4º Domingo da Quaresma
Pelo batismo fomos
iluminados pela luz de Cristo. Deixemo-nos iluminar por ela. O fruto dessa luz
chama-se bondade, justiça, verdade.
Afresco de Jesus (ANSA) |
A primeira leitura
nos diz que Deus não se impressiona com a aparência, seus critérios são outros.
Enquanto o homem “vê a aparência, Deus olha o coração”, (conf. I Sam 16, 7). E o
coração que agrada a Deus é o dos pequenos, dos humildes. Também nós deveríamos
não nos impressionar com a beleza externa das pessoas, mas deixar o Espírito
falar e observar a beleza interna.
No Evangelho, o
cego é o único dentre a multidão, a reconhecer Jesus como o Messias, como o
Redentor, como o Senhor. Sua profissão de fé é feita aos poucos. Primeiro ele
pede a cura para sua deficiência visual. Após a cura física, ele vai
proclamando que foi Jesus quem o curou. Isso causa problemas com os sacerdotes
e ministros religiosos. O cego não tem dúvidas e dasfia os poderosos que o
expulsam da comunidade.
Ao encontrar
Jesus, aquele que fora cego faz sua profissão de fé, ajoelhando-se e
proclamando Jesus como Senhor.
A reação do
Cristo, diante do confronto do ex-cego com a liderança religiosa e a multidão,
faz o registro das duas cegueiras, a física e a espiritual. “Se vocês
fossem cegos não teriam pecado. Mas como dizem que enxergam, o seu pecado
permanece”, diz para as lideranças. Pecado é permanecer na escravidão de
convicções antigas que não libertam, é não procurar a verdade e não se abrir a
ela, é não reconhecer em Jesus de Nazaré, a luz que veio ao mundo.
É sobre a luz de
Jesus, o texto da Carta de Paulo aos Efésios. Pelo batismo fomos iluminados
pela luz de Cristo. Deixemo-nos iluminar por ela. O fruto dessa luz chama-se
bondade, justiça, verdade.
A fé é a
iluminação que faz ver.
O ser humano corre
o risco de fazer escolhas segundo as aparências. O episódio do cego nos
confirmou esse risco, quando os mestres da Lei rejeitaram o testemunho dele e o
expulsaram. São Paulo falou-nos que Cristo é Luz e ilumin a nós, os batizados.
Um antigo hino
cristão, usado pelo Apóstolo, encerra nossa reflexão: “Desperta, tu que dormes,
levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá.”
Padre César Augusto dos Anjos, SJ
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Fonte: vaticannews.va
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