Não
acumular riquezas; administrá-las para o bem comum
Cidade do
Vaticano (RV) - Na missa matutina desta terça-feira (14/04), celebrada na
Casa Santa Marta, Francisco advertiu que os cristãos não devem acumular
riquezas, mas colocá-las a serviço de quem necessita.
Peçamos a graça da harmonia, da pobreza e da paciência |
O Papa
centralizou sua homilia num trecho dos Atos dos Apóstolos que descreve a vida
da primeira comunidade dos cristãos. O Pontífice destaca que existem dois
sinais de “renascimento numa comunidade”. O primeiro deles é a harmonia:
“A comunidade
renascida ou daqueles que renascem no Espírito tem esta graça da unidade, da
harmonia. O único que pode nos dar a harmonia é o Espírito Santo, porque ele
também é harmonia entre o Pai e o Filho, é o dom que faz a harmonia. O segundo
sinal é o bem comum, isto é: ‘Não havia entre eles necessitado algum, ninguém
considerava seu o que possuía’, estava a serviço da comunidade. Sim, alguns
eram ricos, mas a serviço. Estes são os dois sinais de uma comunidade que vive
no Espírito”.
O dom da
paciência nas dificuldades
Trata-se de um
trecho curioso, notou o Papa, porque “logo depois começam os problemas dentro
da comunidade, como por exemplo, o ingresso de Ananias e Safira, que tentam
“trapaceá-la”:
“Estes são os
patrões dos benfeitores que se aproximam da Igreja, entram para ajudá-la e
usá-la para os próprios negócios, não? Depois há as perseguições que foram
anunciadas por Jesus. A última das bem-aventuranças de Mateus: ‘Bem-aventurados
quando vos injuriarem e vos perseguirem por minha causa. Alegrai-vos. E se leem
tantas perseguições desta comunidade. Jesus promete isto, promete muitas coisas
belas, a paz e a abundância: ‘Tereis cem vez mais com as perseguições’”.
Na “primeira
comunidade renascida do Espírito Santo – recorda o Papa – existe isso: a
pobreza, o bem comum mas também os problemas, dentro e fora”. Problemas dentro,
como “aquele casal de negociantes e, fora, as perseguições”. Pedro, contudo,
diz à comunidade para que não se maravilhe diante das perseguições, porque é “o
fogo que purifica o outro”. E a comunidade renascida do Espírito Santo é
purificada justamente “em meio às dificuldades, às perseguições”. Existe,
portanto, um terceiro sinal de uma comunidade renascida: “a paciência em
suportar: suportar os problemas, suportar as dificuldades, suportar as
injúrias, as calúnias, suportar as doenças, suportar a dor” da perda de um ente
querido.
Não acumular
riquezas mas administrá-las para o bem comum
A comunidade
cristã, afirma ainda, “demonstra que renasceu no Espírito Santo quando é uma
comunidade que procura a harmonia, não a divisão interna; “quando procura a
pobreza”, “não o acúmulo de riqueza para si, porque as riquezas são para o
serviço”. E quando “não se enraivece imediatamente diante das dificuldades ou
se sente ofendida”, mas é paciente como o Cristo:
"Nesta
segunda semana de Páscoa, durante a qual celebramos os mistérios pascais, nos
fará bem pensar em nossas comunidades, sejam estas diocesanas, paroquiais,
familiares ou tantas outras, e pedir a graça da harmonia que é mais do que
simplesmente unidade – é a unidade harmônica, a harmonia, que é o dom do
Espírito – de pedir a graça da pobreza – não aquela da miséria, da pobreza: o
que significa? Que se eu tenho aquilo que tenho e deve administrá-lo bem para o
bem comum e com generosidade – e pedir a graça da paciência, da paciência”.
O Senhor,
conclui Francisco, “nos faça entender que não somente cada um de nós recebeu no
Batismo esta graça de renascer no Espírito mas também as nossas comunidades”.
(BF/RB)
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Fonte: radiovaticana.va
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