Boas relações ajudam os doentes ao longo do tratamento
Francisco observou
que “o doente é muito mais que o protocolo dentro do qual ele se enquadra do
ponto de vista clínico. A prova disso é que quando o paciente vê sua
singularidade reconhecida, aumenta a confiança na equipe médica e num horizonte
positivo".
Mariangela
Jaguraba - Vatican News - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta
sexta-feira (11/09), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os participantes do
Congresso Mundial de Ginecologia Oncológica.
Depois de dar as
boas-vindas aos presentes, o Pontífice ressaltou que o encontro lhe oferece uma
oportunidade para “conhecer e apreciar o compromisso dessa associação em favor
das mulheres que enfrentam doenças tão difíceis e complexas”.
Em seu precioso
serviço, vocês estão cientes da importância de criar laços de solidariedade
entre os pacientes com doenças graves, envolvendo os parentes e profissionais
de saúde numa relação de ajuda recíproca. Isto se torna ainda mais precioso
quando confrontado com doenças que podem seriamente colocar em risco, ou
prejudicar, a fertilidade e a maternidade. Nessas situações, que têm um impacto
profundo na vida da mulher, é indispensável cuidar, com grande sensibilidade e
respeito, da condição, psicológica, relacional e espiritual, de cada paciente.
Francisco os
encorajou em “seu compromisso de considerar as dimensões de uma cura integral,
mesmo nos casos em que o tratamento é essencialmente paliativo. Nesta
perspectiva, torna-se útil envolver pessoas capazes de partilhar o caminho de
cura, dando uma contribuição de confiança, esperança e amor”. “Todos sabemos, e
também já foi demonstrado,” frisou ainda o Pontífice, “que viver boas relações
ajuda e apoia os doentes ao longo de todo o percurso do tratamento, reacendendo
ou aumentando a esperança neles. A proximidade do amor abre as portas para a
esperança e também para a cura”.
O Papa observou
que “o doente é muito mais que o protocolo dentro do qual ele se enquadra do
ponto de vista clínico. A prova disso é que quando o paciente vê sua
singularidade reconhecida, aumenta a confiança na equipe médica e num horizonte
positivo. Tudo isso não pode ser apenas a expressão de um ideal, mas deve
encontrar cada vez mais espaço e reconhecimento dentro dos sistemas de saúde.
Muitas vezes se diz que a relação, o encontro com os agentes de saúde, faz
parte da cura”.
A seguir, o Papa
perguntou: “Concretamente, como desenvolver essa grande necessidade dentro da
organização hospitalar, fortemente condicionada por exigências funcionais?”
Francisco manifestou “tristeza e preocupação com o risco bastante difundido de
deixar a dimensão humana do cuidado das pessoas doentes à "boa
vontade" de cada médico, em vez de considerá-la como parte integrante do
tratamento oferecido pelas estruturas de saúde”.
Não devemos
permitir que a economia entre no mundo da saúde com prepotência, penalizando os
aspectos essenciais como a relação com os doentes. Neste sentido, são louváveis
as diversas associações sem fins lucrativos que colocam os pacientes no centro,
apoiando suas exigências e perguntas legítimas e também dando voz a quem,
devido à fragilidade de sua condição pessoal, econômica e social, não consegue
se fazer ouvir.
O Papa ressaltou
que “a condição de doença recorda a atitude decisiva para o ser humano que é a
de confiar-se. Confiar-se ao outro, irmão e irmã, e ao Outro com letra
maiúscula que é o nosso Pai celestial. Lembra também o valor da proximidade, do
tornar-se próximo, como Jesus nos ensina na Parábola do Bom Samaritano”.
“Quanto cura uma carícia no momento oportuno! Vocês sabem melhor do que eu”,
concluiu.
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Fonte: vaticannews.va
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