quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Reflexão para o Advento

"E uma criança pequena os guiará"
(Is 11,6)
No Natal Deus vem como criança ao mundo, para nos surpreender e despertar em nós a imensa capacidade de ternura que tem o nosso coração. Jesus Menino vem nos libertar das nossas megalomanias que nos tornam arrogantes e auto-suficientes. Já na sua pregação pública nos advertirá que é necessário ser como as crianças para termos lugar no seu Reino. 
A grandeza do amor de Deus
na simplicidade de um Menino
Por isso para esperar o nascimento de Jesus somos convidados a vivenciar como crianças a redescobrir o novo, a nos deixar tomar pela imaginação que recria relacionamentos e novas formas de ser. Ser criança é acreditar que sempre podemos recomeçar que podemos zerar o jogo e iniciar uma nova partida, nos envolvendo com alegria e prazer na aventura da vida. 
É tempo de curar também nossa criança interior, o psicólogo John Bradshaw afirma que em cada um de nós há uma criança ferida e machucada que precisa vir a tona. Picasso o grande pintor sempre dizia que tornar a ser criança leva tempo, é reaprender olhar o mundo e as pessoas com a visão de uma inocência pacífica, harmônica e profundamente simples. 
Recuperar a espontaneidade e a leveza de quem se confia inteiramente ao Pai. Para ser misericordiosos e indulgentes com os outros temos que primeiro aceitar com alegria e humanidade nossas limitações, abandonando os perfeccionismos idolátricos que nos encastelam nu meu auto referenciado. O Natal nos lembra essa criança divina que quer nos tocar e nascer novamente no nosso coração para restaurar plenamente a nossa capacidade de amar, servir, consolar e acolher. 
Por isso os magos, os sábios de Oriente deram por encerrada a sua jornada espiritual de busca da verdadeira sabedoria ao encontrarem um menininho numa estrebaria, pois descobriram o Redentor e a verdade sobre suas vidas. Janucz Korczak, um dos grandes educadores da nossa época,  que morreu junto aos alunos de sua escola  na câmara de gás,  de um campo de concentração nazista, nos deixou um livro com o sugestivo título: "Quando eu voltar a ser criança" , expressando que nessa busca do essencial, de voltar a ser pequenos e simples encontramos ao próprio Deus. Deus seja louvado!
                                 Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo de Campos (RJ)
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                                                                       Fonte: cnbb.org.br   Foto: Luiz Rosa

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