vida do nascituro. A ninguém pode ser dado o direito de eliminar outra
pessoa. A sociedade é devedora da mulher, particularmente quando ela exerce a
maternidade. O Papa Francisco afirma que “as mães são o antídoto mais forte
para a propagação do individualismo egoísta. ‘Indivíduo’ quer dizer ‘que não se
pode dividir’. As mães, em vez disso, se ‘dividem’ a partir de quando hospedam
um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer” .
Neste tempo de
grave crise política e econômica, a CNBB tem se empenhado na defesa dos mais
vulneráveis da sociedade, particularmente dos empobrecidos. A vida do nascituro
está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e
compromisso ético-cristão, repudiamos atitudes antidemocráticas que, atropelando
o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não
lhe cabe, que é legislar.
O direito à vida
é o mais fundamental dos direitos e, por isso, mais do que qualquer outro, deve
ser protegido. Ele é um direito intrínseco à condição humana e não uma
concessão do Estado. Os Poderes da República têm obrigação de garanti-lo e
defendê-lo. O Projeto de Lei 478/2007 - “Estatuto do Nascituro”, em tramitação
no Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a concepção, deve ser
urgentemente apreciado, aprovado e aplicado.
Não compete a
nenhuma autoridade pública reconhecer seletivamente o direito à vida,
assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e
excludente; “causa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais
ver a luz, vítimas do aborto” . São imorais leis que imponham aos profissionais
da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou
indiretamente, na prática do aborto.
É um grave
equívoco pretender resolver problemas, como o das precárias condições
sanitárias, através da descriminalização do aborto. Urge combater as causas do
aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que
atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação
sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil.
Espera-se do Estado maior investimento e atuação eficaz no cuidado das
gestantes e das crianças. É preciso assegurar às mulheres pobres o direito de ter
seus filhos. Ao invés de aborto seguro, o Sistema Público de Saúde deve
garantir o direito ao parto seguro e à saúde das mães e de seus filhos.
Conclamamos
nossas comunidades a unirem-se em oração e a se mobilizarem, promovendo
atividades pelo respeito da dignidade integral da vida humana.
Neste Ano
Mariano Nacional, confiamos a Maria, Mãe de Jesus, o povo brasileiro, pedindo
as bênçãos de Deus para as nossas famílias, especialmente para as mães e os
nascituros.
Brasília-DF, 11
de abril de 2017.
Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasília-DF - Presidente da CNBB
Dom Murilo S. R. Krieger - Arcebispo de S. Salvador da Bahia-BA - Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner - Bispo Auxiliar de Brasília-DF - Secretário-Geral da CNBB
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Fonte: cnbb.org.br
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