"Humildade cristã"
Durante o
período de Quaresma, o pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa,
propõe às sextas-feiras uma reflexão ao Papa Francisco e seus colaboradores na
Capela Redemtoris Mater.
Cidade do
Vaticano - Durante o período de Quaresma, o pregador da Casa Pontifícia, frei
Raniero Cantalamessa, propõe às sextas-feiras uma reflexão ao Papa Francisco e
seus colaboradores na Capela Redemtoris Mater.
O tema da
terceira pregação, oferecida na manhã de 09/03, foi ‘a humildade cristã’.
“Podemos
falar da humildade de diferentes pontos de vista, mas em seu significado mais
profundo, a humildade é apenas a de Cristo. É verdadeiramente humilde quem se
esforça para ter o coração de Cristo”, iniciou o frade capuchinho.
A humildade
como sobriedade
Mencionando o
Apóstolo Paulo, o frei afirmou que o ensinamento bíblico tradicional sobre a
humildade se expressa através da metáfora do “elevar-se” e do “abaixar-se”, do
tender ao alto e do tender ao baixo. A palavra usada por São Paulo para indicar
a humildade-verdade é a palavra sobriedade ou sabedoria. Ele exorta os cristãos
a não terem uma ideia errada e exagerada de si mesmos, mas sim uma avaliação
justa, sóbria, de si, quase podemos dizer objetiva. Com isso, ele diz que o
homem é sábio quando é humilde e que é humilde quando é sábio. O Evangelho nos
apresenta um modelo insuperável da humildade-verdade, e é Maria.
Humildade e humilhação
Não devemos
nos iludir de ter alcançado a humildade apenas porque a Palavra de Deus e o
exemplo de Maria nos levaram a descobrir o nosso nada. Há um longo caminho a
percorrer para alcançar a verdadeira humildade e a humilde verdade, pois a vaidade
é capaz de transformar em ato de orgulho o nosso próprio desejo de tender à
humildade.
A humildade
não é somente importante para o progresso pessoal no caminho da santidade;
também é essencial para o bom funcionamento da vida comunitária, para a construção
da Igreja.
A humildade
é, na vida espiritual, o grande isolante que permite que a corrente divina da
graça passe através de uma pessoa sem dissipar-se, ou, pior, provocar chamas de
orgulho e de rivalidade.
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Papa Francisco:
Confessor, testemunha da compaixão e da misericórdia divina
O confessor
deve recordar-se que é apenas instrumento da Reconciliação, que não quer dizer
uma redução do ministério, mas a sua plena realização.
Cidade do
Vaticano - O Santo Padre concluiu sua série de audiências, na manhã desta
sexta-feira, no Vaticano, recebendo cerca de 400 participantes no Curso do Foro
Interno, promovido pela Penitenciaria Apostólica.
O Curso, que
se realizou em vista do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Juventude, debateu o
tema sobre a “relação entre a Confissão sacramental e o discernimento
vocacional”.
Partindo
deste tema oportuno, o Papa fez uma reflexão sobre a “atenção que um jovem
sacerdote confessor deve ter ao administrar o sacramento da Confissão, em vista
de um eventual discernimento vocacional juvenil”. Antes de tudo, é preciso
redescobrir - como diz Santo Tomás de Aquino - a “dimensão instrumental” do
ministério da Penitência. E explicou:
“O sacerdote
confessor não é fonte de Misericórdia, de graça, nem instrumento indispensável,
mas apenas instrumento! Isto deve favorecer uma atenciosa vigilância sobre o
risco de se tornar ‘dono das consciências’, sobretudo na relação aos jovens,
cuja personalidade ainda está em formação e, portanto, é facilmente
influenciável”.
Logo, o
confessor deve recordar-se que é apenas instrumento da Reconciliação, que não
quer dizer uma redução do ministério, mas a sua plena realização. A seguir, Francisco
falou sobre a dimensão de “saber ouvir”, antes de dar respostas:
“O confessor
deve ser homem da escuta: escuta humana do penitente e escuta divina do
Espírito Santo. Ao ouvir o irmão penitente, ouvimos o próprio Jesus, pobre e
humilde; ao ouvir o Espírito Santo, colocamo-nos em zelosa obediência,
tornando-nos ouvintes da Palavra, prestando o maior dos serviços aos jovens
penitentes, ou seja, colocando-os em contato com Jesus”.
Quando são
colocados em prática estes dois elementos, afirma o Papa, o colóquio
sacramental abre um caminho prudente e orante que é o “discernimento vocacional”.
Todo jovem tem o direito de ouvir a voz de Deus, seja na sua consciência seja
através da escuta da Palavra. Aqui entra o acompanhamento sapiente do
confessor, que se torna padre espiritual:
“O
discernimento vocacional consiste, antes de tudo, em uma leitura dos sinais,
que Deus colocou na vida do jovem, mediante as suas qualidades e inclinações
pessoais, por meio de encontros e oração, como fez Samuel: ‘Fala, Senhor, que o
teu servo escuta’.”
Desta
maneira, concluiu Francisco, o colóquio da Confissão sacramental torna-se
ocasião privilegiada de encontro com Deus, para o penitente e para o confessor.
Assim, a vocação jamais coincide com o formalismo, mas é o contato direto,
vital e imprescindível com o próprio Jesus.
Por fim, o
Santo Padre recordou aos presentes as categorias que definem um confessor:
“médico e juiz”, pastor e pai”, “mestre e educador”, mas, sobretudo para os
jovens, é testemunha: “testemunha da compaixão e da misericórdia divina”.
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Papa Francisco:
O pecado tem como consequência o afastamento de Deus
"O
pecado é uma das modalidades com que nós nos afastamos d’Ele; mas isto não
significa que Ele se afaste de nós", disse o Papa Francisco.
Cidade do
Vaticano - O Papa Francisco presidiu, na tarde desta sexta-feira (09/03), a
celebração penitencial, na Basílica de São Pedro, no âmbito do tradicional
evento “24 horas para o Senhor”.
O Pontífice
frisou em sua homilia que "Deus nos ama de tal maneira que nos tornou seus
filhos e, quando O pudermos ver face a face, descobriremos ainda melhor a
grandeza deste seu amor".
“E não só: o
amor de Deus é sempre maior de quanto possamos imaginar, estendendo-se para
além de qualquer pecado que a nossa consciência nos acuse.”
"Não
conhece limites, é um amor desprovido de confins; não apresenta aqueles
obstáculos que nós, ao contrário, costumamos interpor a uma pessoa, pelo receio
que venha privar-nos da liberdade.”
O Papa disse
ainda que “a condição do pecado tem como consequência o afastamento de Deus. E,
de fato, o pecado é uma das modalidades com que nós nos afastamos
d’Ele; mas isto não significa que Ele se afaste de nós".
“A condição
de fraqueza e confusão, em que o pecado nos coloca, é mais um motivo para Deus
ficar junto de nós; esta certeza deve acompanhar-nos sempre na vida.”
Segundo
Francisco, a palavra do Apóstolo São João "oferece-nos uma confirmação
disto mesmo para tranquilizar o nosso coração, levando-o a ter sempre uma
confiança inabalável no amor do Pai: «Na sua presença, sentir-se-á tranquilo o
nosso coração, mesmo quando o coração nos acuse; pois Deus é maior que o nosso
coração e conhece tudo».”
“A sua graça
continua a trabalhar em nós para tornar mais forte a esperança de que nunca
estaremos privados do seu amor, apesar de qualquer pecado que possamos ter
feito, rejeitando a sua presença na nossa vida.”
Para o Santo
Padre, “esta esperança impele-nos a tomar consciência da desorientação em que
muitas vezes cai a nossa existência, precisamente como sucedeu a Pedro, segundo
a narração evangélica que ouvimos: «No mesmo instante, o galo cantou. E Pedro
lembrou-se das palavras de Jesus: “Antes de o galo cantar, me negarás três
vezes”. E, saindo para fora, chorou amargamente».”
“O
evangelista é extremamente sóbrio”, sublinhou Francisco. “O canto do galo
parece surpreender um homem ainda confuso; depois, ele recorda-se das palavras
de Jesus e, finalmente, rasga-se o véu e Pedro começa a vislumbrar, por entre
as lágrimas, que Deus Se revela em Cristo esbofeteado, insultado, renegado por
ele, mas que, por ele, vai morrer".
"Pedro,
que teria desejado morrer por Jesus, agora entende que deve deixar que Jesus
morra por ele. Pedro queria ensinar o seu Mestre, queria precedê-Lo; ao
contrário, é Jesus que vai morrer por Pedro; e isto, Pedro não o compreendera,
não o quisera compreender.”
“Pedro
confronta-se agora com o amor do Senhor e, finalmente, compreende que Ele o ama
e lhe pede para se deixar amar.”
"Pedro
dá-se conta de que sempre se recusara a deixar-se amar, sempre se recusara a
deixar-se salvar plenamente por Jesus; afinal, não queria, de todo, que Jesus o
amasse.”
“Como é
difícil deixar-se amar verdadeiramente! Sempre quereríamos que algo de nós não
estivesse obrigado à gratidão, quando, na realidade, somos devedores de tudo,
porque Deus é o primeiro a amar e, por amor, nos salva totalmente".
Francisco
convidou a pedir ao "Senhor a graça de nos dar a conhecer a grandeza do
seu amor, que apaga todos os nossos pecados".
Celebração Penitencial na Basílica de São Pedro |
Fonte: www.vaticannews.va
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