"Sede de poder e deslealdade são incompatíveis com o serviço"
Cidade do
Vaticano (RV) - Para servir bem o Senhor, não podemos ser desleais e nem buscar
o poder. É a síntese da homilia de Francisco na missa celebrada na manhã da
terça-feira (08/11), na Casa Santa Marta. O Pontífice reiterou que não se pode
servir Deus e o mundo.
“Somos servos
inúteis”, disse o Papa, reiterando que “todo verdadeiro discípulo do Senhor
deve repetir esta afirmação repetir a si mesmo”.
O desejo de
poder nos impede de servir o Senhor
Mas quais são,
questiona o Papa, os obstáculos que nos impedem de servir o Senhor com
liberdade? São muitos, constata com amargura, e “um é a sede de poder”:
“Quantas vezes
vimos, até em nossas casas: ‘aqui sou eu que comando!’. E quantas vezes, sem
dizê-lo, fizemos ouvir aos outros ‘que aqui eu comando’, não? Mostrar isso... A
sede de poder... E Jesus nos ensinou que aquele que comanda se torna como
aquele que serve. Ou se alguém quiser ser o primeiro, seja servidor de todos.
Jesus reverte os valores da mundanidade, do mundo. E este desejo de poder não é
o caminho para se tornar um servo do Senhor, ao contrário: é um obstáculo, um
destes obstáculos que rezamos ao Senhor para que afaste de nós”.
Não à
deslealdade de quem quer servir Deus e o dinheiro
O outro
obstáculo, prossegue Francisco, se verifica “também na vida da Igreja”, e é “a
deslealdade”. E isto – adverte o Papa, acontece “quando alguém quer servir o
Senhor enquanto serve outras coisas que não são o Senhor”.
Liturgia Eucarística |
“O Senhor nos
disse que nenhum serviço pode ter dois patrões. Ou serve Deus ou serve o
dinheiro. Foi Jesus que o disse. E este é um obstáculo: a deslealdade; que não
é o mesmo de ser pecador. Todos somos pecadores e nos arrependemos disso, mas
ser desleais é fazer jogo duplo, não? Jogar à direita e à esquerda, jogar com
Deus e jogar com o mundo, não? Isto é um obstáculo. Aquele que tem sede de
poder e aquele que é desleal dificilmente podem servir ou serem servos livres do
Senhor”.
Estes
obstáculos, a sede de poder e a deslealdade, retoma Francisco, “tiram a paz e
te causam um tremor no coração que não deixa em paz, mas sempre ansioso”. E
isto, reitera, “nos leva a viver naquela tensão da vaidade mundana... viver
para aparecer”.
O serviço de
Deus é livre, nós O servimos como filhos, não como escravos
Quanta gente
“vive somente para ser vitrina, para aparecer, para que digam: 'Ah, como ele é
bom...', tudo pela fama. Fama mundana”. E assim, - é a sua advertência -, “não
se pode servir o Senhor”. Por isso, - acrescenta -, “pedimos ao Senhor para
remover os obstáculos para que com serenidade, seja do corpo, seja do
espírito”, possamos “dedicar-nos livremente ao seu serviço”:
“O serviço de
Deus é livre: nós somos filhos, não escravos. E servir Deus em paz, com
serenidade, quando Ele mesmo tirou de nós os obstáculos que tiram a paz e
serenidade, é servi-Lo com a liberdade. E quando servimos o Senhor com
liberdade, sentimos a paz ainda mais profunda, não é verdade? Da voz do Senhor:
'Oh, vem, vem, vem, servo bom e fiel’. E todos nós queremos servir o Senhor com
bondade e fidelidade, mas precisamos de sua graça: sozinhos não podemos. E por
isso, pedir sempre esta graça, que seja Ele a remover esses obstáculos, que
seja Ele a nos dar essa serenidade, essa paz do coração para servi-Lo
livremente, não como escravos: mas como filhos”.
“Liberdade no
serviço”. Francisco evidencia assim que também quando o nosso serviço é livre,
devemos repetir que “somos servos inúteis” conscientes de que sozinhos não
podemos fazer nada. “Somente - afirma - devemos pedir e dar espaço para que Ele
faça em nós, e Ele nos transforme em servos livres, em filhos, não em escravos.
Que o Senhor - é a invocação do Papa - nos ajude a abrir o coração e deixar
trabalhar o Espírito Santo, para que remova de nós esses obstáculos,
especialmente o desejo de poder que faz tanto mal, e a deslealdade, a dupla
face de querer servir Deus e o mundo”. “E assim - concluiu – nos dê essa
serenidade, essa paz para poder servi-Lo como filho livre, que no final, com
muito amor, Lhe diz: 'Pai, obrigado, mas o Senhor sabe: eu sou um servo
inútil”. (CM/SP)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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