Livro do
Deuteronômio
O Deuteronômio
(segunda lei) é o último dos cinco livros do Pentateuco. É formado por diversos
discursos colocados na boca de Moisés, espécie de testamento espiritual
pronunciado antes de sua morte. O livro é fruto de longo e complexo processo
redacional.
Durante a
restauração do templo de Jerusalém, o sacerdote Helcias encontra (por volta de
620 AC) o “livro da lei”, que foi lido diante de todo o povo. Esse “livro da
lei” é considerado o primeiro esboço do Deuteronômio. Provavelmente tenha sido
escrito em Jerusalém, reflete, porém, as tradições do reino do norte (Israel) e
composto após a queda da Samaria (722 AC). Esse “livro da lei” passa a servir
de lei para o povo. O livro do Deuteronômio foi concluído no período do exílio
na Babilônia.
A memória trás a
lembrança de Moisés falando séculos antes dos acontecimentos da queda da
Samaria (722 AC), reino do norte, e a queda de Jerusalém (587 AC), reino do
sul, seguida da deportação para a Babilônia. Esses séculos de crises e
tentativas de reformas levou o povo de Deus a relembrar o seu passado e
reconhecer que seu Deus é um Deus que ama e não abandona seu povo.
A composição do
Deuteronômio acontece praticamente em Jerusalém. Com a queda da Samaria, muitos
levitas fugiram para o reino do sul, Judá. Com a experiência que tinham da
vivência no reino do norte, deram sua contribuição ao rei Ezequias, que
desejava fazer uma reforma, diante do medo de acontecer, no sul, o que
aconteceu no norte.
Podemos dividir o
livro do Deuteronômio em quatro partes principais: Discursos de Moisés (1-11);
Código deuteronômico (12-26); Celebração da aliança (27-30); Despedida e morte
de Moisés (31-34).
Discursos de
Moisés (1-11): Nesses capítulos temos dois grandes discursos de Moisés. O
primeiro resume a história da caminhada do povo de Israel do monte Sinai
(Horeb) até o Jordão. O segundo discurso retoma a história passada de Israel,
que tem como cenário o Horeb.
Código
deuteronômico ou Código da aliança (12-26): É o núcleo mais antigo do
Deuteronômio e contém normas e instituições dos camponeses do norte (Israel).
Representa em grande parte a lei (livro da lei) encontrada no templo. Reúne
diversas coleções de leis de diferentes origens.
Celebração da
aliança (27-30): Este bloco conclui o segundo discurso de Moisés, iniciado em
Dt 4,44. Traz bênçãos e maldições para quem cumpre ou não a lei da aliança.
Nesse bloco podemos reconhecer três introduções: Moisés com os anciãos se
dirige ao povo, Moisés com os sacerdotes levitas se dirige a todo Israel,
Moisés sozinho fala ao povo.
Despedida e morte
de Moisés (31-34): Estes capítulos formam como que a conclusão geral do
Pentateuco e a transição para o livro de Josué. Este bloco reúne elementos de
origens e épocas diversas, que foram incorporados ao livro por ocasião de sua
última redação.
Com a morte de
Moisés, chega ao fim o período fundacional da história de Israel. Sem dúvida,
Moisés muito contribuiu para o nascimento do povo, acompanhando-o desde a saída
do Egito até a proximidade da entrada na Terra Prometida.
A libertação é
obra de Deus, ele libertou o povo escravo no Egito, acompanhou-o pelo deserto e
lhe deu uma terra. A aliança mostra o povo de Israel se descobrindo como povo
escolhido por Deus, vendo os sinais da presença e da ação de Deus no passado e
no presente.
Nilo Luza - Religioso da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos
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