Papa na Audiência:
Cidade do
Vaticano (RV) – “Misericordiosos como o Pai” foi o tema da Audiência Geral
desta quarta-feira (21/09), na Praça São Pedro.
Perdão e doação; pilares da convivência fraterna
O cristão deve perdoar sempre |
“Mas é realmente
possível amar como Deus ama e ser misericordioso como Ele?”, questionou o
Pontífice, que explicou:
“Se olharmos a
história da salvação, vemos que toda a revelação de Deus é um incessante e
incansável amor pelos homens: Deus é como um pai e como uma mãe que ama de amor
insondável. A morte de Jesus na cruz é o ápice da história de amor de Deus com
o homem. Um amor tão grande que só Deus pode realizar.”
Se comparado com
este amor sem medida, prosseguiu o Papa, é evidente que o nosso parecerá
imperfeito. “Ser perfeito significa ser misericordiosos”, afirmou. Mas quando
Jesus nos pede para sermos misericordiosos como o Pai não pensa na quantidade,
mas no compromisso dos discípulos de se tornarem sinais, canais, testemunhas da
misericórdia infinita de Deus.
Perdoar e
doar-se
Por isso, a
Igreja só pode ser sacramento da misericórdia de Deus no mundo, em todos os
tempos e por toda a humanidade. Na prática, acrescentou Francisco, ser
misericordioso significa saber perdoar e doar-se. Jesus não pretende subverter
o decurso da justiça humana, todavia recorda aos discípulos que para ter
relações fraternas é preciso suspender os juízos e as condenações.
“O cristão deve
perdoar. Por quê? Porque foi perdoado. Todos nós que estamos aqui nesta Praça
fomos perdoados. Todos nós, em nossas vidas, sentimos necessidade do perdão de
Deus. Porque fomos perdoados, devemos perdoar. Todos os dias rezamos no
Pai-Nosso: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido. Assim é fácil perdoar. Se Deus me perdoou porque não posso perdoar?
Sou maior que Deus? Entenderam bem isso?"
Dignidade
“Julgar e
condenar o irmão que peca é errado”, destacou o Papa. “Não temos o poder de condenar
o nosso irmão que erra, não estamos acima dele: mas temos o dever de
recuperá-lo à dignidade de filho do Pai e de acompanhá-lo no seu caminho de
conversão.” “Deus não quer renunciar a nenhum de seus filhos”, frisou o
Pontífice.
Perdoar é o
primeiro pilar que sustenta a comunidade cristã, continuou. O segundo é
doar-se. Estar disposto a doar-se obedece a uma lógica coerente: na medida em
que se recebe de Deus, se doa ao irmão, e na medida em que se doa ao irmão, se
recebe de Deus!
Portanto, concluiu
o Papa, o amor misericordioso é o único caminho a percorrer.
“Quanta
necessidade temos todos nós de sermos um pouco mais misericordiosos, de não
falar mal dos outros, de não julgar, de não falar mal com críticas, com inveja,
com ciúme. Não! Perdoar, ser misericordiosos, viver a nossa vida no amor e
doar. Este amor permite aos discípulos de Jesus não perder a identidade
recebida por Ele, e reconhecer-se como filhos do mesmo Pai. Não se esqueçam
disso: misericórdia e dom. Perdão e doação. E assim o coração se alarga no
amor. Ao invés, o egoísmo, a raiva faz com que o coração se torne pequeno, duro
como uma pedra. O que vocês preferem: um coração de pedra ou um coração cheio
de amor?", perguntou aos fiéis na Praça. "Se preferirem um coração
repleto de amor, sejam misericordiosos!"
Alzheimer
Ao final da
Audiência, Francisco recordou que neste dia 21 de setembro celebra-se o 23º Dia
Mundial do Doente de Alzheimer, que este ano tem como tema “Lembre-se de mim”.
“Convido todos
os presentes a 'lembrarem-se', com a solicitude de Maria e com a ternura de
Jesus Misericordioso, dos que padecem deste mal e de seus familiares para que
sintam a nossa proximidade. Rezemos também pelas pessoas que assistem os
doentes, que sabem colher suas necessidade, inclusive as mais imperceptíveis,
porque vistos com olhos repletos de amor."(bf)
Assista:
Fonte: radiovaticana.va news.va
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