A fé não é
poder, é confiança em Cristo
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco começou a semana celebrando a missa na capela
da Casa Santa Marta.
Comentando o
Evangelho em que a multidão busca Jesus depois da multiplicação dos pães e dos
peixes, o Papa Francisco observou que, na fé, há o risco de não compreender a
verdadeira missão do Senhor: isso acontece quando se aproveita de Jesus,
escorregando “no poder”:
O espírito da mundanidade nos leva a viver como pagãos |
“Esta atitude se
repete nos Evangelhos. Muitos seguem Jesus por interesse. Inclusive entre os
seus apóstolos: como os filhos de Zebedeu, que queriam ser primeiro-ministro e
ministro da economia, ter o poder. Aquela unção de levar aos pobres a boa nova,
a libertação aos prisioneiros, a vista aos cegos, a liberdade aos oprimidos, e
anunciar um ano de graça, se obscurece, se perde e se transforma em algo de
poder”.
O Papa destacou
que “sempre houve esta tentação de passar do estupor religioso que Jesus nos dá
no encontro conosco a se aproveitar disso”:
“Esta foi também
a proposta do diabo a Jesus nas tentações. Uma sobre o pão, justamente. A outra
sobre o espetáculo: ‘Mas façamos um belo espetáculo, assim todas as pessoas
acreditarão em ti’. E a terceira, a apostasia: ou seja, a adoração dos ídolos.
E esta é uma tentação cotidiana dos cristãos, nossa, de todos nós que somos a
Igreja: a tentação não do poder, da potência do Espírito, mas a tentação do
poder mundano. Assim se cai naquele torpor religioso ao qual leva a
mundanidade, aquele torpor que acaba, quando cresce, cresce, cresce, naquela
atitude que Jesus chama hipocrisia”.
Deste modo –
afirmou o Papa Francisco – “se torna cristão de nome, de atitude externa, mas o
coração tem interesses”, como dizia Jesus: “Em verdade, em verdade, vos digo:
vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos
saciastes”. É a tentação de “escorregar na mundanidade, nos poderes ”e
assim“ “a fé se enfraquece”, assim como a missão e a Igreja:
“O Senhor nos
desperta com o testemunho dos santos, com o testemunho dos mártires, que todos
os dias nos anunciam que a missão é caminhar na estrada de Jesus: anunciar o
ano da graça. As pessoas entendem a advertência de Jesus e perguntam: ‘Que
faremos para trabalhar nas obras de Deus?’. Jesus responde: ‘A obra de Deus é
que creiais naquele que ele enviou’, isto é, a fé Nele, somente Nele, a
confiança Nele e não nas outras coisas que nos levarão para longe Dele. Esta é
a obra de Deus: que creiais naquele que ele enviou, Nele”.
O Papa concluiu
a homilia com esta oração ao Senhor: “Que Deus nos dê esta graça do estupor do
encontro e também ele nos ajude a não cair no espírito de mundanidade, isto é,
aquele espírito que por atrás ou abaixo de uma verniz de cristianismo nos
levará a viver como pagãos”. (BF)
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Fonte: radiovaticana.va
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