sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Leituras do

18º Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura: Ex 16,2-4.12-15
Livro dos Êxodo
Naqueles dias, a comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto, dizendo: “Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a este deserto para matar de fome a toda esta gente?”
O Senhor disse a Moisés: “Eis que farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e só recolherá a porção de cada dia, a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na minha lei. Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne e, pela manhã, vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus’”.
Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã, formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda, em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra. 
Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram entre si: “Que é isto?” Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes: “Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento”.
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Salmo: 77
O Senhor deu a comer o pão do céu.
O Senhor deu a comer o pão do céu.
- Tudo aquilo que ouvimos e aprendemos, / e transmitiram para nós os nossos pais, / não haveremos de ocultar a nossos filhos, / mas à nova geração nós contaremos: / as grandezas do Senhor e seu poder.
- Ordenou, então, às nuvens lá dos céus, / e as comportas das alturas fez abrir; / fez chover-lhes o maná e alimentou-os, / e lhes deu para comer o pão do céu..
- O homem se nutriu do pão dos anjos, / e mandou-lhes alimento em abundância. / Conduziu-os para a terra prometida, / para o monte que seu braço conquistou.
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2ª Leitura: Ef 4,17.20-24
Carta de São Paulo aos Efésios
Irmãos, eis, pois, o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada.
Quanto a vós, não é assim que aprendestes de Cristo, se ao menos foi bem ele que ouvistes falar e se é ele que vos foi ensinado, em conformidade com a verdade que está em Jesus. Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.
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Evangelho: Jo 6,24-35
Evangelho de São João
Naquele tempo, quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”
Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: “Pão do céu deu-lhes a comer”.
Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
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Reflexão:
As coisas que passam e as que não passam
O evangelho de hoje é o início do “sermão do Pão da Vida”, com o qual o evangelista João dá continuidade ao “sinal” da multiplicação dos pães narrado domingo passado. Nos próximos domingos, o tema continua.
Depois da multiplicação dos pães, Jesus volta a Cafarnaum (Jo 6, 24). Os conterrâneos querem saber como de repente ele está de volta, se não embarcou com os discípulos na noite anterior. Jesus lhes faz sentir que, apesar de terem presenciado o milagre do pão, não enxergaram aí um sinal daquilo que ele significa: a realidade de Deus oferecida ao mundo. Apenas se saciaram de pão. Não entenderam que a refeição era um sinal. Eram como um motorista que pensa que sinal vermelho é apenas enfeite…
Os judeus de Cafarnaum então perguntaram que esforço Deus espera deles – pois querem se esforçar para que Deus se veja obrigado a dar-lhes a salvação! Mas Jesus diz que o esforço que Deus espera deles é que acreditem naquele que ele enviou (6,29).
Percebem que Jesus está falando de si mesmo. Para acreditarem nele querem ver suas credenciais. No tempo de Moisés, seus antepassados comeram o maná, no deserto, como está escrito: “Deu-lhes pão do céu a comer” (6,31; cf. Sl 78 [77], 24). Responde Jesus que não foi Moisés quem deu o pão do céu, no passado, mas que agora o Pai está dando o verdadeiro pão do céu: aquele que desce do céu e que dá vida ao mundo. Ininteligentes como o motorista  que pensa que sinal vermelho é enfeite, ficam raciocinando no trilho do pão material, pensando no problema do sustento: “Dá-nos sempre esse pão”. Então Jesus diz abertamente o que significa a sua palavra ambígua e o sinal que ele realizou no dia anterior: “Eu sou o pão  da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim não terá mais sede”(6,35).
Quem conhece as Escrituras reconhece nestas palavras a proclamação registrada em Isaías, no tempo do exílio babilônico. Em meio à idolatria da Babilônia, o profeta orienta o coração dos exilados para o único Senhor, muito mais valioso que o sistema babilônico com seus deuses e ilusões. O que se consegue com os babilônios não vale nada, é mero engodo comercial, pão que não alimenta! Mas quem escuta a voz do Senhor recebe a sabedoria da vida, a Aliança duradoura com Deus, o cumprimento de suas promessas (Is 55,1-3). Assim, quem se alimenta com a palavra de Jesus recebe o “pão da vida”, quem se dirige a ele sofre nem fome nem sede.
Mas não interpretemos isso com falso materialismo, dizendo que as coisas materiais passam e as espirituais, permanecem. Depende do que se entende por esses termos! Se “espiritual” significa apenas erudição e brilho intelectual ou divagação etérea em doutrinas sublimes, então isso é o que passa! E se “material” significa dedicar-se ao pão dos pobres, isto é o que permanece! Pois é a vontade do Pai.
                             Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
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                                                                                     Reflexão e banner: franciscanos.org.br

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