Identidade cristã
A santidade é um dom de Deus, mas depende do bom uso da liberdade humana.
Celebramos o Dia de Todos os Santos, que constitui a identidade do cristão, porque todos nós somos chamados para viver a perfeição, mesmo em situação de vulnerabilidade. Não é ser santo depois da morte, mas na história normal da vida de cada pessoa. Fomos criados para fazer o bem, praticar a justiça e viver a liberdade com atitude de responsabilidade. É daí que vem a santidade.
Santos e Santas de Deus |
A santidade é um dom de Deus, mas depende do bom uso da liberdade humana. Supõe discernimento no meio de inúmeros deuses da cultura consumista, que privilegia o “deus mercado” sem considerar o valor e a dignidade do ser humano. A vida deixa de ser o mais importante e é sacrificada para aumentar o bolo acumulado. Isto está muito visível nas finalidades da PEC 241, em votação.
Ser santo é ser vencedor, é ser como aquele que não se deixa levar pelas instigações da sociedade anticristã, que tem na sua base os mecanismos escusos e aliados às práticas que não condizem com os ensinamentos de Jesus Cristo. Portanto, a santidade é consequência de uma opção de vida, de compromissos concretos com o bem comum e com o bem da humanidade.
O mundo, distante do Pai, não é capaz de entender a dimensão da santidade, porque ela vai além do simples “gozar a vida”, do bem estar pessoal proclamado a todo instante pela grande mídia. É a convicção do encontro e da comunhão com Jesus Cristo que faz as pessoas se distanciarem do mal, daquilo que impede a vinculação com o número das pessoas realmente santas.
Nas bem-aventuranças do Evangelho, Jesus disse que nos bem-aventurados acontece o Reino de Deus. Esse Reino está presente na terra e tem sua plenitude na eternidade (cf Mt 5,1-12). Não é feliz e não tem o Reino quem tem tudo no mundo, faz as coisas para tapear os outros e não tem a si mesmo. O Reino tem o indicativo da cruz, do sofrimento e das perseguições.
Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo Metropolitano de Uberaba – MG
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Os Felizes
Muitos jogam pesado na felicidade buscada a todo o custo no que é material e prazeroso imediatamente. Há os que buscam ideal mais elevado na vida, sabendo procurar a felicidade na realização de um projeto de vida realizador com a busca de valores maiores. Superam a ostentação, o acúmulo de dinheiro, de títulos, de vantagens sociais e bem estar no uso insaciável de prazeres baseados na satisfação dos instintos de modo antiético e imoral. Sabem abster-se do que é relativo e efêmero para conquistarem dignidade, baseada no caráter que as conduzam a conviver com o ideal de servir o semelhante e a sociedade com os talentos e oportunidades. Trabalham para a promoção do bem comum, da inclusão social e da cidadania, às vezes às custas de sacrifícios, renúncias e doação de si. São pessoas felizes e santas, porque seguem um caminho, embora mais estreito, mas que as levam a realizar o projeto divino em sua vida. Afinal, para que serve a vida e o que fazemos dela?
Nossos irmãos que estão nos céus |
As bem-aventuranças apresentadas por Jesus foram, são e serão vividas por pessoas santas, que têm um ideal com o gosto de um amor verdadeiramente realizado, dando sentido pleno à existência. Esse ideal nos leva até a darmos a vida por causas justas e de ajuda à promoção de vida de sentido e realizador ao semelhante, segundo o exemplo e ensinamento do Divino Mestre (Cf. Mateus 5,1-12).
Infelizes são os que colocam a finalidade de vida no que é transitório e não o podem levar para a vida eterna. Felizes são, ao contrário, os que tudo fazem para levar consigo o resultado das ações que dão base a que levemos seus frutos à vida eterna. Aliás, esses frutos já são saboreados desde já pela alegria de vermos o bem que fazemos com verdadeiro amor ao semelhante.
Exemplos sobejos de santos e santos temos na história do passado, do presente e teremos no futuro, por quem não poupa o esforço, o sacrifício de si, as renúncias e o entusiasmo para promoverem ações e causas de benefício a todos. Nossa religiosidade deve ser instrumento de ajuda e estímulo para isso. Mas precisa ser atuante e transformadora da sociedade. Torna-se fé operante, com o cunho vertical de amor e relacionamento com Deus, mas também com amor e relacionamento de promoção de vida de sentido ao semelhante. Deus vai nos julgar pelo bem que realizamos à comunidade, usando os talentos por Ele doados para isso. Aí vivemos a prática da santidade!
Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustrações: santosebeatoscatolicos.blogspot.com.br amormariano.com.br
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