“Honrar os pais leva a uma vida longa e feliz”
"Nunca,
nunca, nunca insultar os outros, os pais. Nunca insultar o pai, a mãe. Nunca.
Tomem esta decisão interior. A partir de hoje nunca insultarei o pai ou a mãe
de quem quer que seja. Nos deram a vida. Nunca insultá-los”, foi o pedido do
Papa Francisco na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira.
Cidade do Vaticano - Nunca insultar
os pais! “Poderemos começar a honrar nossos pais com a liberdade de filhos
adultos e com misericordiosa acolhida de seus limites”, “quando descobrirmos que
o verdadeiro enigma não é mais “por que?”, mas “por quem?”” aconteceu isto ou
aquilo que forjou a minha vida.
“Honrar pai e
mãe”. O quarto mandamento foi o tema da catequese do Papa na Audiência Geral
desta quarta-feira, 19, ao dar continuidade a sua série de reflexões sobre o
Decálogo. Francisco pediu para nunca insultarmos os pais. Do Brasil estava
presente um grupo do Colégio Santo Inácio, de Fortaleza.
O sentido de
"honrar"
Francisco
começou explicando aos 13 mil presentes na Praça São Pedro, numa quarta-feira
com tempo instável na Cidade Eterna, o sentido desta “honra”, que em hebraico
indica a glória, o valor, a consistência de uma realidade. Portanto, “honrar”
significa reconhecer este valor.
Se “honrar a
Deus nas Escrituras quer dizer reconhecer a sua realidade, considerar a sua
presença”, dando a Ele “seu justo lugar na existência”, honrar pai e mãe quer
dizer então “reconhecer a sua importância também com atos concretos, que
exprimem dedicação, afeto, cuidado”, mas não só.
“Honra o teu pai
e a tua mãe, como te ordenou o Senhor, para que se prolonguem os teus dias e
prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus”. O quarto mandamento – explica
o Papa - “contém um êxito”, ou seja, “honrar os pais leva a uma vida longa e
feliz”.
Feridas da
infância
De fato, “a
palavra “felicidade” no Decálogo aparece somente ligada à relação com os pais”.
E essa sabedoria milenar declara o que as ciências humanas conseguiram elaborar
somente há pouco mais de um século, isto é, que as marcas da infância
marcam toda a vida:
“Muitas vezes
pode ser fácil entender se alguém cresceu em um ambiente saudável e equilibrado.
Mas da mesma forma perceber se uma pessoa vem de experiências de abandono ou de
violência. A nossa infância é um pouco como uma tinta indelével, se expressa
nos gostos, nos modos de ser, mesmo que alguns tentem esconder as feridas de
próprias origens”.
Reconhecimento
por quem nos colocou no mundo
Francisco chama
a atenção, que o quarto mandamento não fala da bondade dos pais, nem pede a
eles que sejam perfeitos, mas, “fala de um ato dos filhos, independente dos
méritos dos genitores, e diz uma coisa extraordinária e libertadora”:
“Mesmo que nem
todos os pais sejam bons e nem todas as infâncias sejam serenas, todos os
filhos podem ser felizes, porque a realização de uma vida plena e feliz depende
do justo reconhecimento para com aqueles que nos colocaram no mundo”.
“A realização
de uma vida plena e feliz depende do justo reconhecimento para com aqueles que
nos colocaram no mundo”
Exemplo do
Santos
O Papa ressalta
o quanto este quarto mandamento “pode ser construtivo para tantos jovens que
vem de histórias de dor e para todos aqueles que sofreram em sua
juventude. Muitos santos - e muitos cristãos - depois de uma infância
dolorosa viveram uma vida luminosa, porque, graças a Jesus Cristo, se
reconciliaram com a vida:
"Pensemos
ao hoje Beato, mas no próximo mês Santo Sulprizio, aquele jovem napolitano que
há 19 anos acabou sua vida reconciliado com tantas dores, com tantas coisas,
porque seu coração era sereno e jamais havia renegado seus pais. Pensemos
em São Camilo de Lellis, que de uma infância desordenada construiu uma vida de
amor e serviço; mas pensemos Santa Josefina Bakhita, crescida em uma escravidão
horrível; ou ao abençoado Carlo Gnocchi, órfão e pobre; e ao próprio São João
Paulo II, marcado pela perda da mãe em tenra idade”.
O homem,
qualquer que seja a sua história, “recebe deste mandamento a orientação que
conduz a Cristo”, em quem se manifesta de fato “o Pai verdadeiro, que nos
oferece renascer do alto”.
“Os enigmas de
nossas vidas se iluminam quando se descobre que Deus desde sempre nos preparou
a vida como seus filhos, onde cada ato é uma missão dele recebida.”
Feridas como
potencialidades
As nossas
feridas – observou o Santo Padre – iniciam a ser “potencialidades” quando, por
graça, descobrimos que o verdadeiro enigma não é mais “por que?”, mas “por quem?””
me aconteceu isto, explicando:
“Em vista de
qual obra Deus me forjou através da minha história? Aqui tudo se inverte, tudo
se torna precioso, tudo se torna construtivo. Então podemos começar a honrar
nossos pais com a liberdade de filhos adultos e com misericordiosa acolhida de
seus limites”.
“Em vista de
qual obra Deus me forjou através da minha história?”
Jamais insultar
pai e mãe
“Honrar os pais
– exortou o Papa. Nos deram a vida”. E fez um pedido:
“Se você se
afastou dos seus pais, mah, faça um esforço e volte, volte para eles. Talvez
sejam idosos. Deram a vida a você. E depois, entre nós existe este costume de
dizer coisas feias, mesmo palavrões. Por favor. Nunca, nunca, nunca insultar os
outros, os pais dos outros. Nunca! Nunca se insulta a mãe, nunca insultar o
pai. Nunca! Nunca! Tomem esta decisão interior. A partir de hoje nunca
insultarei a mãe ou o pai de quem quer que seja. Nos deram a vida. Nunca devem
ser insultados”.
Mas essa vida
maravilhosa, disse o Papa Francisco ao concluir, nos é oferta, não imposta.
Renascer em Cristo é uma graça a ser acolhida livremente e é o tesouro de nosso
Batismo, no qual, por obra do Espírito Santo, um só é o Pai nosso, aquele de
céu”.
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Assista:
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Nomeação e
transferência de bispos para o Brasil
Dioceses de
Carolina (MA) e Cruzeiro do Sul (AC) têm novos bispos nomeados pelo Papa
Francisco.
Cidade do
Vaticano - O episcopado
brasileiro ganhou um novo membro: o Papa Francisco nomeou Bispo de Diocese de
Carolina (MA) o Pe. Francisco Lima Soares, do clero da diocese de Imperatriz
(MA), até então pároco da Catedral.
Pe. Francisco Lima Soares (Foto: CNBB) |
O sacerdote
Francisco Lima Soares nasceu em 21 de novembro de 1964 em Araguatins, em
Tocantins. Estudou Filosofia e Teologia no Instituto de Estudos Superiores do
Maranhão (IESMA), em São Luís. Formou-se em Sociologia na Universidade Católica
de Paris e fez o Doutorado em Ciências da Educação em Assunção, no Paraguai.
Foi ordenado
sacerdote em 15 de julho de 1990 e incardinado na diocese de Imperatriz, na
qual desempenhou inúmeros cargos na pastoral juvenil, como pároco, promotor de
vocações, diretor de televisão, professor e administrador diocesano.
Atualmente, é pároco da Catedral e coordenador diocesano de pastoral.
Transferência
O Papa Francisco
fez também uma transferência no episcopado brasileiro. O Pontífice aceitou a
renúncia ao governo pastoral da diocese de Cruzeiro do Sul (AC) apresentada por Dom
Mosé João Pontelo, C.S.Sp. O novo bispo será Dom Flavio Giovenale, S.D.B.,
que será transferido da diocese de Santarém (PA).
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Fonte: vaticannews.va
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