Domingo de Páscoa
1ª Leitura: At 19,34a.37-43
Atos dos
Apóstolos:
Naqueles
dias, Pedro tomou a palavra e disse: “Vós sabeis o que aconteceu
em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como
Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou
por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo
demônio; porque Deus estava com ele.
E nós somos
testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o
mataram, pregando-o numa cruz.
Mas Deus o
ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o
povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos
com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos.
E Jesus nos
mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos
mortos. Todos os profetas dão testemunho dele: ‘Todo aquele que crê em
Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados’”.
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Salmo: 117
- Este é o dia
que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
- Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
- Dai graças
ao Senhor, porque ele é bom!/ “Eterna é a sua misericórdia!”/ A casa de Israel
agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”
- A mão
direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou./ Não
morrerei, mas, ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!
- A pedra que
os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que
foi feito tudo isso:/ Que maravilhas ele fez a nossos olhos!
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2ª Leitura: Fl 2,6-11
Carta de São
Paulo aos Colossenses:
Irmãos: Se
ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde
está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às
coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com
Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo,
então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.
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Evangelho: Jo 20,1-9
Evangelho de São João:
No primeiro
dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando
ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então
ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que
Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o
colocaram”.
Saíram,
então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam
juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro
ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não
entrou.
Chegou
também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas
de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de
Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
Então entrou
também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e
acreditou.
De fato,
eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia
ressuscitar dos mortos.
Reflexão:
Vitória da Vida
A Páscoa de
Jesus nos prova que a vida vence a morte e todos os seus mecanismos.
A injustiça da
condenação de um inocente foi paga com a justiça do perdão e da misericórdia de
Jesus. Do alto da cruz Ele pediu o perdão ao Pai pelos algozes, representantes
de toda a humanidade pecadora. Sua ressurreição mostra a vida vencendo a morte.
A fé no Salvador não pode ficar embutida na religião voltada só para o
intimismo de cada um e confinada nas paredes das comunidades religiosas. A
repercussão da Páscoa do Senhor é de efeito para toda a humanidade de todos os
tempos. A superação da morte do Filho de Deus mostra sua divindade. Seus
apóstolos foram encarregados de anunciar a todos quem Ele é o que veio fazer
entre nós. Quem tem a cegueira de não O aceitar perde a razão de ser da vida.
Afinal, todos morrem. Com a fé nele, seguindo seus ensinamentos, toda pessoa
tem a certeza também da própria ressurreição prometida por Ele.
A superação das
agressões à vida em nossa realidade só serão superadas quando o ser humano se
converter para pagar o mal com o bem. Jesus poderia aniquilar seus agressores.
Mas Ele foi coerente com seus ensinamentos de paz, solidariedade, perdão e
colaboração com o semelhante, mesmo com os inimigos. Todo tipo de violência só
será superado com o amor, a compaixão e o entendimento. A formação para a
superação da violência começa desde o berço, em que se forma a pessoa humana
para a convivência na harmonia, na compreensão do outro e na colaboração para
um relacionamento no respeito e tolerância. A fé não pode ser simplesmente
passiva, mas atuante, em que cada um toma a iniciativa de compreensão e
aceitação das diferenças na convivência familiar, comunitária e social.
A Páscoa de
Jesus nos prova que a vida vence a morte e todos os seus mecanismos. Mas é
preciso fazer como o Divino Mestre: em tudo se deve pensar e agir em proveito
do outro, mesmo se isso exigir doação e sacrifício de si. Quem é rico material,
cultural, social e religiosamente deve ser solidário em contribuir com a
própria riqueza para só fazer o bem ao próximo, principalmente aos que são
violentados em seus direitos humanos e cidadãos. Para isso, como lembra Paulo,
é preciso jogar para fora de si o lixo do egoísmo, do “fermento velho, para que
sejais massa nova” (1 Coríntios 5,7). Isso só se faz vivendo com o exemplo e o
sentido dado por Aquele que ressuscitou de entre os mortos. Assim a pessoa sai
de seu túmulo egoísta para viver ressuscitada como Cristo. Então ela se torna
superadora de toda violência em relação ao semelhante. Teremos mais justiça e
paz na terra!
Com a
ressurreição de Jesus abre-se a grande esperança para a humanidade. Apesar de
tantos males, é possível ter confiança na mudança. Esta começa com cada pessoa
que procura dar de si para a transformação da família, da política e toda
atividade humana. Não podemos ficar parados esperando por outros messias. O
verdadeiro já veio e nos provou que é possível fazer um mundo novo, em que
reine a base de sustentação da vida digna para todos. Basta seguir sua pessoa e
seus ensinamentos. O amor autêntico é capaz de transformar tudo.
Dom José Alberto
Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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