As mulheres são protagonistas de uma Igreja em saída
Em mensagem
dirigida ao Conselho Feminino do Pontifício Conselho para a Cultura do
Vaticano, o Pontífice destacou a presença do grupo que representa “uma bela
novidade” dentro da Cúria Romana. E, por ocasião de um seminário sobre os
documentos de Francisco promovido pelo organismo, o Papa destacou a importância
da “voz feminina” em diferentes ambientes sociais, “no cuidado da Criação, na
gestação de um mundo mais justo, na criação do diálogo que respeite e valorize
as diferenças”.
Andressa Collet –
Vatican News - O Papa Francisco enviou nesta quinta-feira (8) uma mensagem para
o Conselho Feminino do Pontifício para a Cultura do Vaticano,
um organismo permanente para ouvir e valorizar a presença das mulheres a partir
do dicastério e para a reflexão de grandes temas culturais. O espaço conta com
representantes de várias confissões religiosas e também por não crentes.
Segundo o Pontífice, um grupo que representa “uma bela novidade” dentro da
Cúria Romana:
“Pela primeira
vez, um dicastério envolve um grupo de mulheres tornando-as protagonistas dos
projetos e das linhas culturais que estão se desenvolvendo, e não apenas para
lidar com as questões da mulher. O conselho de vocês é composto por mulheres
engajadas em diferentes setores da vida social e portadoras de visões culturais
e religiosas do mundo que, embora diferentes, convergem para o objetivo de
trabalhar em conjunto com respeito mútuo.”
A mensagem
pontifícia datada de 1º de outubro, foi divulgada por ocasião do seminário “As
mulheres leem Papa Francisco: leitura, reflexão e música”, que reúne uma série
de encontros e começa, desta vez, com o tema da exortação "Evangelii
Gaudium", seguido pela encíclica Laudato si’ e o Documento sobre a
Fraternidade Humana pela Paz Mundial e a Convivência Comum. Os textos, recordou
o Pontífice, são dedicados, respectivamente, “aos temas da evangelização, da
Criação e da fraternidade”.
A fé e a música de
inspiração de Santa Hildegarda
O Papa Francisco, na mensagem, também destacou que o seminário está sendo atribuído a “uma grande mulher, proclamada Doutora da Igreja em 2012: Santa Hildegarda de Bingen. Como São Francisco de Assis, ela também compôs um hino harmonioso no qual canta e louva o Senhor da e na Criação”.
A importância da
voz feminina
O Papa, então,
parabenizou a realização do seminário que pretende “criar um diálogo entre
intelecto e espiritualidade, entre unidade e diversidade, entre música e
liturgia, com um objetivo fundamental, ou seja, a amizade e a confiança
universal”:
“E vocês fazem
isso com uma voz feminina que quer ajudar a curar, em um mundo doente. O
percurso de leitura de vocês será capaz de oferecer uma visão peculiar sobre o
tema do confronto social e cultural como contribuição para a paz, pois as
mulheres têm o dom de trazer uma sabedoria que sabe melhorar as feridas,
perdoar, reinventar e renovar.”
As mulheres:
acolhimento e anúncio
Francisco,
finalizou a mensagem, desejando que as mulheres do Conselho Feminino do
dicastério sejam “portadoras de paz e de renovação”, sejam uma presença que,
“com humildade e coragem, saiba compreender e acolher a novidade e gerar a
esperança de um mundo fundado na fraternidade”. Afinal, como lembrou o Papa,
“na história da salvação é uma mulher que acolhe a Palavra”; são as mulheres
que esperam e proclamam a Ressurreição: os atos de acolhimento e anúncio.
“As mulheres são
protagonistas de uma Igreja em saída, através da escuta e do cuidado que
manifestam com as necessidades dos outros e, com uma marcada capacidade de
sustentar dinâmicas de justiça em um clima de ‘calor doméstico’, nos diferentes
ambientes sociais em que se encontram para trabalhar. Escuta, meditação, ação
amorosa: esses são os elementos constitutivos de uma alegria que se renova e se
comunica aos outros, através do olhar feminino, no cuidado da Criação, na
gestação de um mundo mais justo, na criação de um diálogo que respeite e
valorize as diferenças.”
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