A fofoca é uma peste pior que a Covid
Francisco volta a
falar no Angelus sobre a fofoca: "por favor, irmãos e irmãs, façamos um
esforço para não fofocar". A passagem do Evangelho deste domingo fala da
correção fraterna, e convida-nos a refletir sobre a dupla dimensão da
existência cristã: a dimensão comunitária e a dimensão pessoal.
“As fofocas fecham o coração à comunidade, impedem a unidade da
Igreja. O grande fofoqueiro é o diabo, que sempre sai dizendo coisas ruins dos
outros, porque ele é o mentiroso que tenta desunir a Igreja, afastar os irmãos
e não fazer comunidade. Por favor, irmãos e irmãs, façamos um esforço para não
fofocar. A fofoca é uma peste pior que a Covid, pior: foi o que disse o
Papa Francisco no Angelus deste domingo, 23º do Tempo Comum, na Praça São
Pedro, acrescentando: façamos um esforço: nada de fofocas, nada de
fofocas. O ensinamento de Jesus nos ajuda muito, porque pensemos
num exemplo: quando nós vemos um erro, um defeito, um escorregão de um irmão ou
de uma irmã, normalmente a primeira coisa que fazemos é contar aos outros,
fofocar".
A passagem do
Evangelho deste domingo comentado pelo Papa fala da correção fraterna, e
convida-nos a refletir sobre a dupla dimensão da existência cristã: a dimensão
comunitária, que exige a proteção da comunhão, e a dimensão pessoal, que exige
atenção e respeito por cada consciência individual.
"Para
corrigir o irmão que cometeu um erro, Jesus sugere uma pedagogia de
recuperação, articulada em três etapas. Primeiro diz: "Avisa-o entre você
e ele sozinho", ou seja, não coloque o seu pecado em praça pública. É uma
questão de ir ao irmão com discrição, não para o julgar, mas para o ajudar a
perceber o que fez", salienta Bergoglio, "contudo, pode acontecer
que, apesar das minhas boas intenções, a primeira intervenção falhe. Neste caso
é bom não desistir, que se arranje, eu lavo as minhas mãos, não, isso não é
cristão, mas recorrer ao apoio de algum outro irmão ou irmã".
Jesus diz: "se
ele não ouvir, leve consigo um ou duas pessoas novamente para que tudo se
resolva com a palavra de duas ou três testemunhas. As duas testemunhas
solicitadas não são para acusarem e julgar, mas para ajudar, para a
recuperação", continua o Pontífice. "Também o amor de dois ou
três irmãos pode ser insuficiente. Neste caso - acrescenta Jesus -,
"dizê-lo à comunidade", ou seja, à Igreja. Em algumas situações, toda
a comunidade está envolvida. Há coisas que não podem deixar indiferentes os
outros irmãos: é necessário um amor maior para recuperar o irmão. Mas por vezes
até isto pode não ser suficiente. Jesus diz: "Se nem mesmo à
comunidade ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um
publicano”. Esta expressão, aparentemente tão desdenhosa - disse o Papa
Francisco -, convida-nos de fato a colocar o nosso irmão de volta nas mãos de
Deus: "só o Pai poderá demonstrar um amor maior do que o de todos os
irmãos juntos. É o amor de Jesus, que acolheu os publicanos e pagãos,
escandalizando as pessoas bem pensantes da época".
Francisco
disse que “não é fácil pôr em prática este ensinamento de Jesus, por várias
razões. Há o medo de que o irmão ou irmã reaja mal; por vezes não há
confidência suficiente com ele ou ela... E outras razões.
"Não se trata
de uma questão de condenação sem apelo, mas do reconhecimento de que por vezes
as nossas tentativas humanas podem falhar, e que só estando sozinho perante
Deus pode colocar o nosso irmão perante a sua própria consciência e a
responsabilidade pelos seus atos".
Francisco encerrou
a sua alocução pedindo a Nossa Senhora que “nos ajude a fazer da correção
fraterna um hábito saudável, para que nas nossas comunidades possam sempre ser
estabelecidas novas relações fraternas, baseadas no perdão recíproco e
sobretudo no poder invencível da misericórdia de Deus”.
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Assista:
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Fonte: vaticannews.va (Silvonei José)
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