terça-feira, 25 de setembro de 2018

Papa chega à Estônia,

última etapa de sua 25ª Viagem Apostólica
Com a visita à Estônia, o Papa Francisco terá visitado 39 países. No final do dia, o Pontífice retorna à Roma, onde deverá chegar às 21h20.

Cidade do VaticanoÀs 7h30 da manhã (hora local) desta terça-feira, 25, o Papa Francisco despediu-se da Nunciatura Apostólica em Vilnius, transferindo-se ao Aeroporto Internacional da capital da Lituânia, de onde partiu para a Estônia, última etapa de sua 25ª Viagem Apostólica.
No Aeroporto em Vilnius, o Pontífice foi acolhido pela presidente da República, senhora Dalia Grybauskaité, no espaço reservado ao cerimonial, onde foi organizada uma sala para o encontro que durou alguns minutos. Presentes cerca de 200 voluntários que entoaram um cântico. O Papa também recebeu um presente comemorativo pela visita.
Depois de passar em revista a Guarda de Honra e saudar as delegações, o Santo Padre embarcou no voo CS 300 da Air Baltic, que o levou a Tallinn, capital da Estônia, após percorrer 528 km em 1h20min. O avião sobrevoou a Letônia, país visitado ontem,  segunda-feira.
No Aeroporto Internacional de Tallinn, o Pontífice foi acolhido pela presidente da República, senhora Kersti Kaljulaid. Quatro crianças com vestes tradicionais ofereceram flores ao Papa, que então, acompanhado pela presidente, seguiu até a Sala Vip. Um coral de crianças acolheu-os com cânticos. Não houve discursos no aeroporto.
De lá, o Papa seguiu para o Palácio Presidencial de Tallinn para a visita de cortesia à presidente e o encontro com as autoridades, representantes da sociedade civil e corpo diplomático.
Apenas 6 mil católicos no país
A Estônia tem uma área de 45.100km² e 1 milhão 316 mil habitantes (29 hab/km²). Se na Lituânia, 78% dos habitantes declaram-se católicos e na Letônia 60% são luteranos, na Estônia 75% declaram-se sem religião. No país, apenas seis mil declaram-se católicos, ou seja, 0,5/100 habitantes.
Há uma Circunscrições Eclesiásticas, 9 paróquias e 6 centros pastorais no país.
Em 31/07/2018 o país tinha 1 bispo e 17 sacerdotes, sendo 15 diocesanos e 2 religiosos. O país não tem diáconos permanentes e nem religiosos não sacerdotes. As religiosas professas são 30, os missionários leigos 12 e os catequistas 5. O país tem 7 seminaristas maiores.
As escolas maternas e primárias de propriedade e/ou dirigidas por eclesiásticos ou religiosos são 3, com 517 estudantes.
No país não há nenhum centro caritativo e social de propriedade e/ou dirigido por eclesiásticos ou religiosos.
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Assista:
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Papa na Estônia:
Ser líder é ser capaz de criar vínculos
No primeiro discurso na capital Tallinn, o Pontífice falou das sociedades tecnocráticas e a importância de que os líderes sejam "artesãos de vínculos".

Cidade do Vaticano Na capital Tallin, o primeiro discurso do Papa Francisco foi durante o Encontro com as autoridades civis e o corpo diplomático no Jardim das Rosas do Palácio Presidencial.
Em seu pronunciamento, o Pontífice declarou-se “muito feliz” por se encontrar na capital mais setentrional que o Senhor lhe concedeu visitar.
Há séculos, recordou o Papa, estas terras são chamadas «Terra de Maria», Maarjamaa. E essa evocação sugere-lhe duas palavras: memória e fecundidade.
Terra de memória
A população da Estônia, afirmou, teve que suportar duros momentos de sofrimento e tribulação. No entanto, nos últimos cerca de vinte e cinco anos – em que regressaram à família das nações – a sociedade estoniana realizou «passos de gigante» e o país, embora pequeno, está entre os primeiros pelo índice de desenvolvimento humano.
“Ser terra de memória significa saber lembrar que o lugar que alcançaram atualmente se deve ao esforço, ao trabalho, ao espírito e à fé de seus pais”, destacou Francisco.
Terra de fecundidade
No entanto, acrescentou, é preciso lembrar com insistência que o bem-estar nem sempre é sinônimo de viver bem.
Um dos fenômenos que se observa nas sociedades tecnocráticas é a perda do sentido da vida e da alegria de viver, que muitas vezes mergulha as pessoas num cansaço existencial.
Colocar toda a "confiança" no progresso tecnológico como o único meio possível de desenvolvimento pode causar a perda da capacidade de criar vínculos interpessoais, intergeracionais e interculturais, advertiu o Pontífice.
Artesãos de vínculos
Por conseguinte, uma das responsabilidades mais importantes dos líderes sociais, políticos, educacionais e religiosos é como se tornar “artesãos de vínculos”.
Uma terra fecunda, disse ainda o Papa, requer cenários a partir dos quais enraizar-se e criar uma rede vital capaz de fazer com que os membros da comunidade se sintam «em casa».
“Neste esforço, queridos amigos, quero garantir que podem contar sempre com o apoio e a ajuda da Igreja Católica, uma pequena comunidade entre vocês, mas com tanta vontade de contribuir para a fecundidade desta terra”, garantiu o Pontífice.
Francisco concluiu agradecendo a recepção e a hospitalidade, pedindo ao Senhor que abençoe o povo estoniano, “de modo especial os idosos e os jovens para que, preservando e cuidando da memória, façam desta terra um modelo de fecundidade”.
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Papa aos jovens:
Com Jesus, a vida tem sabor de Espírito Santo
O encontro com a juventude da Estônia foi ecumênico, na Catedral luterana de Tallinn.

Cidade do VaticanoA Igreja luterana Kaarli, na capital da Estônia, foi a sede do segundo compromisso do Papa Francisco: o encontro ecumênico com os jovens.
Antes de proferir seu discurso, o Pontífice ouviu o testemunho de três jovens e saudou os representantes das diversas confissões cristãs presentes no país.
Estes encontros, disse o Papa, tornam realidade o sonho de Jesus na Última Ceia: “Que todos sejam um só (…) para que o mundo creia” (Jo 17, 21).
Sínodo sobre os jovens
Francisco dedicou ampla parte do seu pronunciamento para falar da relação dos jovens com os adultos, marcada muitas vezes pela falta de diálogo e de confiança. O Papa citou o Sínodo sobre a juventude, que tem início semana que vem, para mencionar algumas questões que emergiram na consultação preliminar.
Entre elas, os jovens pedem acompanhamento e compreensão, sem julgamentos por parte dos membros das Igrejas.
“Aqui, hoje, quero lhes dizer que desejamos chorar com vocês se estiverem chorando, acompanhar com os nossos aplausos e nossos sorrisos as suas alegrias, ajudá-los a viver o seguimento do Senhor.”
Muitos jovens, porém, nada pedem à Igreja, pois não a consideram um interlocutor significativo na sua existência. Outros se indignam diante dos escândalos econômicos e sexuais contra os quais não veem uma clara condenação.
“Queremos dar-lhes resposta, queremos ser – como vocês mesmos dizem – uma ‘comunidade transparente, acolhedora, honesta, atraente, comunicativa, acessível, alegre e interativa’”, garantiu o Papa.
Vida com sabor de Espírito Santo
Ao vê-los assim reunidos a cantar, acrescentou Francisco, “uno-me à voz de Jesus, porque vocês, apesar da nossa falta de testemunho, continuam descobrimendo Jesus dentro de nossas comunidades. Onde está Jesus, a vida tem sempre sabor de Espírito Santo. Aqui, hoje, vocês são a atualização daquela maravilha de Jesus”.
Jesus continua a ser o motivo para estarmos aqui, recordou o Papa. “Sabemos que não há alívio maior do que deixar Jesus carregar as nossas opressões.” Citando uma cantora famosa da Estônia, que dizia que o “amor está morto”, Francisco afirmou que os cristãos têm uma palavra a dizer, algo para anunciar, com poucas palavras e muitos gestos.
Deus está conosco
“Estamos unidos pela fé em Jesus, e Ele espera que O levemos a todos os jovens que perderam o sentido da sua vida. Acolhamos juntos a novidade de que o próprio Deus traz Deus à nossa vida; uma novidade que incessantemente nos impele a partir, para ir aonde se encontra a humanidade mais ferida. Mas nunca iremos sozinhos: Deus vem conosco; Ele não tem medo das periferias.”
“O amor não está morto”, disse por fim o Papa; ele nos chama e nos envia para que a nossa vida cristã não seja um museu de recordações.
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Papa aos estonianos:
Vocês conhecem as lutas pela liberdade
"A ética nos coloca em relação com Deus que espera de nós uma resposta livre e comprometida com os outros e com o nosso meio ambiente", disse Francisco na homilia.

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco celebrou a missa, na tarde desta terça-feira (25/09), na Praça da Liberdade, em Tallinn, na Estônia.
Em sua homilia, Francisco ressaltou que “pensando na chegada ao Monte Sinai do povo judeu, já livre da escravidão do Egito, é impossível não pensar” na Estônia “como povo; é impossível não pensar na nação inteira da Estônia e todos os países bálticos. Vocês conhecem as lutas pela liberdade, podem se identificar com aquele povo. Nos fará bem escutar aquilo que Deus diz a Moisés, para compreender o que Ele nos diz como povo”, frisou o Pontífice.
Segundo o Papa, “o povo, que chega ao Sinai, é um povo que já viu o amor de seu Deus manifestar-se em milagres e prodígios; é um povo que decide estabelecer um pacto de amor, porque Deus já o amou primeiro e manifestou-lhe este amor. Quando dizemos que somos cristãos, quando abraçamos um estilo de vida, o fazemos sem pressões, sem que isso seja uma troca na qual nós fazemos algo se Deus nos fizer qualquer coisa”.
A proposta de Deus não nos tira nada
“Mas sobretudo sabemos que a proposta de Deus não nos tira nada; pelo contrário, leva à plenitude, potencializa todas as aspirações do ser humano. Alguns consideram-se livres, quando vivem sem Deus ou separados d’Ele. Não se dão conta de que, assim, percorrem esta vida como órfãos, sem um lar para onde voltar. «Deixam de ser peregrinos para se transformarem em errantes, que giram indefinidamente ao redor de si mesmos, sem chegar a lugar nenhum».”
O Papa sublinhou que “cabe a nós, como ao povo que saiu do Egito, ouvir e buscar. Às vezes, alguns pensam que hoje a força dum povo se mede por outros parâmetros. Há quem fale com um tom mais alto e, quando fala, parece mais seguro, sem cedências nem hesitações; há quem junte, aos gritos, ameaças de armas, envio de tropas, estratégias... Esta é a pessoa que parece mais «firme». Mas isto não é «buscar» a vontade de Deus, mas um acumular para se impor com base no ter."
“Esta atitude esconde em si uma rejeição da ética e, com ela, de Deus; porque a ética nos coloca em relação com Deus que espera de nós uma resposta livre e comprometida com os outros e com o nosso meio ambiente; uma resposta que está fora das categorias do mercado ”
"Vocês não conquistaram a sua liberdade para terminar escravos do consumo, do individualismo ou da sede de poder e domínio”.
A fé nos leva a ver que Deus “está vivo e nos ama; que não nos abandona e, por isso, é capaz de intervir misteriosamente na nossa história; tira o bem do mal com o seu poder e a sua infinita criatividade”.
Orgulho de ser estoniano
No deserto, o povo de Israel caiu na tentação de buscar outros deuses, adorando o bezerro de ouro e confiando em suas próprias forças. “Mas Deus não cessa de o atrair sempre de novo; e ele se lembrará do que escutou e viu na montanha. Como aquele povo, também nós sabemos que somos um povo eleito, sacerdotal e santo. É o Espírito que nos recorda todas estas coisas.”
O Papa exortou os estonianos a deixarem transparecer na sua história, “o orgulho de ser estoniano. «Sou estoniano, permanecerei estoniano, estoniano é uma realidade bonita, somos estonianos».”
“Como é bom sentir-se parte de um povo! Como é bom ser independentes e livres! Subamos à montanha sagrada e peçamos ao Senhor, como diz o lema desta visita, que desperte os nossos corações e nos conceda o dom do Espírito para discernirmos, em cada momento da história, o modo como ser livres, como abraçar o bem e sentir-se eleitos, como deixar que Deus faça crescer, aqui na Estônia e no mundo inteiro, a sua nação santa, o seu povo sacerdotal”, concluiu Francisco.
Palavras de agradecimento do Papa Francisco
No final da missa celebrada na Praça da Liberdade, em Tallinn, na Estônia, última etapa de sua viagem apostólica aos Países Bálticos, o Papa Francisco agradeceu o acolhimento dos fiéis, “pequeno rebanho com um grande coração”, e das autoridades do país.
O Pontífice recordou também “todos os irmãos cristãos, de modo especial os Luteranos”, que “acolheram os encontros ecumênicos” na Estônia e na Letônia.
A seguir, o Papa dirigiu-se para o aeroporto internacional de Tallinn de onde partiu de volta para Roma.
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Papa Francisco
chega a Roma depois de visitar os países bálticos
Antes de voltar ao Vaticano o Papa Francisco visitou a Basílica de Santa Maria Maior para agradecer Nossa Senhora pelo êxito da viagem.

Cidade do VaticanoO Papa Francisco já se encontra em Roma depois de visitar durante 4 dias a Lituânia, Letônia e Estônia, uma viagem durante a qual ele promoveu a unidade, a paz e também a integração das minorias, e que se realizouu 25 anos depois da histórica visita de São João Paulo II.
O voo papal aterrissou às 20h10, horário local, com mais de uma hora e meia de antecedência, no aeroporto romano de Ciampino. O Papa Francisco põe fim a essa viagem apostólica internacional, que ele realizou depois de visitar este ano países como Birmânia (Mianmar), Bangladesh, Suíça e Irlanda.
Bergoglio já tem agendada para o próximo ano uma visita ao Panamá e anunciou que também gostaria de ir ao Japão, enquanto o presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi disse recentemente que o Pontífice também gostaria de visitar seu país em 2019.
Durante sua visita à Lituânia, o Papa deixou mensagens sobre a memória e o sofrimento por causa da repressão durante a ocupação soviética e a invasão nazista, mas também a advertência contra possíveis surtos de ideologias perigosas.
Na Letônia, promoveu a integração das minorias diante daqueles que querem rejeitá-las por razões de segurança ou econômicas, e na Estônia alertou para o risco de "depositar toda a confiança no progresso tecnológico".
Antes de voltar ao Vaticano o Papa visitou a Basílica de Santa Maria Maior para agradecer Nossa Senhora pelo êxito de sua viagem.
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