Texto do tema central da 55ª AG segue para avaliação final
Documento deve
estimular lideranças comunitárias e eclesiais na implementação de caminhos
evangelizadores
Neste ano, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil irá realizar a sua 55ª Assembleia
Geral. O encontro anual do episcopado brasileiro será em Aparecida (SP), entre
os dias 26 de abril e 5 de maio. O tema central abordará a “Iniciação à vida
cristã”. Em preparação para a reflexão da temática, uma comissão foi montada e
elaborou um texto que será debatido pelos bispos durante os dez dias de
trabalho, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Após receber
contribuições, a segunda versão do documento foi enviada nesta semana aos
membros da CNBB.
Conhecer para melhor amar e servir |
A iniciação à
vida cristã é uma das cinco urgências da ação evangelizadora da Igreja no
Brasil para o período de 2015 a 2019. As Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora (DGAE) apontam a necessidade de desenvolver nas comunidades do
brasil “um processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao encontro pessoal
com Jesus Cristo, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela
celebração litúrgica, na experiência comunitária e o compromisso apostólico,
mediante um permanente serviço ao próximo”, em consonância com o Documento de
Aparecida.
Neste sentido, o
arcebispo de Curitiba (PA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a
Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, que também
presidiu a Comissão do Tema Central, explica que os redatores trabalharam para
elaborar um documento que sirva de estímulo às mais ampliadas lideranças
comunitárias e eclesiais, “na implementação de caminhos evangelizadores que
contemplem experiências consistentes e vivenciais de encontro com o Senhor”.
Dom Peruzzo
explicou ainda que esta segunda versão do texto, mais unificada na sua redação,
foi largamente abreviada. “Não se pretendeu um documento com todas as
completudes que a temática comporta. Afinal não é uma obra para fins
acadêmicos”, considera.
A proposta,
assim como indicado nas DGAE, é a aplicação da Iniciação à Vida Cristã com
inspiração catecumenal. “Já no documento conciliar Sacrossantum Concilium a
Igreja propunha-se a dar passos em direção à Iniciação à Vida Cristã com
inspiração catecumenal. Em importantes documentos sobre Evangelização e
Catequese a temática se reapresentou. Passou quase desapercebida nas assembleias
do episcopado latino-americano. Mas, graças a Deus, surgiu com grande força em
Aparecida”, sublinha dom Peruzzo.
O arcebispo
recorda com gratidão as “muitas, promissoras e criativas experiências” de
Iniciação. Ele, porém, reconhece que há um caminho longo a percorrer no sentido
do desenvolvimento do processo que será estudado durante a Assembleia Geral
deste ano. “Há que mudar mentalidades, há que crescer na integração entre
catequese e liturgia, há que envolver a inteireza das comunidades. Mas o
caminho já começou, há muitos sinais”, pontua confiante.
O que é
A iniciação à
vida cristã é, objetivamente, todo processo de conhecimento e encontro com
Jesus Cristo e de inserção na comunidade cristã. Ela contempla também três
sacramentos que formam unidade: batismo, eucaristia e crisma (confirmação).
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Comissão prepara subsídio doutrinal sobre Exorcismos
A Comissão
Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) vai lançar durante a 55ª Assembleia Geral da CNBB, entre os dias 26 e 5
de maio, em Aparecida (SP), dois subsídios doutrinais. Um deles aborda os
"Exorcismos: Reflexões teológicas e orientações pastorais" e o outro
vai falar sobre o ensino de Filosofia na Formação Presbiteral. Todo o material
foi elaborado pelos bispos e padres membros da comissão com o apoio do Grupo
Interdisciplinar de Peritos (GIP), órgão de assessoria teológica para auxiliar
a comissão no cumprimento de sua missão e de suas atribuições.
O bispo de Santo
André (SP) e presidente da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB, dom Pedro
Carlos Cipollini, diz que o subsídio vai oferecer uma reflexão sobre
exorcismos, rituais de cura e libertação que vem preocupando muitos bispos, que
inclusive, solicitaram que a comissão tratasse do assunto.
Capa do Subsídio |
“Nós vemos que
surge nesse momento de crise uma situação onde as pessoas se desesperam,
inclusive, agravam-se as preocupações, a falta de sentido da vida, a droga, são
tantas crises acumuladas, inclusive, aumento de suicídio no meio de jovens. E
no meio de tudo isso, nós vemos desespero e a apelação, por exemplo, a questão
de exorcismos não só na Igreja Católica, mas também fora, em muitas outras
denominações religiosas. Por isso, nós vamos oferecer uma reflexão sobre o
tema", contextualiza o bispo. Para dom Cipollini, é inevitável ao abordar
as questões de exorcismos, de benção, de cura, libertação do maligno, tratar também
da questão do maligno, a existência do mal a partir da fé Católica e da Sagrada
Escritura. "É uma reflexão que tem um último capítulo de sugestões
práticas diante dessa realidade”, destaca.
Em diversos
grupos religiosos, não somente entre os cristãos, são realizadas pregações
confusas sobre a ação do diabo ou dos demônios. Para alguns, todo mal no mundo
é resultado da constante ação do diabo que tenta a humanidade.
“Existe exagero
quando as pessoas estão desesperadas em todos os sentidos. Então, é evidente
que existem exageros, inclusive, existe a tendência de imitar outras
denominações religiosas no que tange a essa questão de exorcismo para atrair
fieis, às vezes, para satisfazer uma demanda, de forma que o estudo trata de
tudo isto”, pontua o bispo.
Essas práticas
se valem de rituais, palavras e oráculos que pretendem dominar o maligno,
especialmente quando ele é entendido como uma entidade que se apossa de
pessoas, objetos e lugares. Igualmente, em certos grupos eclesiais,
multiplicam-se reuniões para rezar, a fim de obter a libertação da influência
dos demônios, embora não se trate de exorcismo propriamente dito. Foco das
reflexões do texto, a questão do mal e da apelação para os exorcismos
serão iluminadas pelo ensinamento da Igreja, a qual possui o ritual dos
exorcismos, baseado na tradição e no magistério.
O subsídio
doutrinal traz sete capítulos que vão tratar, entre eles, do
Diabo e demônios na Sagrada Escritura; Jesus Exorcista; O maligno segundo a
Tradição cristã e Ensinamentos do Magistério recente. No último capítulo, o
subsídio traz uma reflexão e sugestões práticas diante dessa realidade.
Filosofia
Capa do Subsídio |
Durante
a Assembleia também será lançado o subsídio sobre o ensino de Filosofia na
Formação Presbiteral. O material é propositalmente sintético, convidando a
refletir sobre a importância do tema de que trata e de sua articulação com o
conjunto da formação de quem se prepara para o ministério sacerdotal. Seu
objetivo é discutir a importância do ensino de Filosofia na formação
presbiteral, pontuar algumas dificuldades encontradas atualmente na formação
filosófica e pôr em relevo algumas linhas que ajudem na organização de cursos
de Filosofia de qualidade que respondam às exigências da Igreja, no
contexto atual.
A reflexão tem
como referenciais os Documentos do Magistério dos Pontífices e dos Dicastérios
da Cúria Romana sobre a formação presbiteral, especialmente a Ratio
fundamentalis institutionis sacerdotalis de 2016 (Da Vocação
Presbiteral); o Decreto de Reforma dos estudos eclesiásticos de Filosofia,
2011; a Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis de 1985 e sua
aplicação na Igreja do Brasil (as Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da
Igreja no Brasil, 2010), levando em consideração as circunstâncias culturais e
sociais do tempo presente.
A Comissão já
entregou à Igreja no Brasil uma reflexão sobre o ensino da Teologia (Subsídios
Doutrinais n. 6). Agora, respondendo a solicitações recebidas e à necessidade
de que ela mesma reconhece de aprofundar o tema, dá continuidade à precedente
reflexão.
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Fonte: cnbb.org.br
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