"Indiferença, ameaça à humanidade"
Somos chamados à paz |
Situações como
esta fazem crer na capacidade da humanidade de agir unida, em espírito de
solidariedade. Uma atitude que se bem se conjuga com a atuação da Igreja nos
últimos 50 anos, orientada ao diálogo, à solidariedade e à misericórdia.
As ameaças à
paz, todavia, são concretas e derivam sobretudo da indiferença pelo próximo e
pela criação. Este comportamento é tão comum que o Papa o define como
“globalização da indiferença”: um mal gerado, antes de tudo, pela indiferença
que o homem nutre por Deus.
A ruptura desta
relação preferencial é a causa de alguns males que o Papa frequentemente
denuncia: a corrupção, a destruição do meio ambiente, a ausência de compaixão
pelos próximos. O caminho indicado pelo Papa para combater a globalização da
indiferença passa por uma profunda conversão do coração do homem, que nos
permita, através da graça de Deus, voltar a ser capazes de nos abrirmos aos
outros com autêntica solidariedade.
Por fim,
Francisco lembra que a indiferença pelo ambiente natural, favorece o
desflorestamento, a poluição e as catástrofes naturais que desenraízam
comunidades inteiras do seu ambiente de vida, obrigando-as à precariedade e à
insegurança; cria novas pobrezas e novas situações de injustiça com
consequências muitas vezes desastrosas em termos de segurança e paz social.
"Quantas guerras foram movidas e quantas ainda serão travadas por causa da
falta de recursos ou para responder à demanda insaciável de recursos
naturais?".
Para criar a
cultura da misericórdia, o Papa chama famílias, educadores e comunicadores a
promover os valores da liberdade, do respeito recíproco e da solidariedade.
Neste contexto, Francisco cita como exemplo negativo um certo tipo de imprensa,
não muito rigorosa na apuração e na difusão das notícias. E constata que,
infelizmente,o aumento das informações, próprio do nosso tempo, não significa,
de por si, aumento de atenção aos problemas, mas, ao contrário, pode gerar uma
certa saturação que anestesia e, em certa medida, relativiza a gravidade dos
problemas.
No entanto,
existem na sociedade vários exemplos de engajamento solidário e misericordioso:
organizações comprometidas com direitos humanos, associações de caridade e
realidades que ajudam migrantes. Segundo o Papa, estas ações são obras de
misericórdia “corporal e espiritual”.
Na sequência da
mensagem, o Pontífice agradece a todos aqueles que atenderam o seu apelo e
acolheram uma família de refugiados.
O Jubileu da
Misericórdia, enfim, representa uma ocasião para refletir sobre o grau de
indiferença que reside em nossos corações, para que a derrotemos e nos
comprometamos em melhorar a realidade que nos circunda.
Concluindo a
mensagem para o Dia Mundial da Paz, Francisco recorda todas as pessoas
fragilizadas, que vivem em condições de desfavor; e invoca o fim da pena de
morte e a anistia. O apelo final é dirigido às lideranças políticas: rejeitar
as guerras, cancelar a dívida dos países mais pobres e adotar políticas de cooperação
que não lesem o direito dos nascituros à vida. (CM)
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Fonte: radiovaticana.va
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