"Igreja, mesmo com manchas e rugas, é sempre Mãe"
Cidade do
Vaticano (RV) – Em seu último encontro dominical com os fiéis antes do Natal, o
Papa Francisco rezou a oração do Angelus da sacada de seu escritório, no
Palácio Apostólico. Na Praça São Pedro, milhares de pessoas participaram do
encontro, ouvindo suas palavras e unindo-se a ele na prece mariana.
Como
sempre, Francisco fez uma breve reflexão sobre o Evangelho do dia, que neste
domingo, o quarto do Advento, evidencia a figura de Maria.
A Mãe de Deus,
que concebeu na fé e traz em seu ventre Jesus, viaja de Nazaré aos montes da
Judeia para visitar Isabel, idosa e no sexto mês de gestação. E se surpreende
quando sua prima, ao vê-la exclama: “A que devo a visita da mãe de meu
Senhor?”.
Inspirando-se
neste episódio, o Papa convidou os fiéis e turistas presentes na Praça a
refletir sobre os “lugares” da surpresa.
Nascemos com as
feições de Jesus
“O primeiro
lugar é o outro, no qual reconhecer um irmão, porque desde que Jesus nasceu,
cada rosto tem em si as feições do Filho de Deus. Principalmente quando o rosto
é o do pobre, porque como pobre Deus entrou no mundo e dos pobres, antes de
tudo, se deixou aproximar”.
Deus 'mistura as
cartas'
Outro lugar ao
qual, se olharmos com fé, nos surpreendemos, é a História. “Muitas vezes,
disse, acreditamos vê-la no sentido correto, mas corremos o risco de entendê-la
ao contrário. Isso acontece quando ela é determinada pela economia do mercado,
regulamentada pelas finanças e pelos negócios, dominada pelos poderosos da
vez”.
Francisco
lembrou que o Deus do Natal, ao invés, é um Deus que “mistura as cartas” e como
narra o Evangelho de Lucas, “é o Senhor que derruba os poderosos dos tronos e
exalta os humildes; sacia de bens os indigentes e despede de mãos vazias os ricos”.
O Senhor não é
'propriedade' da Igreja
Enfim, o
terceiro lugar de surpresas é a Igreja, “que não é apenas uma instituição
religiosa, mas uma Mãe que, mesmo com todas as suas manchas e rugas, deixa
transparecer o perfil da Esposa amada e purificada por Cristo Senhor; uma
Igreja-Mãe, que tem sempre os braços abertos e as portas escancaradas para
acolher todos... uma Igreja que saia das próprias portas para buscar todos os
que estão distantes e conduzi-los à misericórdia de Deus... esta é a surpresa
do Natal!".
“Uma Igreja para
qual o Senhor Jesus não seja nunca um dom custodiado como uma ‘propriedade’,
mas sempre Aquele que lhe vai ao encontro e que ela sabe aguardar com confiança
e alegria, dando voz à esperança do mundo: “Vinde, Senhor Jesus”.
Bênção dos
'Bambinelli'
Crianças com os "Bambinelli" |
Após conceder a
todos a sua bênção, Francisco fez felizes as crianças romanas na Praça,
chamando-as de 'barulhentas' e dedicando a elas a sua primeira saudação:
“Queridas
crianças, quando rezarem diante de seus presépios, lembrem-se também de mim,
como eu me lembro de vocês!”.
Faz parte da
tradição que o Papa abençoe as pequenas imagens do Menino Jesus trazidas pelos
grupos paroquiais, na chamada “Bênção dos Bambinelli”. (CM)
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Papa reza por Síria, Líbia, Costa Rica, Nicarágua e Índia
Após a oração do Angelus, rezada na
Praça São Pedro, o Papa Francisco chamou a atenção dos fiéis para a situação da
‘amada Síria’, expressando satisfação pelo acordo que a Comunidade
internacional acaba de alcançar.
Rezemos pela paz! |
“Encorajo
todos a prosseguir com entusiasmo e generosidade no caminho do fim das
violências e por uma solução negociada que leve à paz”, afirmou.
O Papa se
mostrou contente também pelo recente compromisso assumido na Líbia em favor de
um Governo de unidade nacional, que convida à esperança pelo futuro.
Dirigindo-se à
América Latina, enalteceu o esforço de colaboração de Costa Rica e Nicarágua,
fazendo votos que um novo espírito de fraternidade reforce ainda mais o diálogo
e a cooperação recíproca.
E enfim, dirigiu
o pensamento aos queridos povos da Índia, país recentemente atingido por graves
enchentes.
Na primeira
semana de dezembro a maior cidade do sul da Índia, Chennai, com 8,7
milhões de habitantes, ficou submersa após a pior tempestade de que se tem
lembrança. Mais de 270 pessoas morreram. (CM)
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Fonte: radiovaticana.va news.va
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