O Evangelho é um anúncio de vida nova para todos
Direito dos
indígenas, evangelização e inculturação estiveram esta quinta-feira (17/10) no
centro, na Sala de Imprensa da Santa Sé, da coletiva sobre o Sínodo. Entre os
participantes na coletiva, três testemunhos provenientes do Brasil: do
arcebispo de Porto Velho - RO, dom Roque Paloschi; do salesiano Pe. Justino
Sarmento Rezende; e do Procurador da República, Dr. Felício de Araújo Pontes.
Adriana Masoti /
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano - As vozes dos representantes da Amazônia
foram protagonistas esta quinta-feira (17/10), na Sala de Imprensa da Santa Sé,
da coletiva sobre o Sínodo, onde continuam os círculos menores e estão sendo
elaboradas as relações, explicou o prefeito do Dicastério vaticano para a
Comunicação, Paolo Ruffini.
Leah Rose
Casimero, da Guiana, pertencente ao povo Wapichan, contou sua experiência de
coordenadora do programa do curso bilíngue para crianças Wapichan, povo
indígena local.
Trata-se de um
programa que prevê uma formação nas duas línguas: a da população indígena e o
inglês. “Temos nossos materiais para as crianças”, contou, e “incorporamos
nossos conhecimentos e nossa vida tradicional”.
Portanto, uma
experiência de vanguarda para ajudar o povo Wapichan com um programa nascido de
um diálogo com os Jesuítas, com as outras Igrejas, com outros consultores e que
tem o apoio das autoridades.
Provém dos povos
indígenas também Patrícia Gualinga, líder na defesa dos direitos humanos
das comunidades Kichwa de Sarayaku, no Equador. Ela fez um premente apelo em
defesa da Amazônia, gravemente ameaçada com consequências para toda a
humanidade, ressaltou. Fez um apelo também por uma aliança dos indígenas com a
Igreja, indígenas que são perseguidos e até mesmo assassinados.
O Procurador da
República e especialista em direitos dos povos indígenas, o brasileiro Felício
de Araújo Pontes Junior, focou a atenção na coletiva sobre a defesa dos
direitos das populações da Amazônia e também dos descendentes dos
afro-americanos.
Muitas vezes
esses povos entram em conflito com o modelo de desenvolvimento imperante,
explicou ele chamando a atenção também para o aumento da atividade pecuária e
de monoculturas, evidenciando que o homem não tem o direito de eliminar os
ecossistemas em nome do progresso.
Foi também muito
forte a experiência do salesiano, Pe. Justino Sarmento Rezende,
brasileiro, originário do povo tuyuca, especialista em espiritualidade indígena
e pastoral inculturada.
Sua vocação
nasceu graças aos missionários que ensinavam catecismo a seus avós. Nasceu
também do desejo de poder transmitir a fé em sua língua materna, a partir do
momento em que a Igreja entendeu que os indígenas evangelizados poderiam, por
sua vez, tornar-se evangelizadores.
Sacerdote há 25
anos, em sua fala ele ressaltou a gratidão aos missionários por ter levado o
Evangelho junto com o desejo que se conheçam as culturas indígenas. Trata-se de
levar adiante, com paciência, o diálogo conhecendo a vida daqueles povos.
Também o
arcebispo de Porto Velho – RO, dom Roque Paloschi, evidenciou os direitos
das populações indígenas que sofreram discriminações, referindo-se também ao
problema das terras tradicionais.
“A Constituição
de 1988 previa que até 1993 todas as terras dos povos originários deveriam ser
demarcadas, homologadas e registradas. Ao invés, não foram demarcadas nem mesmo
um terço e as que foram demarcadas foram invadidas, alvo dos garimpeiros, das
indústrias minerárias, das indústrias do petróleo e da exploração da madeira.”
Em sua fala
ressaltou, em particular, que “não se faz a inculturação com proselitismo, mas
com o testemunho”. Não se trata de impor uma cultura do alto, de eliminar a
cultura dos outros, prosseguiu dom Roque Paloschi, mas de preservar as sementes
presentes em toda cultura porque “nenhuma cultura é perfeita” e o anúncio do
Evangelho é, de fato, um anúncio de vida nova e todos precisamos tornar-nos uma
pessoa nova no encontro com Cristo.
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Papa encontra
grupo de indígenas no Vaticano
Ao fazer
referência às origens do cristianismo, nascido no mundo judaico, tendo mais
tarde se desenvolvido no mundo greco-latino e então chegado a outras terras
como a eslava, as orientais e as americanas, o Papa Francisco reiterou que o
Evangelho deve inculturar-se, porque “os povos recebem o anúncio de Jesus com
sua própria cultura".
Cidade do
Vaticano - Na tarde desta
quinta-feira, por volta das 15h30, o Santo Padre encontrou um grupo de cerca de
quarenta indígenas, entre participantes do Sínodo para a Região Pan-Amazônica e
de outras iniciativas que estão sendo realizadas em Roma nestes dias. Eles
estavam acompanhados por Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, e pelo
cardeal Claudio Hummes. A informação é da Sala de Imprensa da Santa Sé.
O encontro foi
aberto por um breve pronunciamento de uma mulher e um homem, representantes dos
povos indígenas, que por meio deles expressaram gratidão ao Santo Padre pela
convocação do Sínodo e pediram ajuda para concretizar seu desejo de garantir
uma vida serena e feliz a seus povos, cuidando de suas terras, protegendo suas
águas, para que também seus descendentes possam usufruir destas riquezas.
O Papa Francisco
dirigiu algumas palavras aos presentes, enfatizando como o Evangelho é como uma
semente que cai na terra que encontra e cresce com as características desta
terra.
Com referência à
região amazônica, o Santo Padre falou dos perigos das novas formas de
colonização.
Por fim, fazendo
referência às origens do cristianismo, nascido no mundo judaico, tendo mais
tarde se desenvolvido no mundo greco-latino e então chegado a outras
terras, como a eslava, as orientais e as americanas, o Papa Francisco reiterou
que o Evangelho deve inculturar-se, porque “os povos recebem o anúncio de Jesus
com sua própria cultura".
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Fonte: vaticannews.va
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