5 pontos que merecem atenção no período
eleitoral
Apesar do
desencanto, da descrença e da falta de confiança na Política no Brasil, o bispo
auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Geovani Mol
defende que é importante acompanhar o processo eleitoral pelo qual o país
atravessa com as campanhas já nas ruas em plena busca de votos.
O reitor da
pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais afirma que a política não é um
mau sem si. “O mau são os políticos eleitos para trabalharem pelo bem comum e
que passam a trabalhar pelos seus próprios interesses e interesses de grupos
econômicos e elitistas da sociedade brasileira”, afirmou.
Neste processo
eleitoral que o Brasil está vivendo, o religioso convoca os cristãos a ficarem
atentos às falsas informações, conhecidas como “Fake News”. “Antes de
acreditar, desconfie. Nunca passe adiante uma informação que você não tem
certeza sobre ela”, ressaltou. Há uma outra questão crucial, de vida ou
morte, em sua avaliação: “A que segmento da sociedade e segmento político o
candidato está vinculado?”. “Isso é indispensável porque, embora todos
dizem que é necessário ‘mudar’ o Brasil, muitos querem mesmo é ‘continuar
tirando proveito’ do Brasil”, avaliou.
Outra postura
importante, ressalta dom Mol, é confrontar as informações que estão sendo
disseminadas com a trajetória e com a vida do candidato, sempre com algumas
perguntas em mente: Como ele vive? Quem são seus amigos? Com quem ele anda? O
que ele faz com os pobres? Já exerceu cargos políticos? É um defensor das
causas populares? Está envolvido com corrupção? Usa a religião para se
promover? É democrático? Respeita as diversidades? Estimula a participação das
pessoas? Pensa e trabalha por um Brasil mais justo e fraterno? É uma pessoa de
paz e diálogo?
“Só mesmo
confrontando o que ‘falam’ com o que ‘fazem’ ou fizeram até agora poderemos ter
mais possibilidade de acerto na escolha”, reforça. O religioso também chama a
atenção para a importância de prestar atenção às ideias dos candidatos
alertando que muitas delas são pregadas em tempo de campanha eleitoral apenas
para satisfazer o eleitor e fazê-lo acreditar que, o que ele deseja, está
expresso naquelas ideias, mas apenas como recurso para angariar votos.
5 pontos que
merecem atenção dos cristãos no Período Eleitoral do Brasil:
1. É
preciso identificar candidatos/as que defendam a vida em toda em qualquer
circunstância, da gestação ao seu término natural. Mas, como nos lembrou o Papa
Francisco, é preciso defender a vida tanto contra o aborto quanto contra as
desigualdades sociais e suas mazelas e misérias. Pois ambos matam com a mesma
intensidade. O papa e a Igreja são movidos pela mesma convicção, numa postura
de coerência, principalmente agora que ele declarou a pena de morte inaceitável
em qualquer situação.
2. É
preciso identificar candidatos/as que priorizem três áreas de atuação de forma
clara e inequívoca e apresentem propostas concretas para a educação, a saúde e
o emprego. Uma das graves causas da situação difícil de nosso País são os
baixos níveis de qualidade na educação, no cuidado da saúde e na geração de
empregos. Um povo educado com qualidade e consciência crítica, com boa saúde
universalizada e pleno emprego consegue dar passos largos na construção dos
seus destinos.
3. É
preciso identificar candidatos/as que tenham compromisso sério com o meio
ambiente, numa expressão do cuidado com a Casa Comum e neste contexto seja
inserido o compromisso de respeito e forte defesa dos povos tradicionais,
comunidades indígenas, ribeirinhas, negras e outras.
4. É preciso
identificar candidatos/as que promovam a paz e a dignidade humana; trabalhem
contra toda violência; restaurem a confiança e a democracia, aperfeiçoando-a
com a participação popular; comprometam-se com as reformas necessárias de forma
justa, sem supressão de direitos do povo trabalhador e dos segmentos excluídos
da sociedade; colaborem com a necessária reforma do Judiciário e do Ministério
Público do País, que a cada dia se mostram como “castas” superiores e
corporativistas.
5. Ainda, é
preciso identificar candidatos/as que respeitem a laicidade do Estado e cuidem
da pacífica convivência entre as várias culturas e religiões, as regionalidades
e as tradições, com espírito fraterno de tolerância e justiça.
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Fonte: cnbb.org.br
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