de Isabel Campos e virtudes heroicas do Ir. Roberto Giovanni
Isabel Cristina
Campos foi assassinada em Juiz de Fora, em 1982. Já o Irmão Roberto Giovanni,
da Congregação dos Estigmatinos, faleceu aos 90 anos, após uma vida dedicada à
assistência espiritual da população, especialmente aos pobres e doentes.
Vatican News - O Papa Francisco recebeu em audiência em 27 de outubro o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Marcello Semeraro, oportunidade em que autorizou a mesma Congregação a promulgar os decretos que reconhecem alguns milagres, martírios e virtudes heroicas. Entre estes, o martírio da Serva de Deus Isabel Cristina Mrad Campos, morta por ódio à fé em Juiz de Fora em 1º de setembro de 1982 e as virtudes heroicas do Servo de Deus Roberto Giovanni, nascido em Rio Claro, em 1903.
Isabel Cristina
Isabel Cristina
nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), filha de José Mendes Campos e
Helena Mrad Campos. Com o desejo de fazer Medicina, foi para Juiz de Fora em
1982 se preparar em um curso pré-vestibular. Estudava, namorava, participava de
festas, mas tinha uma vida de oração e sonhava ser pediatra para ajudar
crianças carentes. Era sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e
crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina. Na época,
seu pai era presidente do Conselho Central de Barbacena.
No dia 1º de
setembro do mesmo ano, um homem que foi montar um guarda-roupa no pequeno
apartamento para onde se mudara com seu irmão, tentou violentá-la. Ao oferecer
resistência, recebeu uma cadeirada na cabeça, foi amarrada, amordaçada e teve
suas roupas rasgadas. Como continuou a resistir, foi morta sem piedade com 15
facadas. Um crime cruel que abalou a família e todos que tomaram conhecimento
do caso.
A forma como foi
morta, mas sobretudo como viveu, motivou um grupo de pessoas a entrar com o
pedido do processo para sua beatificação. A solicitação foi aceita por Roma e,
no dia 26 de janeiro de 2001, em Barbacena, foi instalado o processo, quando
Isabel Cristina recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus. A causa foi
conduzida por um Tribunal Eclesiástico instituído por Dom Luciano, que durante
oito anos colheu depoimentos de quase sessenta pessoas, reunindo
documentos, ouvindo testemunhos, permitindo assim formalizar o processo.
O fato de Isabel
Cristina ter sido batizada e feito a Primeira Comunhão na Matriz da Piedade,
pela ligação afetiva de seus pais com a paróquia, e sobretudo para facilitar a
visitação, decidiu-se que seus restos mortais ficariam no Santuário da Piedade.
O caixão de madeira com os restos mortais foi lacrado pelo Arcebispo Dom
Geraldo, na presença do Postulador, e depois colocado num sarcófago de granito
na Capela dos Passos. Também a caixa com toda a documentação foi lacrada e
entregue ao sr. Agostini, portador delegado, que a entregou na Congregação para
os Santos. (Com informações da Arquidiocese de Mariana)
Servo de Deus
Roberto Giovanni
Ir. Roberto
Giovanni nasceu em Rio Claro, SP no dia 16 de março de 1903. Como irmão
coadjutor, viveu a maior parte de sua vida na cidade de Casa Branca. Rigoroso
consigo próprio, transbordante de amor para com os outros, dedicou-se aos
trabalhos domésticos, ao serviço paroquial e ao Santuário Nossa Senhora do
Desterro, à assistência espiritual ao povo, principalmente aos pobres e
doentes. Sua amabilidade e simplicidade atraíam a todos, simples ou doutos.
Em novembro de
1993 Irmão Roberto, já enfermo, foi morar em Campinas na casa de repouso dos
Padres e Irmãos Estigmatinos. Com o passar dos dias foi acometido de uma
pneumonia, deixando seu pobre físico muito debilitado. A sua páscoa definitiva
aconteceu às 15 horas do dia 11 de janeiro de 1994, aos 90 anos de idade. O
povo de Casa Branca quis que seu corpo fosse sepultado no mesmo Santuário onde
ele serviu pela maior parte de sua vida. Foi sepultado ao lado do altar-mor, no
lugar exato onde, em vida, costumava rezar.
Após sua morte,
o fato de as pessoas o terem como santo e, pelas graças alcançadas por sua
intercessão, foi aberto o Processo Canônico para a sua Beatificação e
Canonização. (Dados do site dos estigmatinos).
Martírio de dois
missionários capuchinhos libaneses
O Santo Padre
também autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar o decreto
sobre o martírio dos Servos de Deus Leonardo Melki e Thomas Saleh, sacerdotes
professos da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, mortos por ódio à fé na
Turquia, em 1915 e 1917.
Os dois
missionários capuchinhos de Baabdat, uma cidade libanesa no Distrito de al-Matn
no Monte Líbano, a 22 quilômetros de Beirute, foram presos, torturados e mortos
na Turquia durante o genocídio de 1915.
Fr. Léonard
Melki (1881-1915) recusou a apostasia, depois de ter escondido o Santíssimo
Sacramento na chegada da polícia. Ele foi levado para o deserto, onde foi
executado em 11 de junho de 1915 juntamente com o bispo armênio, o Beato Ignace
Maloyan, e 415 homens de Mardin.
Depois de ter
dado hospitalidade a um sacerdote armênio durante o genocídio, fr. Thomas Saleh
(1879-1917) foi preso e condenado à morte e deportado em pleno inverno sob a
escolta de um pelotão de soldados. Foi morto na estrada em 18 de janeiro de
1917 repetindo com coragem: "Tenho plena confiança em Deus, não tenho medo
da morte".
Os decretos
também reconhecem:
- o milagre,
atribuído à intercessão do Beato Giustino Maria Russolillo, Sacerdote, Fundador
da Sociedade das Divinas Vocações e da Congregação das Irmãs das Divinas
Vocações; nasceu em 18 de janeiro de 1891 em Pianura di Napoli (Itália) e ali
morreu em 2 de agosto de 1955;
- o milagre,
atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Maria Lorenza Requenses em
Longo, Fundadora do Hospital dos Incuráveis de Nápoles e das Monjas
Capuchinhas; nasceu por volta de 1463 em Lleida (Espanha) e morreu em Nápoles
(Itália) em 21 de dezembro de 1539;
- o milagre,
atribuído à intercessão da Venerável Serva de Deus Isabel Czacka (no século,
Rosa), Fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Servas da Cruz; nascida
em 22 de outubro de 1876 em Bila Tserkva (Ucrânia) veio a falecer em Laski
(Polônia) em 15 de maio de 1961;
- o martírio do
Servo de Deus Luigi Lenzini, sacerdote diocesano; morto, por ódio à Fé, em
Crocette di Pavullo (Itália) na noite entre 20 e 21 de julho de 1945;
- as virtudes
heroicas da Serva de Deus Maria Teresa do Coração de Jesus (nascida Célia
Méndez y Delgado), Co-fundadora da Congregação das Servas do Divino Coração de
Jesus; nasceu em 11 de fevereiro de 1844 em Fuentes de Andalucía (Espanha) e
morreu em Sevilha (Espanha) em 2 de junho de 1908.
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