Mês Missionário
“Todos lhe davam testemunho, admirando as
palavras cheias de graça que saíam de sua boca” (Lc 4,22).
O recolhimento e
o cuidado que o tempo atual exige de todos nós, contribui para entrarmos nas
páginas da Sagrada Escritura e ouvir o que Deus tem a nos dizer.
Estamos no mês
missionário. A missão nos une e nos chama a anunciar, pela vida e testemunho
cristão, as maravilhas do Senhor.
Ao iniciar a sua
vida pública, Jesus voltou para a Galileia e anunciou a Boa Nova do Reino do
Pai para toda a humanidade. “Sua fama se espalhou por toda a região. Ele
ensinava em suas sinagogas e era elogiado por todos” (Lc 414-15).
Ele, o Filho de
Deus, anunciou a si mesmo ao mundo, pois Ele é a Boa Nova. Ele é o caminho que
nos atrai e nós o seguimos. Portanto, nós não somos estrelas, nós não nos
anunciamos, nós não precisamos de ídolos neste mundo. Nós necessitamos de Jesus
Cristo.
Anunciamos Jesus
Cristo pela vida, na família, no trabalho, nos estudos, na comunicação, na
política, em todo lugar. Quando Jesus chama os discípulos, ele tem uma missão,
um mandato para os mesmos. O seguidor é aquele que segue alguém que tem
referência, tem autoridade, tem algo especial que justifica o ser chamado.
Assim Pedro, na
barca, obedeceu a Jesus, sob suas ordens, lançou as redes em águas mais
profundas e obteve, além do esperado, os frutos do labor através de suas redes
lançadas. (Cf Lc 5, 1ss).
Como cristãos
que buscam colaborar com Jesus para divulgar o Reino de paz, de justiça e de
fraternidade, o Papa Francisco, mais uma vez, nos envia uma mensagem para o dia
mundial das Missões, que celebramos no dia 18 de outubro. Citando o profeta
Isaias, “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8), o Pontífice convoca todos os cristãos
a se unirem na construção da paz e da justiça. O Papa nos desafia para a
unidade e nos exorta, “A semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos
surpreendidos por uma tempestade inesperada e furiosa. Percebemos estar no
mesmo barco, todos frágeis e desorientados, mas, ao mesmo tempo, importantes e
necessários, chamados a remar juntos, todos carentes de mútuo encorajamento.
Nesta barca, estamos todos tal como aqueles discípulos falaram a uma só voz,
angustiados: “Vamos perecer” (cf Mc 4,38).
Pois bem, o que
devemos fazer? Santa Terezinha e São Francisco de Assis nos dão um belo exemplo
o que devemos fazer. Seguir a Nosso Senhor Jesus Cristo, pobre, humilde e
crucificado. Viver a mais bela e profunda experiência do amor mútuo, respeitar
a vida que está em mim, em você, na natureza, pois, ela, a vida, pertence a
Deus. Semear a fraternidade universal, colaborar na vida eclesial, fomentar os
grupos de reflexão, as CEBs, orientar os amigos e amigas que vivem sem os
sacramentos para conhecer Jesus, aproximar, mesmo em distanciamento social, a
Igreja, respeitar as pessoas que pregam o amor, que denunciam as injustiças,
que tem o cargo de unir, acolher e cuidar das pessoas, sobretudo as mais
vulneráveis e carentes.
Além das
obrigações morais, eclesiais e espirituais, temos uma grande obrigação de
colaborar com os missionários que deixam sua terra para anunciar Jesus em
países distantes, longe de suas culturas e de suas famílias. A contribuição
material, oferta, é um gesto concreto de participar da obra missionária, como
sangue que dá vida a nossa Igreja. Que estimulemos a infância Missionária, a
Juventude Missionária e todas as iniciativas evangelizadoras e pastorais que a
nossa santa e bela Igreja os propõe.
Enquanto
aguardamos o término da pandemia, do isolamento social, todas as pessoas devem
se cuidar para que, pela força do Espírito Santo, a força do amor de Deus,
vislumbremos um novo mundo, sem ódio, perseguições, calúnias e ameaças.
Que Nossa Senhora
da Glória, Estrela da Evangelização, a Rainha das Missões, Mãe e discípula do
seu próprio Filho Jesus, cuide de todos nós e cure todas as pessoas enfermas.
Dom Severino
Clasen - Arcebispo de Maringá
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