A misericórdia é saber rezar uns pelos outros
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco acolheu na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca
de sete mil fiéis para a Audiência Geral.
Com a catequese
desta quarta-feira (30/11), o Pontífice encerrou o ciclo dedicado à
misericórdia, falando nesta ocasião sobre duas obras: uma espiritual de “rezar
pelos vivos e pelos mortos”, e outra corporal, enterrar os mortos. “As
catequeses terminam, mas a misericórdia deve continuar”, disse o Papa.
À primeira
vista, afirmou Francisco, enterrar os mortos pode parecer estranho, mas se
pensarmos em tantas regiões atribuladas pelo flagelo da guerra, enterrar os
mortos se torna tristemente uma obra muito atual. Às vezes, significa colocar
em risco a própria vida, como foi o caso do velho Tobi, no Antigo Testamento;
outras vezes, exige uma grande coragem, como no caso de José de Arimatéia, que
providenciou um sepulcro para Jesus, após a sua morte na Cruz.
Papa na Sala Paulo VI para a Audiência Geral - AFP |
“Para os
cristãos, a sepultura é um ato de piedade, mas também de fé e esperança na
ressurreição dos mortos”, explicou Francisco. Por isso, somos chamados também a
rezar pelos defuntos, primeiramente porque reconhecemos o bem que essas pessoas
nos fizeram em vida e, depois, para encomendá-las à misericórdia de Deus.
“Todos ressuscitaremos e todos permaneceremos para sempre com Jesus”, recordou
o Papa, que recomendou que não se esqueça de rezar pelos vivos.
Trata-se de uma
manifestação de fé na Comunhão dos Santos, que nos ensina que os batizados,
encontrando-se unidos em Cristo e sob a ação do Espírito Santo, podem
interceder uns pelos outros.
Lembrança
O Pontífice
recordou que existem muitos modos de rezar pelo próximo, como as mães e os pais
que abençoam os filhos antes de saíram de casa, “hábito ainda presente em
algumas famílias”, a oração às pessoas doentes, a intercessão silenciosa às
vezes com as lágrimas.
Francisco contou
aos fiéis um episódio ocorrido no dia anterior, de um jovem empresário que participou
da Missa celebrada por ele na capela da Casa Santa Marta. Após a celebração,
chorando, o proprietário disse que deveria fechar a fábrica devido à crise, mas
50 famílias ficariam sem trabalho. “Eis um bom cristão”, disse o Papa, pois ele
poderia declarar falência e ficar com o dinheiro, mas sua consciência não o
permitia e ia à missa para pedir a Deus uma solução, não para ele, mas para as
50 famílias. “Este é um homem que sabe rezar, com o coração, com os fatos, sabe
rezar pelo próximo numa situação difícil. E não busca a solução mais fácil.
Fez-me tão bem ouvi-lo e espero que existam tantas pessoas assim hoje, pois
muitos sofrem com a falta de trabalho.”
Comunhão
Ao rezar uns
pelos outros, devemos pedir sempre que se faça a vontade de Deus, porque a sua
vontade é certamente o bem maior, o bem de um Pai que jamais nos abandona.
“Abramos o nosso coração, disse o papa, rezar e deixar que o
Espírito Santo reze em nós. E isso é o belo da vida, rezar, agradecer, louvar a
Deus, pedir algo, mesmo chorando quando há alguma dificuldade, mas com coração
aberto ao Espírito para que reze em nós, conosco e por nós.”
Concluindo estas
catequeses sobre a misericórdia, Francisco pede um esforço a rezar uns aos
outros para que as obras de misericórdia corporais e espirituais se tornem
sempre mais o estilo da nossa vida:
“Como disse
anteriormente, as catequeses se concluem. Fizemos o percurso das 14 obras de
misericórdia, mas a misericórdia continua e devemos exercitá-la nesses 14
modos.” (bf)
Assista:
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Papa expressa seu pesar pela tragédia da Chapecoense
Manifestação durante a Audiência Geral com o Papa - AFP |
Rádio Vaticano
(RV) – O Papa Francisco expressou seu pesar pela tragédia da Chapecoense.
Durante a
saudação em português, de maneira improvisada, o Papa disse:
"Eu também
gostaria de recordar hoje a dor do povo brasileiro pela tragédia do time de
futebol e rezar pelos jogadores mortos, pelas suas famílias. Na Itália, sabemos
bem o que isso significa, pois lembramos o acidente aéreo de Superga, em 1949.
São tragédias duras. Rezemos por eles”. (rb)
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Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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