terça-feira, 4 de abril de 2017

Notícias da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Texto do tema central da 55ª AG segue para avaliação final

Documento deve estimular lideranças comunitárias e eclesiais na implementação de caminhos evangelizadores 
Neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil irá realizar a sua 55ª Assembleia Geral. O encontro anual do episcopado brasileiro será em Aparecida (SP), entre os dias 26 de abril e 5 de maio. O tema central abordará a “Iniciação à vida cristã”. Em preparação para a reflexão da temática, uma comissão foi montada e elaborou um texto que será debatido pelos bispos durante os dez dias de trabalho, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Após receber contribuições, a segunda versão do documento foi enviada nesta semana aos membros da CNBB.
Conhecer para melhor amar e servir
A iniciação à vida cristã é uma das cinco urgências da ação evangelizadora da Igreja no Brasil para o período de 2015 a 2019. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) apontam a necessidade de desenvolver nas comunidades do brasil “um processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao encontro pessoal com Jesus Cristo, no cultivo da amizade com Ele pela oração, no apreço pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e o compromisso apostólico, mediante um permanente serviço ao próximo”, em consonância com o Documento de Aparecida.
Neste sentido, o arcebispo de Curitiba (PA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, que também presidiu a Comissão do Tema Central, explica que os redatores trabalharam para elaborar um documento que sirva de estímulo às mais ampliadas lideranças comunitárias e eclesiais, “na implementação de caminhos evangelizadores que contemplem experiências consistentes e vivenciais de encontro com o Senhor”.
Dom Peruzzo explicou ainda que esta segunda versão do texto, mais unificada na sua redação, foi largamente abreviada. “Não se pretendeu um documento com todas as completudes que a temática comporta. Afinal não é uma obra para fins acadêmicos”, considera. 
A proposta, assim como indicado nas DGAE, é a aplicação da Iniciação à Vida Cristã com inspiração catecumenal. “Já no documento conciliar Sacrossantum Concilium a Igreja propunha-se a dar passos em direção à Iniciação à Vida Cristã com inspiração catecumenal. Em importantes documentos sobre Evangelização e Catequese a temática se reapresentou. Passou quase desapercebida nas assembleias do episcopado latino-americano. Mas, graças a Deus, surgiu com grande força em Aparecida”, sublinha dom Peruzzo.
O arcebispo recorda com gratidão as “muitas, promissoras e criativas experiências” de Iniciação. Ele, porém, reconhece que há um caminho longo a percorrer no sentido do desenvolvimento do processo que será estudado durante a Assembleia Geral deste ano. “Há que mudar mentalidades, há que crescer na integração entre catequese e liturgia, há que envolver a inteireza das comunidades. Mas o caminho já começou, há muitos sinais”, pontua confiante.
O que é 
A iniciação à vida cristã é, objetivamente, todo processo de conhecimento e encontro com Jesus Cristo e de inserção na comunidade cristã. Ela contempla também três sacramentos que formam unidade: batismo, eucaristia e crisma (confirmação).
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Comissão prepara subsídio doutrinal sobre Exorcismos
A Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vai lançar durante a 55ª Assembleia Geral da CNBB, entre os dias 26 e 5 de maio, em Aparecida (SP), dois subsídios doutrinais. Um deles aborda os "Exorcismos: Reflexões teológicas e orientações pastorais" e o outro vai falar sobre o ensino de Filosofia na Formação Presbiteral. Todo o material foi elaborado pelos bispos e padres membros da comissão com o apoio do Grupo Interdisciplinar de Peritos (GIP), órgão de assessoria teológica para auxiliar a comissão no cumprimento de sua missão e de suas atribuições.
O bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB, dom Pedro Carlos Cipollini, diz que o subsídio vai oferecer uma reflexão sobre exorcismos, rituais de cura e libertação que vem preocupando muitos bispos, que inclusive, solicitaram que a comissão tratasse do assunto.
Capa do Subsídio
“Nós vemos que surge nesse momento de crise uma situação onde as pessoas se desesperam, inclusive, agravam-se as preocupações, a falta de sentido da vida, a droga, são tantas crises acumuladas, inclusive, aumento de suicídio no meio de jovens. E no meio de tudo isso, nós vemos desespero e a apelação, por exemplo, a questão de exorcismos não só na Igreja Católica, mas também fora, em muitas outras denominações religiosas. Por isso, nós vamos oferecer uma reflexão sobre o tema", contextualiza o bispo. Para dom Cipollini, é inevitável ao abordar as questões de exorcismos, de benção, de cura, libertação do maligno, tratar também da questão do maligno, a existência do mal a partir da fé Católica e da Sagrada Escritura. "É uma reflexão que tem um último capítulo de sugestões práticas diante dessa realidade”, destaca.
Em diversos grupos religiosos, não somente entre os cristãos, são realizadas pregações confusas sobre a ação do diabo ou dos demônios. Para alguns, todo mal no mundo é resultado da constante ação do diabo que tenta a humanidade. 
“Existe exagero quando as pessoas estão desesperadas em todos os sentidos. Então, é evidente que existem exageros, inclusive, existe a tendência de imitar outras denominações religiosas no que tange a essa questão de exorcismo para atrair fieis, às vezes, para satisfazer uma demanda, de forma que o estudo trata de tudo isto”, pontua o bispo.
Essas práticas se valem de rituais, palavras e oráculos que pretendem dominar o maligno, especialmente quando ele é entendido como uma entidade que se apossa de pessoas, objetos e lugares. Igualmente, em certos grupos eclesiais, multiplicam-se reuniões para rezar, a fim de obter a libertação da influência dos demônios, embora não se trate de exorcismo propriamente dito. Foco das reflexões do texto, a questão do mal e da apelação para os exorcismos serão iluminadas pelo ensinamento da Igreja, a qual possui o ritual dos exorcismos, baseado na tradição e no magistério.
O subsídio doutrinal traz sete capítulos que vão tratar, entre eles, do Diabo e demônios na Sagrada Escritura; Jesus Exorcista; O maligno segundo a Tradição cristã e Ensinamentos do Magistério recente. No último capítulo, o subsídio traz uma reflexão e sugestões práticas diante dessa realidade.
Filosofia
Capa do Subsídio
Durante a Assembleia também será lançado o subsídio sobre o ensino de Filosofia na Formação Presbiteral. O material é propositalmente sintético, convidando a refletir sobre a importância do tema de que trata e de sua articulação com o conjunto da formação de quem se prepara para o ministério sacerdotal. Seu objetivo é discutir a importância do ensino de Filosofia na formação presbiteral, pontuar algumas dificuldades encontradas atualmente na formação filosófica e pôr em relevo algumas linhas que ajudem na organização de cursos de Filosofia de qualidade que respondam às exigências da Igreja, no contexto atual.
A reflexão tem como referenciais os Documentos do Magistério dos Pontífices e dos Dicastérios da Cúria Romana sobre a formação presbiteral, especialmente a Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis de 2016 (Da Vocação Presbiteral); o Decreto de Reforma dos estudos eclesiásticos de Filosofia, 2011; a Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis de 1985 e sua aplicação na Igreja do Brasil (as Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil, 2010), levando em consideração as circunstâncias culturais e sociais do tempo presente.
A Comissão já entregou à Igreja no Brasil uma reflexão sobre o ensino da Teologia (Subsídios Doutrinais n. 6). Agora, respondendo a solicitações recebidas e à necessidade de que ela mesma reconhece de aprofundar o tema, dá continuidade à precedente reflexão.
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                                                                                                                Fonte: cnbb.org.br

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