Papa Francisco:
"Eram homens e mulheres que almejavam a felicidade"
Cidade do
Vaticano (RV) – A oração do Regina Coeli deste domingo, 19, foi fortemente
caracterizada pela expressão de tristeza do Pontífice ao mencionar o naufrágio
ocorrido no Mar Mediterrâneo na noite passada.
A dor do
Pontífice
Francisco fez um
novo apelo à comunidade internacional para que “atue com decisão e prontidão” e
evite mais tragédias como esta, em que cerca de 700 pessoas desapareceram
quando o barco em que viajavam rumo à Itália virou, em águas líbias.
Rezemos por nossos irmãos e irmãs desaparecidos nas águas da Sicília |
O Papa recordou
aos fiéis na Praça São Pedro que os imigrantes mortos “eram homens e mulheres
como nós, irmãos que buscam uma vida melhor; famintos, perseguidos, feridos,
explorados, vítimas de guerras, pessoas que almejavam a felicidade”.
Jorge Bergoglio
convidou todos a rezar, primeiro em silêncio, e depois todos juntos, por estes
irmãos e irmãs desaparecidos nas águas do Canal da Sicília.
“Expresso minha
profunda dor por uma tragédia como esta e asseguro aos desaparecidos e às suas
famílias que me recordarei de rezar por eles”, disse o Papa, entristecido.
De acordo com os
primeiros boletins da Guarda Costeira, apenas 28 pessoas tinham sido resgatadas
até o início da manhã. Segundo relatos dos sobreviventes, o barco virou quando
os passageiros tentaram chamar a atenção de um navio mercante português para
serem resgatados. Na maioria das travessias, imigrantes são amontoados por
traficantes de pessoas em embarcações em estado precário.
Dados oficiais
Quarta-feira,
400 se afogaram num incidente semelhante, perto da costa da Líbia, país que por
sua proximidade geográfica com a Itália é um dos principais pontos de partida
de embarcações com imigrantes em busca de asilo. A maioria dos imigrantes vem
de países africanos e de regiões de conflito no Oriente Médio, como a Síria.
Números
divulgados pelas Nações Unidas indicam que em menos de uma semana, mais de 10
mil imigrantes desembarcaram na costa italiana, a maioria na ilha da Sicília. E
pelo menos mil já morreram em incidentes este ano, um número 20 vezes maior que
nos primeiros quatro meses de 2014.
O Papa Francisco
fez sábado, 18, em encontro com o Presidente da República italiana, Sergio
Mattarella, um chamado à comunidade internacional para um “envolvimento mais
amplo neste drama”.
Águas calmas
A porta-voz do
Acnur, Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Carlotta Sami, disse à
mídia italiana que a agência estava se preparando "para uma tragédia de
grandes proporções".
Segundo
informações da Guarda Costeira, 20 navios e três helicópteros estão envolvidos
nas buscas.
As autoridades
temem um aumento de travessias, porque nos meses de primavera e verão as
condições de navegação no Mediterrâneo melhoram. (CM)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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