"Sucesso, poder e dinheiro são ídolos que escravizam"
Em sua catequese
o Papa explicou que "a liberdade do homem nasce quando permitimos que o
verdadeiro Deus seja o único Senhor. Isto nos faz aceitar nossa fragilidade e
rechaçar os ídolos do nosso coração”.
Cidade do Vaticano - Dando continuidade
às catequeses sobre os Dez mandamentos, nesta quarta-feira (08/08) oPapa
Francisco aprofundou o tema da idolatria, refletindo sobre o bezerro de
ouro, narrado no Livro do Êxodo.
A tradicional
audiência geral foi realizada na Sala Paulo VI, onde o ar condicionado aliviou
o calor do Papa e das 7 mil pessoas participantes. Ilustrando o trecho bíblico
do Êxodo, apresentado no início do encontro, o Papa disse que o Povo de Israel
estava no deserto, angustiado sem água e alimentos, esperando Moisés que subira
ao monte para encontrar o Senhor.
“O povo queria
certezas e pediu a Araão que construísse um ídolo ‘sob medida e mudo’,
identificável, que fosse um guia”
Assim como o
deserto é uma imagem da vida humana incerta e sem garantias, a natureza humana,
para fugir da precariedade, procura uma religião com a qual se orientar: é a
eterna tentação de fazer um ‘deus sob medida’.
As tentações de
sempre!
Araão não sabe
dizer ‘não’ e cria o bezerro de ouro, que tinha um duplo sentido no Oriente
antigo: por um lado, representava fecundidade e abundância; por outro, energia
e força.
“São as
tentações de sempre! O bezerro de ouro é o símbolo de todos os desejos que
oferecem a ilusão da liberdade, mas acabam por escravizar”.
“Tudo isso – completou Francisco – nasce da
incapacidade de confiar antes de tudo em Deus, de depositar Nele nossas
inseguranças, de deixar que seja Ele a dar a verdadeira profundidade aos
anseios de nosso coração. Sem o primado de Deus, facilmente cai-se na idolatria
e contenta-se de poucas seguranças”.
A escravidão do
pecado
O bezerro de
ouro representa, desse modo, a falta de confiança em Deus, deixando-se levar
pelas tentações que conduzem à escravidão do pecado: poder, liberdade, riqueza,
etc.
“Quando acolhemos
o Deus de Jesus Cristo, descobrirmos que reconhecer a nossa fragilidade não é a
desgraça da vida humana, mas a condição para abrir-se Àquele que é realmente
forte. A liberdade do homem nasce justamente permitindo que o verdadeiro Deus
seja o único Senhor. Isto nos faz aceitar nossa fragilidade e rechaçar os
ídolos do nosso coração”.
Reconhecer a
nossa fragilidade e receber a força do Alto
Terminando a
catequese, o Pontífice concluiu que “como nos mostrou Jesus, o Deus verdadeiro
é Aquele que se faz pobre para nos tornar participantes da sua riqueza. É um
Deus que se mostra fraco, pregado na Cruz, para nos ensinar que devemos
reconhecer a nossa fragilidade, pois é ali onde encontramos a força do Alto que
nos enche com o seu amor misericordioso”.
Assista:
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Fonte: vaticannews.va
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