sábado, 25 de agosto de 2018

24ª Viagem Apostólica do Papa:

Antes da viagem à Irlanda,
Francisco reza na Basílica Santa Maria Maior
O Papa Francisco foi até a Basílica Santa Maria Maior na tarde de sexta-feira rezar por sua viagem à Irlanda.
Cidade do Vaticano - Como costuma fazer antes e após suas Viagens Apostólicas internacionais, o Papa Francisco foi até a Basílica Santa Maria Maior na tarde de sexta-feira, 24, onde rezou diante do ícone daSalus Populi Romani, como informou no Twitter o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.
O Santo Padre colocou aos pés da Virgem esta sua 24ª Viagem Apostólica, onde participará na Irlanda do IX Encontro Mundial das Famílias.
O primeiro e último Pontífice a visitar a ilha foi João Paulo II em 1979.
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Papa Francisco inicia
a 24ª Viagem Apostólica de seu Pontificado

O Airbus A320 da Alitália levando o Papa Francisco e comitiva à Irlanda decolou às 8h30 do Aeroporto Fiumicino.


Cidade do Vaticano - O Papa Francisco deu início na manhã deste sábado, 25 de agosto, à 24ª Viagem Apostólica de seu Pontificado, indo desta vez à Irlanda para o IX Encontro Mundial das Famílias.
O Pontífice deixou o Vaticano a bordo de um Ford Fiesta às 7h38min, escoltado por motos da Polícia italiana e seguranças do Vaticano. Às 8h02min ingressou na pista do Aeroporto Fiumicino = distante 29 km do Vaticano - onde em área reservada lhe aguardava um A320 da Alitália.
Antes de embarcar, Francisco foi saudado por Dom Gino Reali - bispo da Diocese de Porto-Santa Rufina, em cuja jurisdição se encontra o Aeroporto Internacional Fiumicino - além de outras autoridades civis e religiosas.
Francisco subiu as escadas carregando sua pasta preta, como costuma fazer. No alto, saudou as duas aeromoças e o comandante do voo que o aguardavam, voltando-se a seguir aos presentes na pista de quem despediu-se com um aceno de mão.
O Airbus decolou às 8h30, devendo chegar ao Aeroporto Internacional de Dublin às  10h30, hora local (1 hora a menos que horário italiano).
No séquito papal, o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin e Dom Kevin Joseph Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. 
Também à bordo, setenta e dois jornalistas que deverão ser saudados por Francisco na viagem de ida. No retorno, a já tradicional coletiva de imprensa.
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Papa saúda jornalistas:
Gosto de estar com as famílias
Papa Francisco saudou os jornalistas que o acompanhavam no voo para Dublin, recordando também os tempos em que praticou inglês na Irlanda há 30 anos
Cidade do Vaticano - No voo da manhã deste sábado à Dublin, o Papa Francisco fez uma breve saudação aos jornalistas presentes:
“Bom dia e obrigado pela companhia, obrigado por terem vindo. Será a minha segunda Festa das famílias. A primeira foi em Filadélfia, esta é a segunda. E gosto de estar com as famílias, estou contente por esta viagem. E também um outro motivo que toca um pouco o coração. Retorno à Irlanda depois de 38 anos, onde estive por quase três meses para praticar o inglês, no ano de 1980. E também por isto é uma bela recordação. Obrigado pelo trabalho de vocês. Agora gostaria de saudá-los”.
Setenta e um jornalistas acompanham o Papa Francisco nesta viagem, alguns deles irlandeses. Estes mesmos profissionais retornarão a Roma no mesmo voo,  no domingo, oportunidade em que se realiza a já tradicional coletiva de imprensa, com o Papa falando abertamente sobre os mais diversos temas.
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Papa Francisco chega a Dublin, uma viagem de renovação
O Papa Francisco partiu nesta manhã para a Irlanda, onde chegou por volta das 10h30, hora local. Além dos fiéis irlandeses, milhares de famílias dos 5 continentes esperaram o Santo Padre para o Encontro Mundial dedicado a elas.

Cidade do Vaticano - Papa Francisco já se encontra em terras irlandesas onde chegou ao Aeroporto Iinternacional de Dublin às 10h26 desta manhã de sábado, hora local, para participar do Encontro Mundial das Famílias. Durante a visita previsto também um encontro com algumas vítimas de abusos sexuais por parte de sacerdotes. Grandes preparativos para receber o Pontífice.
O Papa foi acolhido aos pés da escada do avião pelo Vice-primeiro Ministro, e por duas crianças em hábitos tradicionais que lhe ofereceram flores. Presentes também os cardeais Farrell e Brady, o Presidente da Conferência Episcopal, os arcebispos de Dublino, Tuam, Cashel e Emly, o arcebispo da Igreja da Irlanda e também uma família.  Presentes ainda no Aeroporto Internacional de Dublin o Núncio Apostólico na Irlanda Dom Jude Thaddeus Okolo, e a Embaixadora da Iralanda junto à Santa Sé, Sra.Emma Madigan. Na recepção ao Papa não houve discursos.
Em seguida o Papa deixou o aeroporto em direção a Áras an Uachtaráin, residência presidencial, cerca de 17 Km, onde foi recebido pelo presidente da Irlanda. Uma família de refugiados e uma família que hospeda refugiados foram apresentadas ao Papa. Na Cerimônia oficial de boas-vindas os respectivos hinos e a guarda de honra.
Compromissos
Após a visita de cortesia ao presidente Michel D. Higgins, no governo desde 2011, pai de 4 filhos, Francisco se dirigiu ao jardim da residência onde plantou uma árvore. Deixando a residência presidencial Francisco foi para  o Castelo de Dublin onde manteve um encontro com as Autoridades, com a Sociedade civil e com o Corpo Diplomático.
Ainda na tarde deste sábado a visita à Catedral Santa Maria de Dublin onde o Papa se deterá em oração em uma Capela onde se encontra uma lâmpada recordando as vítimas de abusos sexuais. Na Catedral Francisco responderá duas perguntas de dois jovens casais. O Santo Padre visita ainda o Centro de Acolhida para Famílias sem casa, dirigido pelos freis capuchinhos.
Enfim o dia de Francisco termina com a Festa das Famílias no Crocke Park Stadium de Dublin, onde se reunirá com mais de 80 mil pessoas. Uma festa com cantos, danças, testemunhos e oração. O encontro se encerra com o discurso do Papa, a oração do Encontro Mundial das Famílias e a Benção Apostólica de Francisco.
Telegramas
Como é habitual, no voo para a Irlanda, o Papa Francisco enviou um telegrama ao Presidente da República italiana, Sergio Mattarella. "No momento em que deixo Roma para ir à Irlanda por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, e enquanto invoco sobre a nação italiana abundantes dádivas de visão e sabedoria para continuar a apreciar e preservar o valor do matrimônio e da família - escreveu o Papa - dirijo ao senhor e seus colaboradores votos fervorosos por um profícuo compromisso a serviço do povo italiano a quem eu envio a minha bênção".
Além disso, o Papa enviou outros telegramas aos Presidentes dos países sobrevoados: Suíça, França e Reino Unido.
A Irlanda que o Papa Francisco encontra nestes dois dias de permanência na capital irlandesa é muito diferente da encontrada por São João Paulo II há 40 anos. Secularizada, imersa nas contradições da modernidade que chegou quase subitamente neste país. A Irlanda ainda está profundamente ferida pelo escândalo dos abusos sexuais cometidos por membros do clero. Daí a grande expectativa dos irlandeses pelas palavras que o Papa poderia dizer sobre esse assunto delicado e doloroso, trazido à tona também pela publicação do relatório sobre os abusos na Pensilvânia que na Irlanda despertou grande interesse. Para muitos, a presença do Papa na Irlanda, neste momento histórico particular, torna-se, portanto, uma oportunidade de renovação não apenas para a Igreja, mas para toda a sociedade.
O Papa e as famílias, a alegria do Evangelho
A visita do Papa, que inevitavelmente se entrelaça com essa triste realidade, no entanto, trata de celebrar a beleza das famílias no plano de Deus para a humanidade. Afinal, o motivo oficial da visita é justamente o Encontro Mundial das Famílias, que nestes dias viu a presença na capital irlandesa de mais de 15 mil pessoas de 116 países, unidas pela alegria do Evangelho e pelo espírito de Amoris laetitia, que não deixa nenhuma família para trás, especialmente se estiver em dificuldade. E precisamente os membros de duas famílias - uma de refugiados, a outra de irlandeses que hospedam refugiados - estarão entre os primeiros a encontrar o Pontífice junto com o Presidente Higgins na cerimônia de boas-vindas.
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Migração e abusos:
O primeiro discurso do Papa na Irlanda
O Castelo de Dublin acolheu as autoridades para o primeiro pronunciamento de Francisco em solo irlandês.

Cidade do Vaticano - O conceito do conjunto das nações como uma única família humana foi o cerne do primeiro discurso pronunciado pelo Papa Francisco na Irlanda.
Diante dos membros do governo irlandês e do corpo diplomático, no Castelo de Dublin, o Pontífice recordou o motivo de sua visita, que é participar do Encontro Mundial das Famílias.
“Se falamos do mundo inteiro como de uma só família, é porque justamente reconhecemos os laços da nossa humanidade comum e intuímos a chamada à unidade e à solidariedade, especialmente em relação aos irmãos e irmãs mais vulneráveis.”
Ódio e conflitos
Entre os males persistentes que desafiam a humanidade, Francisco citou o ódio racial e étnico, os conflitos e violências, o desprezo pela dignidade humana e o crescente abismo entre ricos e pobres.
“Quanta necessidade temos de recuperar, em cada área da vida política e social, o sentido de ser uma verdadeira família de povos! E de nunca perder a esperança e a coragem de perseverar no imperativo moral de sermos obreiros de paz, reconciliadores e guardiões uns dos outros.”
Irlanda do Norte
O Papa citou em especial os 20 anos da assinatura do Acordo da Sexta-Feira Santa, que pôs fim a décadas de conflitos com a Irlanda do Norte, cujos representantes estavam presentes no Castelo de Dublin. “A paz é dom de Deus”, recordou Francisco, mas requer também uma conversão constante de nossa parte.
Migração
O Pontífice apontou a crise migratória como a questão mais desafiadora dos tempos atuais, “cuja solução exige sabedoria, perspectivas amplas e uma preocupação humanitária que ultrapasse em muito decisões políticas de curto prazo”.
Abusos
Falando dos mais vulneráveis, Francisco citou ainda o “grave escândalo causado na Irlanda pelos abusos sobre menores por parte de membros da Igreja”.
“O falimento das autoridades eclesiásticas ao enfrentarem adequadamente estes crimes repugnantes suscitou, justamente, indignação e continua a ser causa de sofrimento e vergonha para a comunidade católica. Eu próprio partilho estes sentimentos.”
O Papa afirmou que é preciso remediar os erros passados e adotar normas rigorosas para que esses casos não voltem a ocorrer. E manifestou a esperança de que os escândalos aumente a proteção de menores e adultos vulneráveis por parte de toda a sociedade.
Raízes cristãs
Francisco concluiu seu discurso recordando as raízes cristãs da Irlanda, com a pregação de Paládio e Patrício, e citou santos ilustres da Irlanda, como Colomba, Columbano, Brígida, Gallo, Killian e Brendan.
“Rezo para que a Irlanda, enquanto escuta a polifonia da discussão político-social contemporânea, não esqueça as vibrantes melodias da mensagem cristã, que a sustentaram no passado e podem continuar a fazê-lo no futuro.”
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Assista:
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Ao almoçar na Nunciatura,
Papa assiste performance de jovens e saúda fiéis
Antes de dirigir-se à Catedral, o Papa Francisco almoçou e fez um breve repouso na Nunciatura Apostólica em Dublin.
Cidade do Vaticano - Após o Encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático no Castelo de Dublin,  o Papa Francisco dirigiu-se à Nunciatura Apostólica, onde almoçou.
O Santo Padre foi acolhido por um grupo de adolescentes que o aguardava na rua em frente à Nunciatura. No pátio interno, recebeu as boas-vindas de uma orquestra formada em sua grande maioria por jovens, assistiu a uma performance, abençoou e saudou um grupo de fiéis, incluindo alguns cadeirantes. Ao  ingressar na residência, foi saudado por religiosos e leigos da Representação Pontifícia.
A Nunciatura de Dublin foi ereta em 27 de novembro de 1929 com o breve apostólico de Pio XII De Romanorum Pontificum, sendo construída dentro do parque existente no convento “St Mary” das irmãs dominicanas de Nossa Senhora do Rosário e Santa catarina de Sena.
O convento abriga desde a metade do século XIX um dos primeiros institutos de acolhida e formação para crianças com deficiência auditiva, que foi visitado por São João Paulo II durante sua visita à Irlanda de 29 de Setembro à 1º de outubro.
Padroeiros dos alcoólatras
Ao transferir-se da Nunciatura para a Catedral de Dublin, o Papa Francisco parou para rezar diante das relíquias de um Venerável, Matt Talbot.
Alcoólatra por longos anos, Talbot decidiu mudar de vida e dedicar-se à oração e à vida de operário em uma marcenaria.
Sua conversão é devida também às orações fervorosas de sua mãe. Marcante também é sua vida solitária como celibatário, mas nunca infeliz e sempre a serviço de Deus e das almas.
Mesmo não tendo ainda sido proclamado Santo, entre os irlandeses é conhecido como o "Santo Beberrão" e padroeiro daqueles que lutam contra algum vício, especialmente da bebida.
Matt Talbot está sepultado na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes.
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Francisco:
Que o testemunho de ter um coração
que sabe perdoar sem fazer sofrer chegue a todos os padres
O Papa visitou no final da tarde deste sábado pessoas sem moradia fixa assistidas no Centro dos Capuchinhos. "Que o testemunho de vocês ao povo de Deus e este coração de saber perdoar sem fazer sofrer, chegue a todos os padres", disse Francisco aos freis Capuchinhos.
Cidade do Vaticano - Os sem-teto não foram esquecidos pelo Papa na sua viagem à Irlanda. Após rezar pelas vítimas de abusos na Catedral Santa Maria, Francisco dirigiu-se de papamóvel  ao Centro de Acolhida dos Padres Capuchinhos, distante 3 km, sendo saudado ao longo do trajeto por milhares de irlandeses que abanavam bandeiras com as cores branco e amarelo do Vaticano.
O Santo Padre foi acolhido na entrada lateral do refeitório pelos dez religiosos que administram o Centro. No pátio também estavam presentes funcionários e voluntários que trabalham no local. No refeitório estavam reunidos as cerca de 100 pessoas assistidas no Centro.
Após a saudação do Irmão Diretor do Centro,  Francisco disse algumas palavras de forma improvisada:
“Você disse que os Capuchinhos são conhecidos como os frades do povo, próximos ao povo, e isto é verdade. E se às vezes alguma comunidade capuchinha se distancia do povo de Deus, cai. Vocês têm uma especial sintonia com o povo de Deus, antes ainda, com os pobres. Vocês têm a graça de contemplar as chagas de Jesus nas pessoas que têm necessidade, que sofrem, que não são felizes ou que não têm nada ou são cheias de vícios ou de defeitos. Para vocês, é a carne de Cristo, e este é o testemunho de vocês e a Igreja tem necessidade deste testemunho. Obrigado!”.
Depois de agradecer, Francisco retomou a palavra,  dizendo-se tocado no coração de que ali “vocês não pedem nada”. “É Jesus que vem. Não pedem nada. Aceitem a vida como vem, consolem e quando houver necessidade, perdoem. Isto é uma repreensão, mas me faz pensar em tantos padres que vivem pedindo sobre a vida dos outros e que na confissão cavam, cavam, cavam nas consciências”.
“O testemunho de vocês – disse Francisco – ensina os sacerdotes a escutar, a serem próximos, a perdoar e não perguntar muito; ser simples, como Jesus disse que fez aquele pai, que quando o filho retornou cheio de pecados e vícios, o pai não se sentou no confessionário, começando a perguntar, perguntar, perguntar; assumiu a penitência, o arrependimento do filho e o abraçou. Que o testemunho de vocês ao povo de Deus e este coração de saber perdoar sem fazer sofrer, chegue a todos os padres. Obrigado”.
Às pessoas assistidas no Centro, o Papa agradeceu “pelo amor e confiança que têm pelos padres capuchinhos (...). Vocês são a Igreja, são o povo de Deus, Jesus está com vocês. Eles darão a vocês as coisas de que têm necessidade, mas ouçam os conselhos que eles dão a vocês. Sempre aconselham bem vocês. E se tiverem alguma coisa, alguma dúvida, alguma dor, falem com eles que darão bons conselhos. Vocês sabem que eles lhes querem bem, caso contrário esta obra aqui não existiria”.
Ao concluir, Francisco pediu para rezarem: “Rezem pela Igreja, rezem pelos sacerdotes. Rezem pelos capuchinhos. Rezem pelos bispos, rezem pelo bispo de vocês. E também, rezem por mim”.
O Papa saiu pela porta lateral, sendo saudados por fiéis que o aguardavam, dirigindo-se então para a Nunciatura Apostólica, para um breve repouso em preparação à Festa das Famílias no Croke Park Stadium durante a noite.
O Centro de Acolhida
A Casa de Acolhida foi fundada há 48 anos pelo padre Kevin Crowley ofm cap, seu atual delegado e co-diretor.
Com o aumento da crise econômica na Irlanda, em 2017 o Centro prestou 398 mil serviços a pessoas sem moradia fixa e famílias indigentes, o que incluiu distribuição diária de refeições, mesmo em feriados, também para famílias em dificuldades (cerca de 250 a 300 pessoas a cada dia).
Também foram distribuídas cestas de alimentos (chegando a 1.400 num único dia), vestuário e sacos de dormir e oferecidas duchas e uma vez ao mês serviços gratuitos de cabeleireiros e barbeiros, além de consultas médicas.
Todos os serviços são prestados por voluntários, num total de 15 mil horas de trabalho doadas a cada ano.
Ademais, com o centro colabora gratuitamente o Safetynet Primary Care Service, que coloca à disposição 4 médicos de base a cada semana, diversos consultórios de dentistas, podólogos e o Hospital Mater Misericordiae de Dublin.
O Centro é totalmente mantido por doações privadas, mas também por diversas organizações, escolas, grupos paroquiais e associações.
O Centro é totalmente mantido por doações privadas, mas também por diversas organizações, escolas, grupos paroquiais e associações.
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Papa Francisco:
A revolução do amor começa na família
Na pró-Catedral de Dublin, Papa ouviu testemunhos e perguntas de casais a respeito do amor e da educação dos filhos.
Cidade do Vaticano - A tarde do Papa Francisco na Irlanda começou com a visita à pró-Catedral de Santa Maria, a mais importante igreja de Dublin, consagrada em 1825.
Ali, o Pontífice foi acolhido pelo arcebispo da cidade, Dom Diarmuid Martin, e por casais de noivos e de esposos.
Perguntas ousadas
De fato, o discurso bem humarado proferido por Francisco foi em resposta a perguntas que ele definiu “ousadas” de dois jovens casais, mas antes o Papa ouviu o testemunho de Vincent e Teresa, que falaram de sua experiência de 50 anos de matrimônio.
“Como é importante ouvir os idosos, os avós! Temos muito a aprender da sua experiência de vida matrimonial, sustentada dia a dia pela graça do sacramento.”
Vocação
Denis e Sinead estão prestes a se casar e questionaram o Pontífice quanto à durabilidade do amor, levando em consideração que o matrimônio não é somente uma instituição, mas uma vocação.
“Com certeza, temos de reconhecer que hoje não estamos habituados a algo que dure realmente toda a vida”, reconheceu o Papa, acrescentando que é difícil acompanhar o mundo em que tudo muda à nossa volta. As pessoas entram e saem de nossas vidas, quebrando promessas. "Mas o amor é definitivo. Como se diz, o outro é a metade da laranja. Sabemos que o casamento é um risco, mas um risco que vale a pena."
Mas sabemos que o amor é o sonho de Deus para nós. “Por favor, nunca esqueçam disso! Deus tem um sonho para nós, e pede-nos para o assumirmos. Não tenham medo deste sonho! Guardem-no e, juntos, sonhem de novo todos os dias. Assim, serão capazes de os apoiar mutuamente com esperança, com força e com o perdão, nos momentos em que o percurso se fizer árduo tornando-se difícil vislumbrar o caminho.”
Transmissão da fé
Já Stephen e Jordan são esposos recém-casados e fizeram a pergunta de como poderão os pais transmitir a fé aos filhos.
Francisco recordou que o local mais importante para se transmitir a fé é o lar, “igreja doméstica”, onde os filhos aprendem o significado da fidelidade, da honestidade e do sacrifício. 
“Veem como a mãe e o pai se comportam entre si, como cuidam um do outro e de todos, como amam a Deus e à Igreja.” 
O Papa recordou uma cena de quando era criança, quando viu a mãe acolher o pai que voltava do trabalho com um beijo. Então aconselhou a rezar em família, falar de coisas boas e santas, viver em profunda solidariedade com aqueles que sofrem e estão à margem da sociedade. Os filhos aprendem dos pais a viver como cristãos, pois são seus primeiros mestres na fé.
Revolução do amor
Todavia, as virtudes e as verdades que o Senhor ensina não são valorizadas pela sociedade atual, que desconsidera os mais vulneráveis. “O nosso mundo precisa de uma revolução de amor! Que esta revolução comece por vocês e por suas famílias!”
Essa revolução do amor, disse ainda Francisco, passa pela revolução da ternura. "Parece até que a palavra ternura foi retirada do dicionário."
“Possam as famílias da Igreja inteira agradecer a Deus pelo dom da fé e pela graça do matrimônio cristão. Por nossa vez, comprometamo-nos com o Senhor a servir a vinda do seu reino de santidade, justiça e paz com a fidelidade às promessas que fizemos e com a perseverança no amor!”
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Assista:
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Papa Francisco encontra vítimas de abusos
A Irlanda, país de maioria católica, acerta as contas com seu passado, em que membros do clero e religiosos abusaram de menores.

Cidade do Vaticano O Papa Francisco encontrou por uma hora e meia na tarde deste sábado, 25, na Nunciatura Apostólica em Dublin, algumas vítimas irlandesas de abusos por parte do clero e religiosos, confirmou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.
Entre os presentes, Marie Collins; o Rev. Patrick McCafferty, P.P.; o Rev. Joe McDonald; Conselheiro Damian O’Farrell; Paul Jude Redmond; Clodagh Malone e Bernadette Fahy. Um dos presentes, vittima do padre Tony Walsh, preferiu permanecer anônimo.
No encontro, também foi falado sobre o drama das adoções ilegais, revelaram algumas das vítimas recebidas pelo Papa, que disse estar chocado com os relatos sobre fatos  ocorrido nas décadas passadas, em que milhares de jovens mães, internadas em institutos religiosos, foram privadas de seus filhos, drama este retratado no filme "Philomena".
A questão dos abusos foi um dos temas tratados pelo Papa Francisco em seu primeiro discurso em terras irlandesas, proferido às Autoridades e à Sociedade Civil.
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Francisco na grande Festa das Famílias em Dublin
"A Igreja é a família dos filhos de Deus; uma família, onde se regozija com aqueles que estão na alegria e se chora com aqueles que estão na tribulação ou se sentem desanimados com a vida", foi uma das passagens do discurso do Santo Padre aos presentes no Croke Park Stadium, em Dublin.

Cidade do Vaticano - A noite de sábado, 25 de agosto, foi dedicada à Festa nas Famílias no Croke Park Stadium, em Dublin.
Francisco chegou de papamóvel, sendo ovacionado pela multidão presente no estádio. Após as palavras de boas-vindas do cardeal Kevin Jospeh Farrel, foram executados números de dança ao som de músicas típicas irlandesas e cânticos, que foram intercalados com testemunhos. Então, o Santo Padre proferiu o seu discurso (não estão incluídas no texto as palavras ditas de forma espontânea):
“Queridos irmãos e irmãs, boa noite!
Obrigado pelas vossas calorosas boas-vindas. É bom estar aqui! É bom celebrar, porque nos torna mais humanos e mais cristãos. Também nos ajuda a partilhar a alegria de saber que Jesus nos ama, acompanha no percurso da vida e, cada dia, nos atrai para mais perto de Si.
Em cada celebração familiar, sente-se a presença de todos: pais, mães, avós, netos, tios e tias, primos, quem não pôde vir e quem vive demasiado longe. Hoje, em Dublin, reunimo-nos para uma celebração familiar de ação de graças a Deus pelo que somos: uma única família em Cristo, espalhada por toda a terra. A Igreja é a família dos filhos de Deus; uma família, onde se regozija com aqueles que estão na alegria e se chora com aqueles que estão na tribulação ou se sentem desanimados com a vida. Uma família onde se cuida de cada um, porque Deus nosso Pai nos fez, a todos, seus filhos no Batismo. Por isso mesmo, continuo a encorajar os pais a levar ao Batismo os filhos logo que possível, para que se tornem parte da grande família de Deus. É preciso convidar cada um para a festa!
Vós, queridas famílias, sois a grande maioria do povo de Deus. Que fisionomia teria a Igreja sem vós? Foi para nos ajudar a reconhecer a beleza e a importância da família, com as suas luzes e sombras, que escrevi a Exortação Amoris laetitia sobre a alegria do amor, e quis que o tema deste Encontro Mundial das Famílias fosse «O Evangelho da família, alegria para o mundo». Deus quer que cada família seja um farol que irradia a alegria do seu amor pelo mundo. Que significa isto? Significa que nós, depois de ter encontrado o amor de Deus que salva, procuramos, com palavras ou sem elas, manifestá-lo através de pequenos gestos de bondade na vida rotineira de cada dia e nos momentos mais simples da jornada.
Isto quer dizer santidade. Gosto de falar dos santos «ao pé da porta», de todas aquelas pessoas comuns que refletem a presença de Deus na vida e na história do mundo (cf. Exort. ap.Gaudete et exsultate, 6-7). A vocação ao amor e à santidade não é algo reservado para poucos privilegiados. Mesmo agora, se tivermos olhos para ver, podemos vislumbrá-la ao nosso redor. Está silenciosamente presente no coração de todas as famílias que oferecem amor, perdão e misericórdia, quando veem que há necessidade, e fazem-no tranquilamente, sem tocar a tromba. O Evangelho da família é, verdadeiramente, alegria para o mundo, visto que lá, nas nossas famílias, sempre se pode encontrar Jesus; lá habita, em simplicidade e pobreza, como fez na casa da Sagrada Família de Nazaré.
O matrimônio cristão e a vida familiar são compreendidos em toda a sua beleza e fascínio, se estiverem ancorados no amor de Deus, que nos criou à sua imagem para podermos dar-Lhe glória como ícones do seu amor e da sua santidade no mundo. Pais e mães, avôs e avós, filhos e netos são todos chamados a encontrar, na família, a realização do amor. A graça de Deus ajuda dia a dia a viver com um só coração e uma só alma. Mesmo as sogras e as noras! Ninguém diz que seja fácil... É como preparar um chá: é fácil ferver a água, mas uma boa taça de chá requer tempo e paciência; é preciso deixar em infusão! Então, dia após dia, Jesus aquece-nos com o seu amor, fazendo de modo que penetre todo o nosso ser. Do tesouro do seu Sagrado Coração, derrama sobre nós a graça que precisamos para curar as nossas enfermidades e abrir a mente e o coração para nos escutarmos, compreendermos e perdoarmos uns aos outros.
Acabamos de ouvir os testemunhos de Felicité, Isaac e Ghislain, que vêm do Burkina Faso. Contaram-nos uma história comovente de perdão em família. O poeta dizia que «errar é humano, perdoar é divino». É verdade! O perdão é um dom especial de Deus, que cura as nossas feridas e nos aproxima dos outros e d’Ele. Gestos humildes e simples de perdão, renovados dia a dia, são o fundamento sobre o qual se constrói uma vida familiar cristã sólida. Obrigam-nos a superar o orgulho, o isolamento e o embaraço, e a fazer paz. É verdade! Gosto de dizer que, nas famílias, precisamos de aprender três palavras: «desculpa», «por favor» e «obrigado». Quando tiveres discutido em casa, certifica-te, antes de ir dormir, que pediste desculpa dizendo que sentes pesar pelo sucedido. Mesmo se te sentires tentado a ir dormir noutro quarto, sozinho e isolado, bate simplesmente à porta e diz: «Por favor, posso entrar?» Basta um olhar, um beijo, uma palavra doce... e tudo volta a estar como antes! Digo isto porque as famílias, quando o fazem, sobrevivem. Não existe uma família perfeita; sem o hábito do perdão, a família cresce doente e gradualmente desmorona-se.
Perdoar significa doar algo de si mesmo. Jesus perdoa-nos sempre. Com a força do seu perdão, também nós podemos perdoar aos outros, se o quisermos de verdade. Não é isso que pedimos, quando rezamos o Pai Nosso? Os filhos aprendem a perdoar quando veem que seus pais se perdoam entre si. Se compreendermos isto, poderemos apreciar a grandeza da doutrina de Jesus sobre a fidelidade no matrimónio. Longe de ser uma fria obrigação legal, trata-se sobretudo duma promessa poderosa da fidelidade do próprio Deus à sua palavra e à sua graça sem limites. Cristo morreu por nós para que, por nossa vez, possamos perdoar-nos e reconciliar-nos uns com os outros. Deste modo, como pessoas e como famílias, aprendemos a compreender a verdade daquelas palavras de São Paulo: tudo passa, mas «o amor jamais passará» (1 Cor 13, 8).
Obrigado, Nisha e Ted, pelos vossos testemunhos da Índia, onde estais a ensinar aos vossos filhos a serem uma verdadeira família. Ajudastes-nos também a compreender que os meios de comunicação social não são necessariamente um problema para as famílias, mas podem contribuir para a construção duma «rede» de amizade, solidariedade e apoio mútuo. As famílias podem conectar-se através da internet e beneficiar disso. Os meios de comunicação social podem ser benéficos, se forem usados com moderação e prudência. Vós, por exemplo, que participais neste Encontro Mundial das Famílias, formais uma «rede» espiritual e de amizade, e os meios de comunicação social podem ajudar-vos a manter esta ligação e alargá-la a outras famílias em muitas partes do mundo. Contudo, importante que estes meios nunca se tornem uma ameaça para a verdadeira rede de relações de carne e sangue, prendendo-nos numa realidade virtual e isolando-nos das relações autênticas que nos estimulam a dar o melhor de nós mesmos em comunhão com os outros. Talvez a história de Ted e Nisha possa ajudar às famílias a interrogar-se sobre a obrigação de reduzir o tempo que gastam com esses meios tecnológicos, e de passar um tempo de qualidade entre eles e com Deus.
Ouvimos, de Enass e Sarmaad, como o amor e a fé em família podem ser fontes de força e paz, mesmo no meio da violência e da destruição, causadas pela guerra e a perseguição. A sua história recorda-nos as trágicas situações que sofrem quotidianamente muitas famílias, forçadas a abandonar as suas casas à procura de segurança e de paz. Mas Enass e Sarmaad indicaram-nos também como, a partir da família e graças à solidariedade manifestada por muitas outras famílias, a vida pode ser reconstruída e renascer a esperança. Vimos este apoio no vídeo de Rammy e seu irmão Meelad, onde Rammy expressou profunda gratidão pelo incentivo e a ajuda que a sua família recebeu de muitas outras famílias cristãs do mundo inteiro, fazendo com que fosse possível que eles voltassem para o seu vilarejo. Em cada sociedade, as famílias geram paz, porque ensinam o amor, o acolhimento e o perdão, que são os melhores antídotos contra o ódio, o preconceito e a vingança que envenenam a vida de pessoas e comunidades.
Como ensinou um bom padre irlandês, «a família que reza unida permanece unida» e irradia paz. Tal família pode ser um apoio especial para outras famílias que não vivem em paz. Depois da morte do padre Ganni, Enass, Sarmaad e as suas famílias optaram pelo perdão e a reconciliação, em vez do ódio e do rancor. À luz da Cruz, viram que o mal só se pode contrastar com o bem, e o ódio só se pode superar com o perdão. De forma quase incrível foram capazes de encontrar paz no amor de Cristo, um amor que faz novas todas as coisas. Nesta noite partilham esta paz connosco.
O amor de Cristo, que tudo renova, é o que torna possível o matrimónio e um amor conjugal caracterizado por fidelidade, indissolubilidade, unidade e abertura à vida. Foi o que quis evidenciar no quarto capítulo de Amoris laetitia. Vimos este amor em Mary e Damian e na sua família com dez filhos. Obrigado pelas vossas palavras e o vosso testemunho de amor e fé! Experimentastes a capacidade que o amor de Deus tem de transformar completamente a vossa vida e de vos abençoar com a alegria de uma linda família. Dissestes-nos que a chave da vossa vida familiar é a sinceridade. Pela vossa história, compreendemos como é importante continuar a ir àquela fonte da verdade e do amor que pode transformar a nossa vida: Jesus, que inaugurou o seu ministério público numa festa de núpcias. Lá, em Caná, mudou a água num vinho novo e doce que permitiu continuar magnificamente a jubilosa celebração. O mesmo se passa com o amor conjugal. O vinho novo começa a ferver durante o tempo do noivado, necessário mas passageiro, e matura ao longo da vida matrimonial num mútuo dom de si mesmo que torna os esposos capazes de se fazerem, de dois, «uma só carne». E de abrir, por sua vez, os corações a quem tem necessidade de amor, especialmente quem está sozinho, abandonado, fraco e, enquanto vulnerável, muitas vezes posto de lado pela cultura do descarte.
Por toda a parte, as famílias são chamadas a continuar a crescer e seguir em frente, mesmo no meio de dificuldades e limites, precisamente como fizeram as gerações passadas. Todos somos parte duma grande cadeia de famílias, que remonta ao início dos tempos. As nossas famílias são tesouros vivos de memória, com os filhos que, por sua vez, se tornam pais e, depois, avós. Deles recebemos a identidade, os valores e a fé. Vimo-lo em Aldo e Marissa, casados há mais de cinquenta anos. O seu matrimónio é um monumento ao amor e à fidelidade! Os seus netos os mantêm jovens; a sua casa está repleta de alegria, de felicidade e de danças. O seu amor mútuo é um dom de Deus, um dom que estão a transmitir com alegria aos seus filhos e netos.
Uma sociedade que não valorize os avós é uma sociedade sem futuro. Uma Igreja que não tenha a peito a aliança entre gerações acabará sem o que conta verdadeiramente, o amor. Os nossos avós ensinam-nos o significado do amor conjugal e paternal. Eles próprios cresceram numa família e experimentaram o afeto de filhos e filhas, de irmãos e irmãs. Por isso, constituem um tesouro de experiência e sabedoria para as novas gerações. É um grande erro não interpelar os idosos sobre as suas experiências ou pensar que seja uma perda de tempo conversar com eles. A propósito, quero agradecer a Missy o seu testemunho. A senhora nos disse que, entre os nómades, a família sempre foi uma fonte de força e de solidariedade. O seu testemunho nos lembra que, na casa de Deus, há um lugar à mesa para todos. Ninguém deve ser excluído; o nosso amor e a nossa atenção devem estender-se a todos.
É tarde e estais cansados! Mas deixai que vos diga uma última coisa. Vós, famílias, sois a esperança da Igreja e do mundo! Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, criou a humanidade à sua imagem para fazê-la participante do seu amor, para que fosse uma família de famílias e gozasse daquela paz que só Ele pode dar. Com o vosso testemunho do Evangelho, podeis ajudar Deus a realizar o seu sonho. Podeis contribuir para aproximar todos os filhos de Deus, para que cresçam na unidade e aprendam o que significa, para o mundo inteiro, viver em paz como uma grande família. Por este motivo, desejei entregar a cada um de vós uma cópia de Amoris laetitia, que escrevi para ser uma espécie de guia a fim de se viver com alegria o Evangelho da família. Que Maria nossa Mãe, Rainha da família e da paz, sustente a todos vós no percurso da vida, do amor e da felicidade!
E agora, no final do nosso serão, rezaremos a oração deste Encontro das Famílias.
[Oração e Bênção]
Boa noite. Dormi bem; até amanhã”.
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Assista:
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                                                                                                                Fonte: vaticannews.va

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