A
misericórdia é o caminho para o coração de Deus
“Entender a
misericórdia do Senhor é um mistério; mas o maior mistério, o mais belo, é o
coração de Deus", disse Francisco na homilia.
Cidade do Vaticano - A liturgia nos
fala hoje da chamada de Mateus, o publicano, escolhido por Deus e instituído
apóstolo segundo o seu desenho de misericórdia. O Papa destaca três expressões
na missa matutina na Casa Santa Marta: desenho de misericórdia, escolher,
instituir.
Mateus era um
corrupto “porque traia a pátria por dinheiro”. Um traidor do seu povo: o pior”.
Alguém pode dizer que Jesus “não tem bom gosto para escolher as pessoas”,
observou o Papa, e parece que realmente não tem, porque além de Mateus escolheu
muitos outros pegando-os “do lugar mais desprezado”. Foi assim com a Samaritana
e muitos outros pecadores e os fez apóstolos.
"E depois,
na vida da Igreja, muitos cristãos, muitos santos que foram escolhidos do mais
raso … escolhidos do mais raso. Esta consciência de que nós cristãos deveríamos
ter – de onde fui escolhido, de onde fui escolhida para ser cristão – deve
durar toda a vida, permanecer ali e ter a memória dos nossos pecados, a memória
que o Senhor teve misericórdia dos meus pecados e me escolheu para ser cristão,
para ser apóstolo."
Mateus não
esqueceu suas origens
Depois, o Papa
descreve a reação de Mateus à chamada do Senhor: não se vestiu de luxo, não
começou a dizer aos outros: eu sou o príncipe dos Apóstolos, aqui eu comando.
“Não! Trabalhou toda a vida pelo Evangelho.”
Quando o
Apóstolo esquece as suas origens e começa a fazer carreira, se afasta do Senhor
e se torna um funcionário; que trabalha muito bem, mas não é Apóstolo. Será
incapaz de transmitir Jesus; será um organizador de planos pastorais, de tantas
coisas; mas, no final, um negociante. Um negociante do Reino de Deus, porque esquece
de onde foi escolhido.
Por isso,
prosseguiu Francisco, é importante a memória das nossas origens: “Esta memória
deve acompanhar a vida do Apóstolo e de todo cristão”.
A nós falta a
generosidade
Ao invés de
olhar para si mesmo, porém, nós somos levados a olhar os outros, seus pecados e
a falar mal deles. Um costume que envenena. É melhor falar mal de si próprio,
sugeriu o Papa, e recordar de onde o Senhor nos escolheu, trazendo-nos até
aqui.
O Senhor,
acrescentou o Pontífice, quando escolhe, escolhe para algo maior.
“Ser cristão é
algo grande, belo. Somos nós que nos afastamos e ficamos na metade do caminho”.
A nós falta a generosidade e negociamos com o Senhor, mas Ele nos espera.Diante da chamada, Mateus renuncia ao seu amor, ao dinheiro, para seguir Jesus.
E convidou os amigos do seu grupo para almoçar com ele para festejar o Mestre.
Assim, àquela mesa se sentava “o que havia de pior naquele tempo. E Jesus estava
com eles”.
O escândalo dos
doutores da Lei
Os doutores da
Lei se escandalizaram. Chamaram os discípulos e disseram: “Mas como é possível
que seu Mestre faça isso, com essas pessoas? Mas, se torna impuro!”: comer com
um impuro é se contaminar com a impureza, não é mais puro. E Jesus toma a
palavra e diz esta terceira expressão: “Vão aprender o que significa ‘Quero
misericórdia e não sacrifício”. A misericórdia de Deus procura todo mundo,
perdoa a todos. Pede somente que diga: “Sim, ajude-me”. Só isso.
Para quem se
escandaliza, Jesus responde que não são os que têm saúde que precisam de
médico, mas os doentes e: “Quero misericórdia e não sacrifício”.
“Entender a
misericórdia do Senhor – conclui Francisco - é um mistério; mas o maior
mistério, o mais belo, é o coração de Deus. Se quiser realmente chegar ao
coração de Deus, siga o caminho da misericórdia, e se deixe tratar com
misericórdia”.
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Fonte: vaticannews.va
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