Corrupção
A fé deve transformar a polis, a política, para que ela seja, com os bons políticos e o povo consciente, um real e bom serviço ao bem comum.
Deus advertiu Moisés sobre a corrupção do povo a quem Ele tinha feito muitos prodígios para ajudá-lo a conquistar a terra prometida. De fato, o povo estava adorando bezerro de ouro no lugar do verdadeiro Deus (Cf. Êxodo 32,7-14). Mas, ao invés de castigar os judeus, o Senhor perdoou seu pecado a pedido daquele patriarca.
Quanta corrupção em nossa sociedade! Até parece um tecido social apodrecido! É possível mudar isso? Felizmente temos os intercessores e pessoas de bem que ainda temem a Deus e têm força para mudar, contando com a ação divina através deles. Precisamos estimular todas as forças vivas da sociedade para isso, a começar da educação em família, formando o caráter das pessoas desde o nascimento, para a vida com valores humanos, éticos e cristãos. A formação para a alteridade é fundamental. Aí vão se respeitar a vida, a verdade, o bem, a justiça, a honestidade, o bem comum e a relativização do ter em vista do ser.
Deus é o Pai misericordioso |
Nas parábolas da ovelha perdida e do filho pródigo o Mestre ensina sobre a misericórdia divina em relação aos perdidos e de desvio de conduta (Cf. Lucas 15,1-32). Ele quer o bem de todos e dá o perdão a quem quer voltar. Ele insufla os que não o querem para reverem sua posição. Ele condena o pecado, mas quer o bem do pecador. Jesus não compactua com o erro e o desvio de conduta. Insiste para não pecarmos, pois, é um mal para nós mesmos e a sociedade. Confia aos discípulos a missão de também irem e ensinarem aos que estão afastados de seu caminho para se converterem. Felizes os que ouvem esses discípulos e voltam para o bom caminho. Além de fazerem o bem para si mesmos, contribuem para uma convivência de justiça e harmonia. Deste modo, todos terão vida digna. Não faltará o pão para o alimento material e espiritual. Todos se envolverão para tornar o convívio de inclusão na vida realmente humana e cidadã.
Muitos não têm consciência de seu erro. Por isso, precisam ser admoestados, como Paulo o foi por Jesus. A admoestação deve ser feita, sem dúvida, por Deus, que o faz também através de quem, por causa dele, se preocupa com o bem dos errados e de toda a sociedade. A admoestação se faz através do voto, da pressão popular, do processo legal, do aconselhamento... Não podemos nos omitir ou lavar as mãos. Temos que, juntos e individualmente, procurar meios para isso.
Dom José Alberto Moura - Arcebispo Metropolitano de Montes Claros
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Fonte: cnbbleste2.org.br Ilustração: ýoutube.com
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