segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Papa na Letônia:

Liberdade conquistada graças às raízes cristãs

O Papa Francisco chegou na manhã desta segunda-feira à Letônia, segunda etapa desta sua viagem aos Países Bálticos. Após a cerimônia oficial de boas-vindas no Aeroporto Internacional de Riga, o Pontífice seguiu para o Palácio Presidencial.


Cidade do VaticanoNo terceiro de seus quatro dias nos Países Bálticos, depois de 263km percorridos em 1 hora a bordo do voo CS300 da Air Baltic, o Papa Francisco, chegou na manhã desta segunda-feira ao Aeroporto Internacional de Riga, onde foi recebido pelo presidente da República da Letônia Raimonds Vejonis e por duas crianças em vestes tradicionais, que lhe ofereceram flores. Dos  1 milhão e 980 mil habitantes do país, 413 mil se declaram católicos.
Após passar em revista a Guarda de Honra, o Papa dirigiu-se à Sala Vip do Aeroporto, onde foi homenageado por jovens com música tradicional. Em seguida, seguiu para o Palácio Presidencial para a cerimônia de boas-vindas.
Honras às bandeiras, Guarda de Honra, a apresentação das delegações: após a cerimônia oficial de boas-vindas o Pontífice, acompanhado pelo presidente, transferiu-se ao Salão Branco para a foto oficial, a assinatura do Livro de Honra e a troca de dons. Na sequência, já no Salão dos Embaixadores, o encontro privado entre o presidente da República e o Papa Francisco, que concluiu-se com a apresentação dos familiares do mandatário ao Santo Padre.
Por fim, em uma salão onde estão presentes 500 pessoas, o Pontífice proferiu o seu discurso:
“É motivo de alegria poder-me encontrar pela primeira vez na Letônia e nesta cidade que, como todo o seu país, sofreu duras provações sociais, políticas, econômicas e mesmo espirituais, devidas às divisões e conflitos do passado; hoje, porém, tornou-se um dos principais centros culturais, políticos e portuários da região”, disse o Francisco.
Letônia, lugar de diálogo e encontro
“Creio que bem se podem aplicar-lhes as palavras do Salmista: «Tu converteste o meu pranto em festa». A Letônia, terra dos dainas, soube mudar o seu pranto e o seu sofrimento em canto e festa e esforçou-se por se transformar num lugar de diálogo e encontro, de convivência pacífica que procura olhar para diante”, frisou ainda o Papa.
O Pontífice recordou o centenário de independência da Letônia, “momento significativo na vida da sociedade inteira. Vocês conhecem bem o preço desta liberdade, que tiveram de conquistar uma e outra vez. Uma liberdade que se tornou possível graças às suas raízes, como gostava de lembrar Zenta Maurina que serviu de inspiração a muitos de vocês: «As minhas raízes estão no céu».”
“Sem esta capacidade de olhar para o alto, de fazer apelo a horizontes mais altos, que nos lembram aquela «dignidade transcendente» que é parte integrante de todo o ser humano, não teria sido possível a reconstrução de sua nação.”
"Esta capacidade espiritual de olhar mais além, que se concretiza em pequenos gestos diários de solidariedade, compaixão e ajuda mútua, os sustentou, conferindo a vocês, por sua vez, a criatividade necessária para dar vida a novas dinâmicas sociais contra todas as tentativas reducionistas e de exclusão que sempre ameaçam o tecido social.”
Comunhão nas diferenças
O Papa frisou que se alegra em saber que no coração das raízes que constituem a Letônia, “encontra-se a Igreja Católica numa obra de plena colaboração com as outras Igrejas cristãs, sinal de que é possível desenvolver uma comunhão nas diferenças; isto verifica-se quando as pessoas têm a coragem de ultrapassar a superfície conflituosa e se contemplam na sua dignidade mais profunda".
"Assim, podemos afirmar que todas as vezes que aprendemos, como pessoas e comunidades, a olhar para mais alto do que nós mesmos e os nossos interesses particulares, a compreensão e o compromisso recíprocos transformam-se em solidariedade; e esta, entendida no seu significado mais profundo e desafiador, torna-se um modo de construir a história, numa área onde os conflitos, as tensões e mesmo aqueles a quem seria possível considerar como contrapostos no passado, podem alcançar uma unidade multiforme que gera nova vida.”
O Evangelho que alimentou a vida do povo letão possa “continuar abrindo estradas para enfrentar os desafios atuais, valorizando as diferenças e sobretudo promovendo a comum-união entre todos”, desejou Francisco.
Continuar apostando na liberdade
Segundo o Papa, a celebração do centenário da Letônia “nos lembra a importância de continuar apostando na liberdade e na independência” do país, “que são certamente um dom mas também uma tarefa que cabe a todos".
“Trabalhar pela liberdade significa comprometer-se num desenvolvimento integral e integrante das pessoas e da comunidade.”
“Se hoje podemos celebrá-lo é graças a muitos que abriram estradas, portas, futuro e lhes deixaram em herança a mesma responsabilidade: abrir futuro tendo em vista que tudo esteja ao serviço da vida, gere vida. Neste sentido, no final deste encontro, iremos ao Monumento da Liberdade, onde estarão presentes crianças, jovens e famílias.”
Construção do futuro
“Eles lembram-nos que a «maternidade» da Letônia – analogia sugerida pelo lema desta viagem – encontra eco na capacidade de promover estratégias que sejam verdadeiramente eficazes e focalizadas mais nos rostos concretos destas famílias, destes idosos, crianças e jovens, do que no primado da economia sobre a vida.”
Segundo o Papa, “a «maternidade» da Letônia manifesta-se também na capacidade de criar oportunidades de trabalho, para que ninguém precise de desenraizar-se para construir o seu futuro. O índice de desenvolvimento humano mede-se também pela capacidade de crescer e multiplicar-se.”
“O desenvolvimento das comunidades não se realiza nem se mede apenas pela capacidade de bens e recursos que se possui, mas pelo desejo que se tem de gerar vida e criar futuro.”
Isto só é possível na medida em que houver raízes no passado, criatividade no presente, confiança e esperança no amanhã. E mede-se pela capacidade de se gastar e apostar, como nos souberam testemunhar as gerações passadas”, concluiu Francisco.
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Papa Francisco:
Fazer de cada situação
uma oportunidade de comunhão e reconciliação
O "«ecumenismo vivo», sendo uma das caraterísticas peculiares da Letônia. É, sem dúvida alguma, um motivo de esperança e ação de graças”, disse Francisco 



Cidade do VaticanoO segundo compromisso do Papa Francisco na Letônia, nesta segunda-feira (24/09), foi a oração ecumênica na Catedral evangélica luterana de Santa Maria, em Riga, que há mais de 800 anos hospeda a vida cristã dessa cidade.
Francisco manifestou alegria de estar “nesta terra que se caracteriza por realizar um caminho de respeito, colaboração e amizade entre as diferentes Igrejas cristãs, que conseguiram gerar unidade mantendo a riqueza e a singularidade próprias de cada uma. Atrevo-me a dizer que é um «ecumenismo vivo», sendo uma das caraterísticas peculiares da Letônia. É, sem dúvida alguma, um motivo de esperança e ação de graças”.
A casa-catedral
A “casa-catedral”, assim chamada pelo Papa, é una “testemunha fiel de muitos irmãos nossos que dela se aproximaram para adorar, rezar e sustentar a esperança em tempos de tribulação e encontrar coragem para enfrentar períodos cheios de injustiça e sofrimento”.
“Hoje, hospeda-nos para que o Espírito Santo continue tecendo artesanalmente laços de comunhão entre nós e, assim, faça também de nós artesãos de unidade no meio do nosso povo, para que as nossas diferenças não se tornem divisões."
“Deixemos que o Espírito Santo nos revista com as armas do diálogo, da compreensão, da busca do respeito mútuo e da fraternidade.”
O Pontífice enfatizou que “nesta catedral, encontra-se um dos órgãos mais antigos da Europa e que, no momento da sua inauguração, era o maior do mundo. Podemos imaginar como acompanhou a vida, a criatividade, a imaginação e a piedade de todos aqueles que se deixavam envolver por sua melodia”.
“Foi instrumento de Deus e dos homens, para elevar o olhar e o coração. Hoje é um emblema desta cidade e desta catedral. Para o «residente» neste lugar, representa mais do que um órgão monumental, faz parte da sua vida, da sua tradição, da sua identidade; ao passo que, para o turista, é naturalmente um objeto artístico a ser conhecido e fotografado."
"E este é um perigo que se corre sempre: passar de residentes a turistas, fazendo daquilo que nos identifica um objeto do passado, uma atração turística e de museu que recorda os feitos de outrora, de alto valor histórico, mas que deixou de fazer vibrar o coração de quantos o escutam.”
A seguir, o Papa acrescentou:
“Com a fé, pode acontecer exatamente a mesma coisa. Podemos deixar de nos sentir cristãos residentes, para nos tornarmos turistas.”
"Mais, é possível afirmar que toda a nossa tradição cristã pode sofrer a mesma sorte: acabar reduzida a um objeto do passado que, fechado dentro das paredes das nossas igrejas, deixa de produzir uma melodia capaz de mover e inspirar a vida e o coração daqueles que a ouvem. Porém, como afirma o evangelho que ouvimos, a nossa fé não é para ficar oculta, mas para se dar a conhecer fazendo-a ressoar nos diferentes setores da sociedade, a fim de que todos possam contemplar a sua beleza e ser iluminados com a sua luz.”
A música do Evangelho
Papa Francisco, “se a música do Evangelho deixar de ser executada na nossa vida e se transformar numa bela partitura do passado, já não conseguirá romper as monotonias asfixiadoras que impedem de animar a esperança, tornando estéreis todos os nossos esforços”.
“Se a música do Evangelho parar de vibrar em nossas entranhas, perderemos a alegria que brota da compaixão, a ternura que nasce da confiança, a capacidade da reconciliação que encontra a sua fonte no facto de nos sabermos sempre perdoados-enviados.”
“Se a música do Evangelho cessar de repercutir nas nossas casas, nas nossas praças, nos postos de trabalho, na política e na economia, teremos extinguido a melodia que nos desafiava a lutar pela dignidade de todo o homem e mulher, independentemente da sua proveniência, encerrando-nos no «meu» e esquecendo-nos do «nosso»: a casa comum que a todos nos diz respeito.”
“Se a música do Evangelho deixar de soar, teremos perdido os sons que hão de levar a nossa vida ao céu, entrincheirando-nos num dos piores males do nosso tempo: a solidão e o isolamento."
“A doença que surge em quem não possui qualquer laço, e que se pode encontrar também nos idosos abandonados ao seu destino, bem como nos jovens sem pontos de referência nem oportunidades de futuro.”
Ecumenismo na cruz do sofrimento 
As palavras, Pai, «que todos sejam um (…) para que o mundo creia», continuam a ressoar intensamente no meio de nós, graças a Deus.
Imersos nesta oração de Jesus, “encontramos a única estrada possível para todo o ecumenismo na cruz do sofrimento de tantos jovens, idosos e crianças, frequentemente expostos à exploração, ao absurdo, à falta de oportunidades e à solidão. Enquanto fixa o olhar no Pai e em nós, seus irmãos, Jesus não cessa de implorar: que todos sejam um”.
“Hoje, a missão continua a pedir-nos e a solicitar de nós a unidade; é a missão que nos exige que paremos de olhar as feridas do passado e acabemos com todas as atitudes autorreferenciais para nos centrarmos na oração do Mestre. A missão pede para que a música do Evangelho não cesse de soar em nossas praças.”
Viver o Evangelho com alegria, gratidão e radicalidade
Segundo o Papa, “alguns podem chegar a dizer: são tempos difíceis e complexos, estes que estamos vivendo. Outros podem chegar a pensar que, em nossas sociedades, os cristãos têm cada vez menos margem de ação e influência devido a inúmeros fatores, como, por exemplo, o secularismo ou as lógicas individualistas”.
“Isto não pode levar a uma atitude de fechamento, de defesa, nem de resignação."
“Não podemos deixar de reconhecer que certamente os tempos não são fáceis, sobretudo para muitos dos nossos irmãos que hoje vivem na sua carne o exílio e até o martírio por causa da fé.”
"Mas o seu testemunho nos leva a descobrir que o Senhor continua nos chamando, convidando-nos a viver o Evangelho com alegria, gratidão e radicalidade.”
“Se Cristo nos considerou dignos de viver nestes tempos, nesta hora – a única que temos –, não podemos nos deixar vencer pelo medo nem deixar que ele passe sem a assumir com a alegria da fidelidade.
“O Senhor nos dará a força para fazer de cada tempo, de cada momento, de cada situação uma oportunidade de comunhão e reconciliação com o Pai e com os irmãos, especialmente com aqueles que hoje são considerados inferiores ou matéria de descarte.”
Unidade em chave missionária
O Papa frisou que a unidade “a que o Senhor nos chama, é uma unidade sempre em chave missionária, que nos pede para sair e alcançar o coração do nosso povo e das culturas, a sociedade pós-moderna em que vivemos «onde são concebidas as novas histórias e paradigmas, alcançar com a Palavra de Jesus os núcleos mais profundos da alma das cidades»”.
“Conseguiremos realizar esta missão ecumênica, se nos deixarmos impregnar pelo Espírito de Cristo que é capaz de «romper também os esquemas enfadonhos em que pretendemos aprisioná-Lo, e surpreender-nos com a sua constante criatividade divina.”
“Sempre que procuramos voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado para o mundo atual»”, concluiu o Papa.
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Um momento de silêncio no Monumento da liberdade em Riga
Depois de encontrar as autoridades no Palácio Presidencial, em Riga, o Papa Francisco depositou flores e rezou diante do Monumento da Liberdade, em Riga. 



Cidade do VaticanoNesta segunda-feira (24/09), primeiro dia do Papa na Letônia, após a cerimônia de boas-vindas e o encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático no Palácio Presidencial, acompanhado pelo presidente da Letônia Raimonds Vejornis, o Santo Padre fez uma homenagem junto ao Monumento da Liberdade de Riga.
Ao se encaminhar para a Catedral Luterana de Santa Maria em Riga Doms, para o encontro ecumênico,  o automóvel fez uma parada no início da ponte e foi acolhido pelo presidente da Letônia e algumas Delegações.
Após as honras às bandeiras, o Papa recebeu uma coroa de flores de um guarda de honra e depôs aos pés do Monumento. Depois de alguns minutos de silêncio ao lado do Presidente aos pés do Monumento foram executados os hinos.
Em seguida cumprimentou algumas crianças, jovens e famílias que estavam pessoas presentes.
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Assista:
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Francisco na Letônia:
"Chamados a 'tocar' o sofrimento dos outros"
Em sua homilia na missa, o Papa afirmou que "Maria clama para que todos nos comprometamos a acolher-nos sem discriminações e saibam que estamos dispostos a privilegiar os mais pobres, a levantar aqueles que caíram e a acolher os outros à medida que chegam e se apresentam diante de nós.

Cidade do VaticanoA viagem do Papa Francisco pelos países bálticos, iniciada sábado, prossegue nesta segunda-feira (24/09) com uma nova escala na Letônia. Depois de passar a manhã na capital, Riga, o Pontífice foi a Aglona, que dista 190 km e 1 hora e meio de voo. A cidade de pouco menos de 300 mil habitantes, circundada por colinas e lagos, é conhecida pela presença da Basílica da Assunção, a mais importante igreja católica do país, fundada pelos padres dominicanos em 1700.
Ali, no Santuário internacional Mãe de Deus de Aglona, o Papa presidiu uma missa com a celebração eucarística em latim e a litúrgica em letão.
Evangelho de João e os dois momentos de encontro de Jesus com a Mãe
Em sua homilia, o Papa se inspirou no lema da visita, «Mostrai-Vos Mãe!», para chamar a atenção para os dois momentos narrados no Evangelho de João em que a vida de Jesus cruza a de sua Mãe: as bodas de Caná, quando é evidenciada a alegria de um matrimônio, e Maria aos pés da cruz, com o sofrimento da mãe pela morte do filho.
O evangelista ressalta que Maria está firmemente «de pé» junto de seu Filho, junto daqueles que sofrem, daqueles de quem todo o mundo foge, principalmente os que são julgados, condenados por todos, deportados: a Mãe está ali, cravada nesta cruz da incompreensão e do sofrimento.
“Desta forma, o Papa explicou que “também nós somos chamados a ‘tocar’ o sofrimento dos outros.”
“Saiamos ao encontro do nosso povo para o consolar e fazer-lhe companhia; não tenhamos medo de experimentar a força da ternura e de nos envolvermos vendo a nossa vida complicada pelos outros. E, como Maria, permaneçamos firmes e de pé: com o coração voltado para Deus e corajosos, levantando os que caíram, erguendo o humilhado, ajudando a pôr fim a toda e qualquer situação de opressão que os faz viver como crucificados”.
O contexto histórico da Letônia e da região 
“É verdade que, às vezes, a abertura aos outros nos fez muito mal. E também é verdade que, nas nossas realidades políticas, a história do choque entre os povos permanece ainda dolorosamente viva. Mas Maria crê em Jesus e acolhe o discípulo, porque as relações que nos curam e libertam são aquelas que nos abrem ao encontro e à fraternidade com os outros, porque, no outro, descobrem o próprio Deus”.
No outro episódio citado por João, as bodas de Caná, Ela, discípula obediente, deixa-Se acolher, transfere-Se, adapta-Se ao ritmo do mais novo. Quando ouvimos, com fé, a ordem de acolher e ser acolhidos, é possível construir a unidade na diversidade, porque não nos travam nem dividem as diferenças, mas somos capazes de olhar mais além, ver os outros na sua dignidade mais profunda, como filhos de um e mesmo Pai.
Concluindo, Francisco afirmou:
“Maria clama para que todos nos comprometamos a acolher-nos sem discriminações, e todos, na Letônia, saibam que estamos dispostos a privilegiar os mais pobres, a levantar aqueles que caíram e a acolher os outros à medida que chegam e se apresentam diante de nós.”
Após a missa, o Papa retornou a Vilnius, capital da Lituânia, onde está sendo hospedado na Nunciatura nestes dias de viagem.
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