Saber reconhecer a visita de Deus e abrir-se ao seu amor
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco iniciou a quinta-feira (17/11) celebrando a
missa na capela da Casa Santa Marta.
Em sua homilia,
o Papa partiu da imagem de Jesus chorando em Jerusalém, e explicou o motivo:
Jesus o faz porque se lembra da história do “seu povo”. De um lado, este amor
sem medidas e, de outro, “a resposta egoísta, desconfiante, adúltera e
idolátrica do povo”.
A infidelidade
machuca o coração de Cristo
O “amor louco de
Deus pelo seu povo parece uma blasfêmia, mas não é”, afirma o Papa. Jesus, de
fato, faz memória dos passos dos profetas, como Oséias e Jeremias, quando
expressam o amor de Deus por Israel. No Evangelho do dia, Jesus se lamenta:
“Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”:
Liturgia Eucarística |
“É isso que
machuca o coração de Jesus Cristo, esta história de infidelidade, esta história
de não reconhecer os carinhos de Deus, o amor de Deus, de um amor apaixonado
que nos busca, que se preocupa com a nossa felicidade. Jesus viu naquele
momento o que o aguardava como Filho. E chorou… ‘Porque tu não reconheceste o
tempo em que foste visitada’. Este drama não aconteceu somente na história
e acabou com Jesus. É o drama de todos os dias. É também o meu drama. Cada um
de nós pode dizer: ‘Eu sei reconhecer o tempo em que fui visitado? Deus me
visita?’”.
Deus nos visita
de três modos
O Papa destacou
que, dias atrás, a Liturgia propunha a reflexão sobre três momentos da visita
de Deus: para nos corrigir, para entrar em relação conosco e “para se convidar
à nossa casa”. Quando Deus quer corrigir, convida a mudar de vida. Quando quer
falar conosco, diz: “Eu bato à porta e chamo. Abra-me!”. E a Zaqueu, para
receber o convite, diz para descer da árvore. O Pontífice convidou a nos
perguntar como está o nosso coração, a fazer um exame de consciência, a
questionar se “sei ouvir as palavras de Jesus” quando bate “a minha porta” e
diz: “Corrija-se!”. Cada um de nós corre um risco:
“Cada um de nós
pode cair no mesmo pecado do povo de Israel, no mesmo pecado de Jerusalém: não
reconhecer o tempo no qual fomos visitados. E todos os dias o Senhor nos
visita, todos os dias bate à nossa porta. Mas devemos aprender a reconhecer
isso, para não acabar naquela situação tão dolorosa: ‘Quanto mais os amava,
mais os chamava, mais se afastavam de mim’. ‘Mas eu estou seguro das minhas
coisas. Eu vou à missa, estou seguro…’. Você faz todos os dias um exame
de consciência sobre isso? Hoje o Senhor me visitou? Ouvi algum convite, alguma
inspiração para segui-lo mais de perto, para fazer uma obra de caridade, para
rezar um pouco mais? Não sei, tantas coisas às quais o Senhor nos convida todos
os dias para se encontrar conosco”.
Abrir as portas
a Jesus
Para o Papa,
portanto, é fundamental reconhecer quando somo “visitados” por Jesus para nos
abrir ao amor:
“Jesus chorou
não somente por Jerusalém, mas por todos nós. E deu a sua vida, para que nós
reconhecêssemos a sua visita. Santo Agostinho dizia uma palavra, uma frase
muito forte: ‘Tenho medo de Deus, de Jesus, quando passa!’. Mas por que tem
medo? ‘Tenho medo de não reconhecê-Lo!’. Se você não estiver atento ao coração,
jamais saberá se Jesus o está visitando ou não. Que o Senhor nos dê a todos nós
a graça de reconhecer o tempo em que fomos visitados, somos visitados e seremos
visitados para abrir a porta a Jesus e fazer de modo que o nosso coração seja
maior no amor e sirva no amor o Senhor Jesus”.
Assista:
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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