49 mil admiradores de Santa Dulce dos Pobres
Palco de
partidas de futebol e shows de música, a Arena Fonte Nova, em Salvador , se
converteu em uma “grande catedral”, como definiu um mestre de cerimônias do
evento, na tarde de domingo, 20 de outubro, para sediar a celebração pela
canonização da freira baiana Irmã Dulce . Uma semana depois de ela se tornar a
Santa Dulce dos Pobres , com a canonização no Vaticano, 49 mil admiradores da
religiosa praticamente lotaram o estádio de futebol para o evento que culminou
em uma missa, iniciada por volta das 17h e conduzida pelo arcebispo de Salvador
e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger.
Os três anéis da
arena, reformada para a Copa do Mundo de 2014, estavam quase totalmente
tomados. A tarde foi repleta de música católica e homenagens à santa. A
principal delas foi a espetáculo “Império de Amor”.
Antes de
celebrar a “missa santa”, dom Murilo Krieger declarou a jornalistas que o
espatáculo lhe tocou por demonstrar a obra que Irmã Dulce deixou é viva. Fazem
parte do grupo que se apresentou 550 crianças e adolescentes do Centro
Educacional Santo Antônio (CESA), núcleo de educação das Obras Sociais Irmã
Dulce (Osid), além de idosos.
O bispo auxiliar
do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) disse ser uma alegria estar em Salvador e participar da
celebração brasileira em ação de Graças pela canonização de Santa Dulce dos
Pobres. “Hoje é festa na Bahia, no Brasil, no mundo inteiro e no céu. Para dom
Joel, Santa Dulce dos Pobres marcou a vida praticando a solidariedade num mundo
no qual a indiferença está globalizada, segundo o Papa Francisco”, disse.
O governador Rui
Costa participou da celebração, acompanhado da primeira-dama e presidente das
Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA), Aline Peixoto, e de José Maurício Moreira
e Cláudia Araújo, que receberam a graça da cura, reconhecida pelo Vaticano.
Para Rui, Santa Dulce dos Pobres está acima das religiões pela generosidade,
história e cuidado com o próximo.
“Com a canonização de Santa Dulce dos Pobres,
a Bahia torna-se uma referência ainda maior do que já é da fé, com suas mais de
300 igrejas, como a do Bonfim, de Nossa Senhora da Conceição da Praia, do
Rosário dos Pretos e de São Francisco. Isso vai ser muito bom também para
reforçar o destino religioso que é a nossa capital”, afirmou o governado
A cantora
Margareth Meneses também participou da homenagem. “Ter participado da
canonização, cantado na cerimônia, e agora estar nessa homenagem é para mim uma
grande emoção. A energia, a força que ela teve e que continua, tudo isso é
muito bonito. Proporcionar acolhimento aos seres humanos mais abandonados não
tem preço”.
A
superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e sobrinha de Santa Dulce
dos Pobres, Maria Rita Lopes Pontes, disse que a canonização fortalece a obra e
permite que a missão de Irmã Dulce seja ampliada. “Não é somente o atendimento
de saúde. A gente tem que acolher bem as pessoas que chegam para conhecer a
história de Irmã Dulce e o seu memorial”. A instituição realiza 2,2 milhões de
atendimentos ambulatoriais por ano e 12 mil cirurgias.
Dom Murilo Krieger
ressaltou que a canonização de Santa Dulce dos Pobres não é importante somente
para religião católica. “Ela é um exemplo para todos nós. Eu tenho certeza que
os nossos irmãos, sejam de que religião forem, reconhecem a generosidade de
Irmã Dulce e também que ela fez o bem para todos, sem perguntar de qual
religião era a pessoa que recebia a ajuda. Assim, todos vamos aprendendo a nos
respeitar mutuamente”.
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Fonte: cnbb.org.br
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